Uma das principais causas de acidentes no trânsito é a velocidade excessiva. De acordo com levantamento da Mobs2, empresa de soluções tecnológicas, 55% dos motoristas utilizam o pedal do acelerador mais vezes do que o necessário. Além disso, a empresa também monitorou outros comportamentos dos condutores ao volante em estradas do Brasil.
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O relatório utilizou como base um monitoramento realizado com mais de 11 mil veículos comerciais e 30 mil motoristas para classificar as práticas mais comuns. Além do uso excessivo do acelerador, ações como alta rotação do motor devido a trocas inadequadas de marcha e acelerações bruscas também apareceram na lista.
Conforme o monitoramento, 16% dos motoristas realizam trocas inadequadas de marcha e 10% fizeram acelerações bruscas enquanto dirigiam. Práticas como essas, de acordo com a empresa, tendem a aumentar o consumo de combustível e até comprometer a durabilidade do motor. Ao mesmo tempo, provocam mais emissões de carbono, afetando diretamente a qualidade do ar nas cidades.
Durante o primeiro semestre deste ano, os Estados de Mato Grosso, Tocantins e Rondônia foram os três primeiros colocados no ranking brasileiro das infrações por excesso de velocidade. O índice elaborado pela Cobli, empresa de tecnologia para gestão de frotas, calculou a média de excessos de velocidade por veículo de todo o Brasil.
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O levantamento foi feito em veículos leves e pesados, principalmente caminhões de carga; vans e veículos comerciais; e carros utilizados em serviços urbanos, como telecomunicações e energia.
De acordo com a Cobli, o excesso de velocidade é considerado gravíssimo quando atinge 51% ou mais acima do limite da via ou do limite estipulado para o veículo.
Os graves, por sua vez, acontecem em situações de 21% a 50% acima do limite e os eventos de severidade média, até 20% acima do limite. Com base nesse parâmetro, o relatório da Cobli apontou que 55% dos casos registrados foram situações graves, 39% gravíssimas e 6% de severidade média.
Conforme a empresa, questões como infraestrutura rodoviária, falta de fiscalização e cumprimentos de prazo de entrega, por exemplo, podem estar na fonte do problema. “O Mato Grosso, por exemplo, é um estado com vastas áreas rurais e estradas que podem ser longas, retas e com pouco tráfego. Com isso, os motoristas podem se sentir mais seguros para acelerar acima do limite permitido”, explicou Nathalia Albar, diretora de marketing da Cobli.