Em participação na quarta-feira (14/06) no evento Conduzindo o Futuro da Eletrificação no Brasil, organizado pela Associação dos Veículos Automotores (Anfavea), com com apoio de WEG e Raízen, em Brasília (DF), Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, falou sobre medidas que impactam a mobilidade, entre elas o incentivo recente à compra de veículos populares e alternativas para uso de combustíveis limpos.
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O incentivo à indústria automobilística, como em outras ocasiões, apareceu com destaque.”A indústria é nosso desafio da neoindustrialização. Está lançado o desafio de voltarmos aos mais de 3 milhões de veículos”, disse Alckmin, se referindo ao recorde registrado em 2012, quando 3,8 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus foram emplacados.
De acordo com Alckmin, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) irá disponibilizar verba para centros de pesquisa e desenvolvimento brasileiros. “Temos este desafio na indústria automobilística, que é uma cadeia produtiva importantíssima, campeã na pesquisa, desenvolvimento e inovação. O BNDES vai disponibilizar R$ 5 bilhões ao ano, portanto quase R$ 20 bilhões em quatro anos, com TR para pesquisa, inovação e digitalização, para podermos avançar ainda mais”, declarou.
O vice-presidente também destacou o programa lançado ‘emergencialmente e transitoriamente’ pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva. “Ele destina R$ 700 milhões para renovação da frota de caminhões e R$ 300 milhões para a frota de ônibus, com o compromisso de retirarmos, para cada crédito tributário ofertado, um caminhão ou ônibus com mais de 20 anos de vida das vias, para fazermos a renovação da frota”, afirmou.
Incentivo para vendas de carros, medida criticada por especialistas em mobilidade, também foi uma medida mencionada. “O governo colocou R$ 500 milhões para dar um incentivo, um crédito tributário, baseado em três premissas: social – quanto menor o preço maior o estímulo – ambiental – quanto menos poluição, melhor a eficiência energética – e densidade industrial. A resposta está sendo boa, a procura nas concessionárias cresceu bastante e estamos otimistas com o trabalho”, disse Alckmin.
As diversas possibilidades que o Brasil tem em relação a combustíveis e fontes energéticas foram mencionadas, entre elas os benefícios do etanol e do motor flex, que estão completando 20 anos. “O etanol, do ‘poço à roda’, é quase semelhante a um carro elétrico. Nossa gasolina tem quase 27% de etanol, o que o mundo não tem, e ainda há estudos para chegarmos a 30%”, disse.
Alckmin também mencionou o diesel B12 utilizado no País, ou seja, que tem em sua composição 12% de biocombustível, e que a expectativa é a de alcançar 15% até 2026. “Temos opções de energia limpa, com o etanol, temos a possibilidade do híbrido – etanol e elétrico – temos o elétrico puro, e ainda, no caso dos caminhões, é possível usarmos o biometano. Temos inúmeras alternativas”, afirmou.
De acordo com Alckmin, a Anfavea irá participará do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). “Paraestabelecermos uma boa política para a neoindustrialização brasileira, baseada na descarbonização, na sustentabilidade e na eficiência”, finalizou.
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