Ténéré 700: como é pilotar a bigtrail mais aguardada da Yamaha no Brasil
Rodamos 176 km em asfalto e terra, para avaliar a Yamaha Ténéré 700 que chega por R$ 72.990 para disputar o segmento de motos aventureiras

A espera acabou. Depois de muita expectativa, a Yamaha Ténéré 700 finalmente desembarca no Brasil com preço sugerido de R$ 72.990. Produzida em Manaus, a big trail chega para tantar repetir o sucesso que faz no mercado europeu, onde já vendeu mais de 70 mil unidades desde seu lançamento em 2019.
Com a promessa de ser uma moto versátil, capaz de encarar tanto longas viagens no asfalto quanto trilhas e estradas de terra, a nova Ténéré 700 resgata o nome de modelos famosos nos anos de 1980 e 1990. Rodamos 176 km com ela em um percurso variado — trânsito urbano, rodovias, serras sinuosas e trechos off-road — para descobrir se a fama se confirma.
Banco alto
Ao montar na moto, logo se nota que a posição de pilotagem é típica das motos trail: costas eretas, braços abertos e pedaleiras largas, ideais para pilotar em pé no off-road.

O banco, a 875 mm do solo, assusta os pilotos de menor estatura. Estreito na frente e com espuma fina, não é dos mais confortáveis para longas jornadas, mas perfeito para permitir se movimentar sobre a moto em trechos de terra.
Motor e câmbio
O bicilíndrico de 689 cc entrega 68,9 cv a 9.000 rpm e 6,6 kgf.m a 6.500 rpm. Vibra pouco, responde bem em baixos giros e mantém desempenho sólido nas estradas. Perdeu potência em relação à MT-07, mas nada que comprometa a experiência.

O mapeamento adaptado à legislação brasileira deixou as três primeiras marchas mais suaves. O torque parece surgir acima dos 4.500 giros. Mas nas marchas altas, quarta, quinta e sexta, o torque aparece com força já a partir dos 3.500 giros. Em rotações elevadas, a vibração aumenta e a velocidade também: chegando a mais de 200 km/h.
Suspensão e ciclística

O chassi em aço berço duplo transmite robustez e estabilidade. Repetindo uma característica da antiga Ténéré 660, aposentada em 2016. As suspensões usam garfo invertido de 43 mm, na dianteira, e monoamortecedor, na traseira. Ambas têm 210 mm de curso e ajustes completos, absorvendo impactos com competência e garantindo confiança nas curvas. Os pneus Michelin Anakee Adventure com câmara são montados em rodas raiadas (21” na frente e 18” atrás, com câmara). Oferecem excelente aderência no asfalto e não decepcionam em estradas de terra.
Freios e eletrônica
Os freios Brembo, com discos duplos de 282 mm, na dianteira, e simples de 245 mm, na traseira, param com segurança os 208 kg em ordem de marcha. O ABS pode ser configurado para uso off-road (desligando a traseira) ou totalmente desativado. Assim como o controle de tração também pode ser desligado facilmente com o toque de um botão no cockpit.

A possibilidade de se desativar os sistemas eletrônicos aumenta, ainda mais, a capacidade off-road da Ténéré 700. Afinal, o controle de tração em trechos com lama ou areia praticamente impede a moto de rodar.
Consumo e autonomia
Ao final do percurso, a média de consumo foi de 19,2 km/l, de acordo com as informações do painel com tela vertical de 6,3 polegadas. Com dois modos de exibição e conectividade para smartphones é um dos destaques do modelo.
Com esse consumo e o tanque com capacidade de 16,2 litros, a Ténéré 700 tem autonomia em torno de 300 km. Um alcance razoável para uma moto aventureira.
Ténéré 700 faz jus ao nome famoso?
A Yamaha Ténéré 700 cumpre a promessa de ser uma big trail equilibrada e versátil. A T7 é capaz de entregar desempenho sólido no asfalto e confiança no off-road. O conjunto ciclístico bem acertado, as suspensões de longo curso que funcionam com igual competência em diferentes terrenos e o motor com personalidade são atributos que reforçam sua vocação aventureira.

No entanto, o banco pouco confortável para viagens muito longas, a ausência dos modos de pilotagem disponíveis na Europa e, principalmente, o preço elevado no mercado brasileiro pesam contra. Com preço sugerido de R$ 72.990, a Ténéré 700 chega às lojas em outubro em três opções de cores. Além do tradicional azul metálico da Yamaha, há um azul claro, com uma pintura retrô, e um cinzo fosco.
custa mais que a Suzuki V-Strom 800 (R$ 67.500) e se aproxima de modelos como Triumph Tiger 900 e BMW F 900 GS — motos mais potentes e tecnológicas à venda no Brasil. Na Europa, a bigtrail da Yamaha faz sucesso, entre outros motivos, por ter um preço competitivo, o que não acontece no mercado brasileiro.
Ainda assim, para quem busca uma trail média robusta e com DNA off-road legítimo, a Yamaha Ténéré 700 se posiciona como uma boa opção. Pronta para encarar qualquer jornada, desde que o comprador esteja disposto a investir um pouco mais pela marca e pela tradição e fama que ela carrega.
Prós & Contras
- Conjunto ciclístico: com quadro em aço, suspensões de longo curso e roda aro 21, na dianteira, encara qualquer terreno
- Conforto e preço: Além do assento fino, e a ausência até de modos de pilotagem, seu preço final ficou acima das concorrentes. Na Europa, porém, Ténéré 700 custa menos do que a V-Strom 800, por exemplo.
FICHA TÉCNICA
Yamaha Ténéré 700
Motor: 2 cilindros, 689 cm³
Câmbio: Seis marchas
Transmissão final: por corrente
Potência: 68,9 cv a 9.000 rpm
Torque: 6,6 m.kgf a 6.500 rpm
Peso em ordem de marcha: 208 kg
Preço: R$ 72.990
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