A produção de motos no Brasil alcançou 1.748.317 unidades produzidas em 2024. O volume representa um crescimento de 11,1% na comparação com o ano anterior e também representa o melhor resultado desde 2011. Os dados são da Abraciclo, associação que reúne as fabricantes instaladas no Polo Industrial de Manaus (AM), que concentra mais de 90% da produção de motos no País.
“Mesmo diante de um ano bastante desafiador, onde tivemos que contornar o problema da estiagem, o crescimento do setor superou os dois dígitos. Esse resultado foi graças a um bom planejamento da indústria que permitiu que as linhas de montagem mantivessem seu ritmo de produção”, revela o presidente da Abraciclo, Marcos Bento.
Além de representar o maior volume em 14 anos, a produção de motos em 2024 superou até mesmo as expectativas das fabricantes. No início do ano passado, a Abraciclo projetava um aumento de apenas 7,4%. e a produção de 1.690.000 unidades.
O dado negativo fica por conta das exportações. No ano passado, as associadas da Abraciclo exportaram 30.986 motocicletas, uma retração de 5,9% em relação a 2023. De acordo com o presidente da associação, a queda nas vendas em países vizinhos, como Argentina e Colômbia, causaram a queda.
O crescimento das vendas no varejo em 2024 foi ainda maior do que da produção. Enquanto a produção cresceu 11,1%, os emplacamentos tiveram alta de 18,6% em relação a 2023, chegando a 1.876.427 unidades vendidas. O resultado também foi o melhor para a indústria de motos desde 2011.
As motocicletas de baixa cilindrada (até 160 cm³) ainda lideram as vendas no Brasil, com 1,365 milhão de unidades produzidas, de acordo com a Abraciclo. Entretanto, as motos médias, entre 161 cm³ e 499 cm³ também se destacaram. Apesar de ter apenas 327,7 mil unidades produzidas, as motos de média cilindrada cresceram acima dos outros segmentos, com 25,9% de aumento na produção.
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“Isso significa que os motociclistas estão evoluindo de cilindrada, procurando modelos de maior cilindrada, com mais tecnologia e equipamentos”, avaliou Marcos Bento, presidente da Abraciclo.
Para este ano a associação das fabricantes projeta crescimento de 7,5% na produção de motos em comparação a 2024. Embora o percentual seja menor do do ano passado, o volume de motos produzidas em Manaus deve chegar a 1,88 milhão de unidades, segundo a Abraciclo.
Apesar do otimismo, os fabricantes estão preocupados com a inflação e a alta do dólar. “Embora a conjuntura macroeconômica apresente incertezas, acreditamos que a demanda pela motocicleta poderá seguir em alta, principalmente devido aos seus atributos, como preço acessível, baixo custo de manutenção e agilidade nos deslocamentos”, avalia Marcos Bento.
No varejo, a perspectiva é que sejam emplacadas 2.020.000 motocicletas. Além de representar alta de 7,7% em relação a 2024, o volume de vendas, se concretizado, será um recorde para o setor.