Mortes de ciclistas sobem 75% em fevereiro em relação ao mesmo período de 2024

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Mortes de ciclistas sobem 75% em fevereiro em relação ao mesmo período de 2024

Por: Daniela Saragiotto . Há 6 dias
Mobilidade com segurança

Mortes de ciclistas sobem 75% em fevereiro em relação ao mesmo período de 2024

Dados divulgados pelo Infosiga revelam aumento geral nas mortes de trânsito no Estado de São Paulo

2 minutos, 47 segundos de leitura

25/03/2025

SUS gastou R$ 15 milhões por ano em acidentes com ciclistas
Foram registrados 35 óbitos de ciclistas em fevereiro, contra 20 óbitos em fevereiro de 2024. Foto: Getty Images

As mortes de ciclistas cresceram 75% em fevereiro na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados pelo Infosiga, a plataforma que contabiliza dados de sinistros de trânsito no Estado de São Paulo. Assim, no último mês, foram 35 óbitos de ciclistas, contra 20 mortes registradas em fevereiro de 2024.

Leia também: Segurança viária. Buenos Aires define meta para reduzir em 40% mortes no trânsito até 2027

Ciclistas e pedestres contabilizam os maiores aumentos percentuais em relação a 2024: 75% no caso dos ciclistas e 13,1% para pedestres, em relação ao mesmo mês de 2024. Dessa forma, foram 95 óbitos de pedestres em fevereiro deste ano, contra 84 registrados em fevereiro de 2024.

De acordo com Sérgio Avelleda, consultor em mobilidade urbana e coordenador do Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável do Insper, esses números são preocupantes, pois confirmam uma tendência de aumento das mortes dos mais vulneráveis no trânsito.

“É preciso que as autoridades parem para pensar, refletir e reagir frente a esses números, com políticas públicas efetivas. E isso precisa ser feito muito rapidamente”, afirma.

Números gerais de mortes no trânsito

Em relação aos números absolutos, foram 429 óbitos decorrentes de sinistros de trânsito no Estado de São Paulo em fevereiro, um aumento de 4,6% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram registradas 410 mortes.

Os motociclistas, mais uma vez, foram as principais vítimas, com 179 óbitos em fevereiro. Esse número, entretanto, representa uma queda de 0,6% na comparação com o mês de fevereiro de 2024.

Leia também: Mortes de motociclistas aumentam 16% no último ano em São Paulo

Já as mortes de ocupantes de automóveis, contudo, tiveram redução de 25,7% nas mortes em fevereiro, com 95 em fevereiro deste ano, contra 105 em fevereiro de 2024.

Insegurança viária

De acordo com Avelleda, os aumentos nos números de mortes são reflexo de uma série de medidas que, em conjunto, contribuem para uma maior insegurança viária.

A começar por diversas cidades do Estado que proibiram a instalação de radares de velocidade, com queda no número de multas.

“Quando anunciamos a proibição de instalar radar, reduzimos em mais de 50% as multas emitidas. Isso privilegia o infrator, criando uma sensação de impunidade e passando a mensagem de que a infração de trânsito está autorizada. Isso contribui para a violência”, explica.

Em paralelo, de acordo com Avelleda, também houve uma diminuição dos agentes de trânsito nas ruas. “Especialmente na capital paulista, o que cria uma sensação de impunidade no trânsito”, explica.

Dessa forma, também muito importante nesse contexto é a falta de continuidade do plano cicloviário. “As ciclovias não estão se expandindo na velocidade necessária para o aumento do uso da bicicleta”, afirma.

Por fim, o especialista cita a falta de um programa permanente de redução das velocidades dos veículos, implantação de faixas de pedestres e de travessias seguras. “É tudo isso que leva ao aumento do número de mortes. É um conjunto de ações e de estímulos que vitimam os vulneráveis no trânsito”, finaliza.

Saiba mais: ‘Entre 2017 e 2021, Recife reduziu em 42% sinistros e mortes no trânsito’, diz executiva da CTTU

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