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Aliança Renault e Nissan corre risco por causa de conflitos entre as marcas

Por: Vagner Aquino, Especial para o Jornal do Carro . 27/12/2022
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Aliança Renault e Nissan corre risco por causa de conflitos entre as marcas

Renault e Nissan buscam acordo para reestruturar aliança em meio a discordância sobre investimentos em veículos elétricos e desequilíbrio de poder

3 minutos, 12 segundos de leitura

27/12/2022

Por: Vagner Aquino, Especial para o Jornal do Carro

Aliança entre Renault e Nissan já tem mais de 20 anos e, desde 2016, incluí a Mitsubishi Motors. Crédito: Renault/Nissan/Divulgação

A reestruturação da Aliança Renault-Nissan está em debate desde o início de 2022. As montadoras são parceiras há mais de 20 anos e negociam a renovação do acordo. Além disso, em 2016 a japonesa passou a controlar a Mitsubishi, que virou integrante do grupo. Mas o acordo está estremecido. Recentemente, Renault e Nissan revelaram que devem fazer um importante anúncio em breve. Entretanto, três fontes ligadas ao grupo afirmaram à agência de notícias Reuters que as discussões estão longe de chegar a uma conclusão. Há impasses para a renovação da aliança dos dois lados.

Segundo fontes, a Renault espera que a Nissan invista na Ampere, braço de veículos elétricos da francesa. Por outro lado, a japonesa quer reequilibrar a estrutura do grupo. Essa reformulação envolve a venda de parte da participação de 43% que a Renault detém em ações da Nissan.

Segundo a Reuters, no dia 29 de novembro o presidente do Grupo Renault, Jean-Dominique Senard, disse que estava otimista sobre um acordo. Tanto em relação à reestruturação de sua parceria quanto sobre a participação da Nissan na divisão de elétricos da francesa. Entretanto, o executivo não quis falar sobre um possível anúncio nem adiantar qualquer ponto da negociação.

Conclusão deve ficar para 2023

Até o momento, nada foi assinado. Entretanto, Seja como for, há fortes rumores de que Nissan e Renault vão divulgar detalhes do acordo nas próximas semanas. De início, uma primeira reunião teria ocorrido no dia 7 de dezembro. Porém, a conclusão das negociações pode levar tempo.

A princípio, o compartilhamento dos direitos intelectuais de suas contribuições tecnológicas é uma das principais preocupações da Nissan. A posição dominante da Renault na aliança é fonte de insatisfação de executivos da fabricante japonesa há bastante tempo. Inclusive, a Nissan não teria direito a voto nas discussões de estratégias da Renault.

Segundo a imprensa internacional, enquanto isso a Renault continua a todo vapor na formação de novas parcerias. Recentemente, a francesa anunciou várias ações para descarbonizar suas fábricas. Além disso, firmou aliança com a também francesa Airbus para desenvolver baterias de estado sólido. A expectativa é de que a reformulação passe a valer no início de 2023.

Novo ASX é um Renault Captur com emblema da marca japonesa; Foto: Mitsubishi

Mudanças na Mitsubishi

A Aliança inclui a Mitsubishi Motors. Em 2016, a Nissan comprou 34% das ações da marca, que passava por apuros. Assim, fez como a Renault, que salvou a Nissan da falência, em 1999. Entretanto, desde o fim de 2018 a Aliança está sob risco. Naquele ano, o então CEO do grupo, Carlos Ghosn, foi preso no Japão. Os japoneses estão insatisfeitos principalmente com o fato de a Renault ter o maior poder do grupo.

Ou seja, a Renault tem 43% de participação da Nissan. Ou seja, na prática, a Mitsubishi apenas assiste enquanto as duas grandes brigam por poder. Além disso, a Renault quer ampliar seu acordo com a Geely, que é dona da Volvo. Mas a Nissan não quer compartilhar tecnologias e patentes com a empresa chinesa.

Em janeiro de 2022, foi anunciado um plano estratégico que inclui a aproximação das três marcas nos próximos anos. Após um longo período com projetos separados, a ideia é acelerar o desenvolvimento conjunto de plataformas. Sobretudo para os veículos elétricos. Como resultado, a meta é lançar 35 novos modelos eletrificados até 2030. Bem como cinco plataformas até 2027. Para isso, o investimento total deve ser de cerca de ? 23 bilhões. Ou seja, uns R$ 127 bilhões, na conversão direta.

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