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Aplicativos de carona veem crescer número de usuários

Por: Mateus Apud . 25/08/2019
Mobilidade para quê?

Aplicativos de carona veem crescer número de usuários

Com economia compartilhada e trânsito em alta, aplicativos como Bynd e Zumpy enxergam espaço para expansão dos negócios

4 minutos, 12 segundos de leitura

25/08/2019

Homem jovem de óculos, barba, cabelo cacheado e camisa azul sorri sentado em um sofá.
Gustavo Gracitelli, fundador da Bynd, plataforma que proporciona caronas corporativas. Foto: Marco Torelli

Trânsito intenso, estacionamento e combustível em alta, emissão de CO2 no ambiente, restrições de rodízio e muitos carros andando pelas cidades com apenas uma pessoa: o motorista. Há alguns anos, por um ou mais desses motivos citados, empreendedores vêm aprimorando e ampliando aplicativos de carona a partir dos carros de pessoas físicas, com o dono do carro sendo o motorista em questão.

Nesse nicho da economia compartilhada, startups de mobilidade urbana como Bynd, BlaBlaCar, Zumpy e Waze Carpool fazem negócio a partir das caronas compartilhadas pelo aplicativo, em que estão cadastrados os usuários (tanto o dono do carro quanto os caroneiros, que pagam e recebem pelas corridas compartilhadas). Apenas no caso da Bynd, o aplicativo faz a operação direto com grandes empresas, que oferecem o app aos seus funcionários – assim, estes não pagam nada.

Diferentemente de aplicativos como Uber e 99, nessas plataformas de carona o motorista traça sua rota e o algoritmo identifica potenciais passageiros cadastrados que vão para o mesmo lugar. Se houver combinação, a carona é realizada e o aplicativo calcula o preço da viagem, baseado na divisão dos gastos da mesma.

“Compartilhar é uma tendência, principalmente olhando para a nova geração, pois ela tem uma pegada mais conectada e disposta a compartilhar. É algo que ainda está sendo aprimorado, mas tem mercado para crescer”, diz Guillermo Petzhold, especialista em mobilidade urbana do instituto de pesquisas WRI, que tem foco em desenvolvimento sustentável. “Já vemos cidades avançando muito na questão da mobilidade sustentável.”

Para ajudar a fomentar o setor, a Bynd começou a operar em 2016, criada após uma viagem de cinco amigos de São Paulo até o Alaska, do Alaska até Ushuaia (Argentina) e de Ushuaia de volta para São Paulo de carro. “Foi uma experiência de economia compartilhada na veia”, diz o cofundador da empresa Gustavo Gracitelli. “Na volta, começamos a reparar em carros vazios e muito trânsito. E percebemos que havia um problema sério nas empresas, pois elas gastam muito com vagas, fretado, vale-combustível, vale-transporte.”

No mês passado, a Bynd foi uma das 10 startups selecionadas para participar do programa de aceleração da Estação Hack, do Facebook em parceria com a Artemisia, que atua no fomento de empreendedorismo de impacto social. Serão seis meses aprimorando o modelo de negócios, em residência no endereço do Facebook na Avenida Paulista.

Hoje, no Brasil inteiro são 17 clientes (crescimento de 89% em relação ao primeiro semestre de 2018) e 38 mil usuários. A meta é chegar ao fim do ano com 22 corporações clientes e 42 mil usuários. “É um grande desafio, pois se trata de uma questão de cultura do brasileiro de ter um carro próprio.”

A mineira Zumpy, que entrou no mercado em 2015, também está em fase de aprimoramento do negócio para ter maior escala. Como plataforma de caronas solidárias, chegou a 200 mil usuários em todo o Brasil e agora segue em fase de testes em Belo Horizonte. “Estamos testando o modelo aqui para voltar a atuar no Brasil inteiro”, conta o CEO da Zumpy, André Andrade.

No aplicativo, o passageiro define os dias e horários em que precisa de caronas e a plataforma o junta com um motorista que consiga atendê-lo com regularidade. “Qualquer um pode ser o motorista, desde que assuma o compromisso de transportar as pessoas todos os dias no horário e na rota programada. Assim, os preços são sempre os mesmos.”

No caso da BlaBlaCar, multinacional francesa que chegou ao Brasil em 2015, o motorista também divide seu tempo e seu carro dando caronas, mas nesse caso para viagens intermunicipais. “Com a plataforma, o motorista pode economizar até 75% dos custos da viagem. Já o passageiro tem uma viagem mais rápida e em geral de 30% a 50% mais barata que o ônibus”, diz o diretor-geral da empresa no Brasil, Ricardo Leite.

Presente em 22 países com mais de 80 milhões de usuários, aqui no Brasil a plataforma já conta com mais de 5 milhões de usuários. O País é o terceiro maior mercado da empresa e onde o aplicativo mais cresceu nos últimos quatro anos.

Mais novo é o Waze Carpool, que acaba de completar um ano e oferece serviço de carona para todos os usuários do Waze que se cadastram na modalidade. O aplicativo permite que o motorista dê carona para até quatro passageiros com rotas parecidas e, em troca, ele recebe uma ajuda de custo, que varia de R$ 4 para trajetos com menos de 5 km e R$ 10 para rotas com menos de 40 km.

Apenas de janeiro a julho deste ano, a startup israelense viu crescer 360% o uso do Carpool no Brasil. Em 40% dessas caronas, há mais de dois passageiros.

* Estagiário sob a supervisão do editor de Suplementos, Daniel Fernandes

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