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Brasil está preparado para liderar o mercado global de bioenergia

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Mobilidade para quê?

Brasil está preparado para liderar o mercado global de bioenergia

Estamos prontos para mostrar ao mundo como crescer social e economicamente enquanto se preserva o meio ambiente

3 minutos, 43 segundos de leitura

19/11/2024

mercado de bioenergia e combustíveis no Brasil
O etanol na matriz de combustíveis do Brasil evitou a emissão de mais de 660 milhões de toneladas de CO2. Foto: Stock Adobe

A redução das emissões de carbono é um dos temas mais importantes da humanidade neste século. Se desejamos um planeta habitável e seguro, precisamos da união de todas as nações para conter o aquecimento global, já que não existem fronteiras quando se fala em sustentabilidade. O planeta é um organismo vivo e conectado, portanto o que acontece aqui se reflete no outro hemisfério. Esse delicado equilíbrio ecológico reforça ainda mais a necessidade de unir forças para preservar o meio ambiente visando as gerações futuras.

Neste cenário, o Brasil desponta como destaque global na vanguarda da produção de energia limpa. Se um dia fomos o “país da Amazônia”, quando o tema é sustentabilidade, hoje somos também o “país da bioenergia” com o etanol, o biometano, biodiesel, hidrogênio e as diversas fontes de bioenergia que vão ajudar a descarbonizar a matriz energética do planeta. Desde a introdução do etanol anidro na gasolina em 1931, o País tem mostrado liderança contínua no setor de bioenergia

Economia circular

Em 2023 o etanol anidro misturado à gasolina e o etanol hidratado consumido diretamente pelos veículos flex, equivalentes a mais de 85% da frota, foram responsáveis por quase 45% de toda demanda energética por combustíveis leves no País. Esses dados fazem parte do estudo inédito Trajetórias tecnológicas mais eficientes para a descarbonização da mobilidade, encomendado pelo MBCB (Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil).

Desde 2003, a presença de etanol na matriz de combustíveis do Brasil evitou a emissão de mais de 660 milhões de toneladas de CO2, equivalente ao plantio de quase 5 bilhões de árvores por 20 anos (Unica)

Em outra frente, a transformação da biomassa em biocombustíveis, alimentos e energia demonstra a eficiência da inovação e a sustentabilidade da economia circular no Brasil. As usinas de cana-de-açúcar, por exemplo, reaproveitam resíduos como bagaço e palha para produzir bioeletricidade, biogás e biometano, otimizando a conversão de energia capturada no campo em formas úteis para a sociedade, principalmente na mobilidade sustentável. O mesmo mecanismo de economia circular para a produção de biocombustíveis e bioenergia pode ser aplicado com os resíduos dos animais da indústria de proteína, com a elevação do biogás oriundo dos aterros sanitários, além de diversas outras fontes de produção de biocombustíveis a partir do agronegócio. 

Mundo de olho na COP30

A importância da bioenergia nacional se tornará ainda mais evidente no futuro, também no contexto geopolítico. Quem tem energia tem independência, sendo um tema crucial para a segurança nacional. Neste cenário, o Brasil com sua rica biodiversidade e inovação tecnológica, está em uma posição única para liderar essa transformação. 

Com décadas de experiência, setor industrial robusto, inovador e um compromisso firme com a sustentabilidade, o País tem todas as ferramentas necessárias para liderar a revolução da bioenergia. A promoção de novas tecnologias como o SAF e o biometano é apenas o começo. 

O mundo está de olho no Brasil, especialmente porque sediaremos, em novembro de 2025, no Pará, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). O evento deve reunir mais de 40 mil visitantes durantes os principais dias de conferência. Por conta de sua importância, o próprio BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) abrirá um escritório de projetos para que o Pará consiga acelerar a aplicação de US$ 300 milhões em políticas de descarbonização e obras de infraestrutura, reforçando o programa de transição  para zero emissões de gases poluentes até 2050 no estado.

Em 2022, o Brasil foi o quinto maior emissor de gás carbônico no mundo, com 4% das emissões. Mas nosso País pode ser o primeiro emissor de gás carbônico a zerar suas emissões, bioenergia no Brasilprincipalmente se focar na redução dos desmatamentos e na transitoriedade energética para fontes renováveis. Estamos prontos para mostrar ao mundo como crescer social e economicamente enquanto se preserva o meio ambiente. Este é um chamado à ação para que outras nações sigam o exemplo brasileiro e contribuam para um planeta mais verde e seguro para todos.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

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