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6 cidades onde os pedestres são valorizados
Como municípios de diferentes tamanhos criaram soluções criativas para a caminhabilidade
3 minutos, 8 segundos de leitura
21/04/2020
A caminhabilidade diz respeito à estrutura e às facilidades que uma rua, cidade ou um bairro oferecem ao pedestre: calçadas mais largas e sem impedimentos para a passagem, uma boa iluminação pública e outras melhorias que tornem o percurso seguro e agradável (a inserção de canteiros e árvores é fundamental nesse aspecto).
Diversas cidades em todo o mundo já perceberam os benefícios de valorizar os pedestres e tomaram ações concretas pensando na qualidade do trajeto de seus moradores. Confira alguns casos.
1. Helsinque, Finlândia
A capital finlandesa é um exemplo de que, em matéria de urbanismo, os planos precisam ser pensados em longo prazo.
Desde já, a cidade se prepara para criar uma rede de bairros mais densa e conectada, que deve tomar sua forma final por volta de 2050. A ideia é que as pessoas encontrem trabalho, comércio, lazer, serviços públicos e — é claro — moradia na mesma região, sem precisar fazer grandes deslocamentos. Assim, é possível deixar o carro em casa (ou nem ter um) e se tornar apenas pedestre.
2. Hamburgo, Alemanha
A segunda maior cidade da Alemanha pretende criar múltiplas áreas verdes, que serão conectadas por eixos de mobilidade acessíveis a pé ou de bicicleta. Dessa maneira, os moradores poderão fazer longas caminhadas por trajetos bem agradáveis.
3. Nova York, Estados Unidos
Mesmo tendo um dos trânsitos mais caóticos do mundo, a metrópole pode dar lições de valorização dos pedestres. Nos anos 2000, o então prefeito Michael Bloomberg contratou a urbanista Janette Sadik-Khan para o Departamento de Transporte.
Ela focou seus projetos em diminuir o uso dos automóveis: fechou ruas para carros, reformou calçadas e praças — como a Times Square —, e criou uma rede de ciclovias com mais de 500 quilômetros de extensão. Com isso, Nova York se tornou a cidade com melhor caminhabilidade dos Estados Unidos, de acordo com o portal WalkScore, que avalia esse índice em todo o país.
4. Zurique, Suíça
Em 1996, a cidade proibiu a construção de estacionamentos, exceto em substituição aos já existentes; dessa forma, eles eram criados sempre em nível subterrâneo.
Os espaços que foram vagando na superfície foram ocupados por praças, áreas verdes e outras estruturas que tornam a cidade mais agradável para os pedestres. Com isso, Zurique conseguiu que 27% dos deslocamentos passassem a ser feitos a pé.
A administração municipal de Guangzhou, na China, reformou toda a orla do rio que corta a cidade para transformá-lo em um corredor verde com quase 100 quilômetros de extensão, conectando comércio, serviços e outras atrações.
6. Barcelona, Espanha
Para diminuir a circulação de carros e privilegiar os deslocamentos a pé, foram criadas superquadras, grandes blocos formados por nove quarteirões.
A primeira medida foi direcionar o fluxo de automóveis para fora desses espaços, com leis de trânsito que limitam a velocidade, e retirar os estacionamentos do nível da rua (há apenas os subterrâneos, como em Zurique).
Além disso, os interiores de cada superquadra receberam melhorias como praças, calçadas mais largas e áreas verdes para torná-las mais agradáveis para os pedestres.
O exemplo de Barcelona é especialmente interessante, pois a administração municipal implementou o conceito em toda a cidade, não apenas em bairros modelo ou áreas mais abastadas.
As superquadras se tornaram referência para gestores públicos de todo o mundo, inclusive no Brasil: em 2019, seus criadores estiveram em um congresso em Curitiba (PR) para debater o projeto.
Fonte: Business Insider, The Guardian, Mobilize, Vox, WRI Brasil.
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