Embora antes tivesse um trecho de terra, atualmente, a Serra da Macaca recebeu pavimento com blocos intertravados, também conhecidos popularmente como bloquetes. “Mas estão todos muito bem colocados e a superfície ficou bem uniforme, ideal para andar com qualquer tipo de moto”, conta Guilherme Foster, motociclista e produtor de conteúdo digital, que mantém o perfil @duasrodaspelomundo no Instagram.

Para acessar a estrada parque da Serra da Macaca, saindo da capital paulista, o ideal é seguir pela Rodovia Castello Branco sentido Sorocaba (SP) e depois ir em direção à Piedade, Votorantim e São Miguel Arcanjo. Uma dica de parada é a Casa do Bolinho da Rose, que fica em São Miguel Arcanjo (SP). “Como não tem muitos restaurantes e paradas na Serra da Macaca, vale a pena experimentar um bolinho para matar a fome”, comenta Foster.

Na volta à São Paulo (SP), pode-se retornar direto pela BR-116, indo até Registro (SP), ou seguir até Juquiá (SP) e rodar em outra serra famosa, a da Cabeça da Anta. “No total, dá uns 500 km, mas se sair cedo, pode-se fazer tudo em um dia”, ensina o motociclista, que já rodou por ali com sua HArley-Davidson customizada.

Cunha-Paraty

Outra estrada para andar de moto que merece a viagem é a serra que parte de Cunha (SP) e desce a Serra do Mar em direção A Paraty (RJ). Com cerca de 50 km, atravessa parte do Parque Nacional da Serra da Bocaína e sua exuberante beleza natural. Atualmente, esse trecho já está totalmente pavimentado, mas o limite de velocidade é baixo. Além da umidade e das curvas fechadas, recomenda-se respeitar os limites e rodar com tranquilidade, pois os animais comumente atravessam a pista. Se você tiver sorte, e o tempo, aberto, pode-se ter belas vistas do litoral na serra.

Quem sai da cidade de São Paulo, pode seguir pela Via Dutra até a saída 65 para Cunha, logo depois de Aparecida. O trecho entre Guaratinguetá e Cunha, bem asfaltado e sinalizado, é repleto de curvas e já vale o passeio. Uma dica é parar em Cunha para almoçar antes de descer a serra para Paraty. Na volta à capital paulista, uma alternativa é seguir pela Rio-Santos até Caraguatatuba e subir a serra pela renovada Rodovia dos Tamoios.

Rastro da Serpente

Todo motociclista sabe que, nem sempre, o caminho mais rápido é o melhor. Isso é ainda mais verdadeiro se você for de São Paulo à Curitiba (PR). Ao invés da movimentada Rodovia Régis Bittencourt, uma das estradas mais legais para andar de moto rumo à capital paranaense é pelo famoso “Rastro da Serpente”. Apelido dado pelos motociclistas, devido às quase 1000 curvas que existem no trecho entre Capão Bonito (SP) e Curitiba.

O Rastro da Serpente compreende as rodovias SP-250, que começa em Capão Bonito e segue para o Vale do Ribeira até Apiaí, ainda em São Paulo. A partir dali, começa a BR-476 que passa por Adrianópolis, Bocaiúva do Sul e termina em Curitiba, já no Estado do Paraná. Bastante sinuosa, a estrada exige atenção do motociclista, além de bons freios e pneus – veja dicas de como preparar sua moto para uma viagem.

Além do portal Rastro da Serpente em Capão Bonito, outra dica do motociclista André Garcia é fazer uma parada no Parque Municipal Morro do Ouro, em Apiaí (SP). “O que achei muito bacana ao parar no Parque Morro do Ouro é a receptividade para com o turista de duas rodas, já que há local específico na frente do parque para estacionar a moto”, conta Garcia, que é motociclista e especialista em segurança no trânsito. Na volta à São Paulo, pode-se ainda descer a Serra da Graciosa, para pernoitar em Antonina (PR) e experimentar uma barreado.

Itajubá

Outro destino interessante para quem gosta de curvas e natureza é a Serra da Mantiqueira, que divide os Estados de Minas Gerais e São Paulo. Existem inúmeros caminhos que sobem e descem a cadeia de montanhas, mas uma das estradas mais interessantes para andar de moto fica no caminho de Itajubá (MG). “Pouca gente conhece essa estrada, que é um passeio legal para um bate e volta de um dia”, comenta o motociclista Gui Foster.

Para chegar até lá, basta seguir a Via Dutra e pegar a saída 53 para Lorena (SP). De lá, pegue a BR-459 em direção à Piquete (SP) e Minas Gerais. A dica é manter-se na BR e desviar para a cidade de Wenceslau Braz (MG). “Esse é o trecho menos movimentado e mais bonito, não pode perder”, completa Foster.

No retorno à capital paulista, existem diversas opções. A melhor e mais divertida delas é continuar até Piranguinho (MG) e pegar a rodovia MG-295, que passa pelos municípios mineiros de Brazópolis e Paraisópolis, antes de retornar ao Estado de São Paulo. “Por ali, ainda passa por São Bento do Sapucaí, Monteiro Lobato e chega-se a São José dos Campos”, finaliza o influencer.

Estrada Velha de Santos

Caso, você não tenha tanto tempo livre, mas quer andar em uma estrada histórica, a SP-148, também conhecida como a Estrada Velha de Santos, é uma boa pedida. Uma das estradas mais antigas do Brasil, o trecho de serra da Rodovia SP-148 estava bloqueado ao trânsito de veículos desde 1985. Contudo, a estrada foi reaberta para andar de moto em passeios organizados pela MotorRoad, agência especializada em experiência para motociclistas.

Atualmente, o roteiro percorre os 9 km da SP-148 a caminho do mar, ou seja, em direção ao litoral. O passeio inclui inúmeras curvas, belas vistas da Serra do Mar e monumentos históricos que podem ser visitados pelo caminho, como o Padrão do Lorena, o Rancho da Maioridade e o Pouso de Paranapiacaba.

Com velocidade limitada a 30 km/h no Parque Estadual, para não assustar os animais, o roteiro é mais de contemplação do que de emoção. Afinal, a geometria da via e as curvas fechadas não permitem desenvolver altas velocidades, além de não ser permitido. Os passeios acontecem mensalmente e os ingressos, que custam cerca de R$ 120, podem ser adquiridos no site da MotorRoad.