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Venda de ônibus volta a crescer no segundo semestre

Por: Mário Curcio . 27/10/2022

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Venda de ônibus volta a crescer no segundo semestre

Renovação de frotas urbanas movimenta o setor, como forma de manter a qualidade do transporte

4 minutos, 48 segundos de leitura

27/10/2022

Por: Mário Curcio

Pandemia gerou represamento nas vendas e Marcopolo prevê renovações de frota urbana em grandes centros. Foto: Divulgação Marcopolo

A venda de ônibus voltou a crescer no segundo semestre. Até a metade do ano, os licenciamentos vinham abaixo dos registrados em iguais meses de 2021. Mas, a partir de agosto, ocorreu uma reação forte que se confirmou no mês seguinte. No acumulado até setembro eles anotam agora uma alta próxima a 9%, de acordo com a Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). E a produção de chassis para ônibus cresceu quase 65%, indicando que, até o fim do ano, poderão ser emplacados 21 mil ônibus zero-quilômetro, resultando em alta próxima a 20% sobre o ano passado.

“Os modelos urbanos estavam com as vendas represadas [como consequência da pandemia de covid-19] e foram os que mais cresceram este ano, cerca de 40%”, afirma Jorge Carrer, diretor de vendas e ônibus da VWCO.

Carrer recorda que o ritmo das compras caiu bastante com a pandemia, mas afirma que a cidade de São Paulo, por exemplo, não parou de renovar sua frota, que tem 14 mil ônibus e uma necessidade de substituição anual entre 15% e 20% desses veículos como forma de manter a qualidade do serviço.

De acordo com o executivo, as entregas de modelos urbanos ocorreram para cidades pequenas, médias e para metrópoles como Brasília, Manaus, Salvador, São Paulo e Vitória. “Após abril, as vendas deslancharam”, recorda.

“Houve também antecipação de compras”, diz, referindo-se a aquisições que visam a fugir dos reajustes que ocorrerão em 2023, quando todos os modelos passam a ser fabricados de acordo com uma norma mais rigorosa de controle de emissão de poluentes (Euro 6) e, por isso, ficarão mais caros. “Haverá um encarecimento médio de 20% no valor do chassi. Considerando que esse item representa em média metade do valor total do veículo, cada ônibus completo deverá subir em média 10%.”

A Mercedes-Benz também reconhece a antecipação de compras e o impulso dado pelos ônibus urbanos em 2022: “A retomada dos passageiros para o segmento contribuiu para uma grande demanda que estava represada”, como explica Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing da Mercedes-Benz do Brasil.

Ricardo Portolan, diretor de operações comerciais e marketing da Marcopolo, acredita que esse movimento terá continuidade: “A expectativa por renovação de frota em grandes mercados continua, uma vez que ainda há uma demanda reprimida em razão da pandemia. Essa demanda ainda não foi plenamente renovada.” Os especialistas também esperam uma melhora sensível na qualidade do transporte com a chegada dos novos veículos.

A indústria de carrocerias Caio afirma que a retomada no segundo semestre está ligada ao recebimento dos chassis, fabricados das montadoras. “Pelo fato de a produção de chassis ter sido afetada por falta de componentes no primeiro semestre, as encarroçadoras não tiveram o abastecimento compatível com as compras dos clientes”, afirma Maurício Cunha, vice-presidente industrial do Grupo Caio. A falta de componentes eletrônicos e até de pneus comprometeu a produção dos chassis.

Recuperação também no segmento rodoviário

De acordo com os fabricantes, a procura por modelos de uso rodoviário também cresceu este ano. Isso é motivado não só pelo fim daquelas restrições geradas pela covid-19 e consequente aumento do número de passageiros. “Outro fator que tem movimentado o mercado rodoviário é o aumento de preços das passagens aéreas”, afirma Barbosa, da Mercedes.

Carrer, da Volkswagen, também o encarecimento das viagens aéreas e afirma que a antecipação de renovações de frota foi outro motivo que levou as companhias a trocar parte dos seus veículos.

São Paulo prevê 2.500 elétricos até 2024

O crescimento da demanda por ônibus elétricos está na pauta dos fabricantes de chassi e carrocerias em razão de uma meta da cidade de São Paulo para incluir cerca de 2.500 modelos elétricos em sua frota até 2024, quando termina o mandato do atual prefeito, Ricardo Nunes.

“A partir dessa meta, penso que a demanda por ônibus elétricos será cada dia maior, principalmente em razão dos benefícios da eletrificação. Esses ônibus zeram a emissão de poluentes e garantem um transporte público mais atrativo para os clientes desse sistema e também para aqueles que hoje não são usuários. Acredito que um serviço eficiente, rápido e silencioso aumentará a demanda pelo transporte público”, afirma Iêda de Oliveira, diretora executiva da Eletra, fabricante nacional de ônibus elétricos e trólebus.

Barbosa, da Mercedes, cita a parceria da montadora com a Eletra para o fornecimento de chassis de 10 a 21,5 metros: “A eletrificação é uma alternativa que chegou para ficar, porém deve ser implementada com bastante planejamento operacional e financeiro, além de critérios de remuneração definidos de forma clara, com uma frota inicial de testes para amadurecimento do mercado, levando em consideração o poder público, operadores, fabricantes e passageiros.”

Portolan, da Marcopolo, informa que a fabricante apresentou seu modelo elétrico no fim de 2021 e iniciou a produção na fábrica de Caxias do Sul (RS) neste segundo semestre: “A perspectiva é começar a fornecer os veículos no primeiro semestre de 2023. Estamos realizando testes com o modelo Attivi em diferentes cidades, como Angra dos Reis (RJ) e na grande São Paulo.” De acordo com Portolan, o Attivi tem até 13,2 metros de comprimento e capacidade para até 89 passageiros.

A Marcopolo também produz carrocerias para o Attivi Express, desenvolvido em parceria com a BYD, que produz chassis de ônibus com propulsão elétrica no Brasil. O Attivi Express é um ônibus articulado elétrico com 22 metros e capacidade para 168 passageiros. 

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