Somente 12,4% da malha rodoviária brasileira é pavimentada, segundo pesquisa de Rodovias da Confederação Nacional do Transporte. Com isso, as estradas de terra dominam o país. Justamente por isso, as motos trail têm feito sucesso no Brasil. O segmento trail já é o segundo mais vendido em 2022, atrás das motos urbanas (street), com mais de 20% do mercado.
Com rodas raiadas, suspensões com curso mais longo e posição de pilotagem ereta, as motos trail, antigamente chamadas de “cidade-campo”, oferecem mais segurança e conforto para quem vai rodar na terra. Ou até mesmo em nossas malcuidadas ruas e avenidas.
Para quem procura uma moto com essa proposta, existem diversas opções no mercado. Elaboramos uma lista com cinco motos trail, que custam até R$ 20 mil*, para você escolher a sua; confira!
De olho em uma fatia desse segmento, a Shineray apresentou recentemente a SHI 175. A nova trail tem no preço seu principal argumento de vendas. A SHI 175 é a trail mais barata de nossa lista. De origem chinesa e montado em Pernambuco, o modelo tem motor de 173 cm³ que produz 14,2 cv de potência, mas ainda alimentado por carburador. Por isso, o preço inferior às concorrentes, todas injetadas.
A SHI 175 tem visual “inspirado” nas BMW GS, com farol e iluminação de LED, o que confere um ar de modernidade. Por outro lado, seu painel analógico tem design ultrapassado.
Com rodas raiadas, aro 19, na dianteira, e 17, na traseira, a SHI tem garfo telescópico e monoamortecedor, na traseira, mas a marca não divulgou o curso. Os freios são a disco nas duas rodas e, presume-se, tenham sistema combinado, uma exigência da legislação brasileira.
Seu peso a seco é de 137,4 kg, maior que Bros e Crosser, as mais vendidas do segmento. Já o tanque de combustível tem capacidade para 15 litros.
Terceira moto mais vendida do Brasil, a Bros, não por acaso, usa o mesmo motor da CG 160. Dois fatos que, por si só, são bons argumentos de quem opta pela trail da Honda. Afinal, sua mecânica é confiável e é fácil de encontrar peças de reposição.
O motor de um cilindro, 162,7 cm³, produz 14,7 cv de potência – um pouco menos dos que os 15,1 cv da CG. Um diferencial é o fato de ser bicombustível, ou seja, pode ser abastecido com etanol ou gasolina, em qualquer proporção.
Precursora das trail mais “urbanas”, a Bros foi a primeira a adotar roda de 19 polegadas na dianteira – isso porque as trail “puro-sangue” costumam ter aro 21. Essa sacada da Honda fez com que o assento da Bros não ficasse tão alto (836 mm do solo) e o modelo ficou acessível a mais motociclistas brasileiros. Tornando, assim, a Bros um sucesso de vendas e sendo “copiada” pelas concorrentes.
Em sua última atualização, a Bros ganhou um design mais sofisticado, com linha angulosas, e sanfonas nas bengalas dianteiras. Seu painel é do tipo blackout e totalmente digital, mas a trail da Honda não tem LEDs.
Equipada com freio a disco em ambas as rodas, a Bros 160 tem sistema combinado (CBS). Suas suspensões tem garfo telescópico, na frente, com 180 mm de curso, e amortecedor fixado por links na balança traseira, com 150 mm de curso. O peso seco é de 122 kg.
A Honda oferece três anos de garantia na Bros 160. Sua grande vantagem é a ampla rede de concessionárias e sua liquidez, ou seja, é uma moto “fácil de vender”.
Também procurando aproveitar o bom momento do segmento trail, a chinesa Haojue lançou no início deste ano a NK 150. Com visual que até lembra as antigas Honda Bros, a NK 150 tem motor injetado, apenas a gasolina, e segue a mesma receita de trail urbana.
O propulsor de 149 cm³, arrefecido a ar, produz 12 cv de potência máxima. Por ter menos capacidade, o motor têm desempenho pior que a trail da Honda. Seu câmbio tem cinco marchas e a transmissão final é feita por corrente, como as principais concorrentes.
A trail da Haojue, porém, usa disco apenas no freio dianteiro. Na traseira, há um freio a tambor. Entretanto, a NK 150 oferece freio ABS na dianteira – uma vantagem sobre a Bros.
Com visual agradável, a NK 150 ainda oferece painel totalmente digital e uma entrada USB, para carregar o smartphone, do lado direito do guidão. Farol, lanterna e piscas usam as tradicionais lâmpadas halógenas.
Com tanque de 12,2 litros, o peso da Haojue NK 150 é de 139 kg, já pronta para rodar. Com características interessantes e preço intermediário, a trail de origem chinesa éuma opção interessante para quem quer fugir das mais vendidas Bros e Crosser.
Com o motor de maior capacidade a Dafra NH 190 é a trail com melhor desempenho em nossa lista. Seu motor de 183 cm³ tem arrefecimento líquido e produz bons 18 cv de potência máxima. Para aproveitar melhor essa força, a trail da Dafra tem câmbio de seis marchas.
Suas rodas raiadas também têm as medidas das trail urbanas (19 e 17), mas suas suspensões oferecem menos curso do que as concorrentes. O garfo telescópico dianteiro tem 135 mm de curso e o monoamortecedor traseiro, 145 mm. O que mostra que a NH 190 gosta mais de asfalto do que de terra.
Por outro lado, seu banco é baixo e confortável para trajetos mais longos. Mas o tanque comporta apenas 11 litros de gasolina. O peso a seco da NH 190 é de 141 kg.
O modelo ainda tem iluminação full-LED e painel digital. Outro ponto positivo da trail da Dafra é a entrada USB de série.
Um dos modelos mais vendidos da Yamaha atualmente, a Crosser usa o bom motor de 150 cc, flex, que também equipa a Factor e Fazer 150 e oferece 12,4 cv quando abastecido por etanol. O modelo também se destaca por oferecer freio ABS, na roda dianteira, e disco na traseira, uma das razões para o preço maior do que as concorrentes.
A Crosser teve seu design renovado no início deste ano, quando as duas versões – S e Z – ganharam um novo conjunto óptico com canhão de LED e iluminação diurna. As versões só se diferenciam pelo para-lama: mais baixo, na versão S, e mais alto, na Z. O preço também varia: a Crosser 150 S sai por R$ 18.790, enquanto a Crosser 150 Z, por R$ 18.990.
A trail de 150 cc da Yamaha, aliás, trouxe uma novidade para o segmento. A Crosser 2022 vem com tomada 12V que permite carregar o smartphone. Seu painel também é totalmente digital.
Na parte ciclística, também segue a receita de trail urbana. Rodas raiadas, aro 19 e 17, na frente e atrás, com boas suspensões de longo curso. O diferencial da Crosser fica mesmo por conta do sistema ABS, mas apenas na roda dianteira.
Seu tanque tem capacidade para 12 litros de gasolina o etanol. A Yamaha só divulga seu peso já abastecida e com os fluidos: 137 kg pronta para rodar.
* Todos os valores representam o preço público sugerido pelas fabricantes e não incluem taxas, como frete e seguro. Também podem variar dependendo do Estado em função dos impostos.