Cada proprietário deve ser um embaixador das vantagens de carros não poluentes

Rodrigo de Almeida: "Nosso maior objetivo é deixar um legado para as gerações futuras". Foto: Arquivo Pessoal

09/02/2021 - Tempo de leitura: 3 minutos, 22 segundos

Mais econômico para rodar e para manter, melhor dirigibilidade e, principalmente, benéfico para o meio ambiente. Este último ponto é, sem dúvida, o que mais move o empresário Rodrigo de Almeida ao levantar, cada vez mais, a bandeira dos carros não poluentes não só como alternativa mas como necessidade. “Defender um carro que não polua e fomentar a geração e o abastecimento de uma energia limpa são a minha parte para deixar um legado para as gerações futuras”, explica o também vice-presidente da Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores (Abravei).

A preocupação ambiental sempre existiu e seu entusiasmo diante dos modais não poluentes tem sido crescente desde 2015, quando utilizou pela primeira vez uma bike elétrica para rodar nas ruas da capital paulista. Por essa época, depois de um test drive com o BMW i3, se encantou definitivamente com o modelo. Porém, um carro elétrico ainda não cabia no bolso. “Com o fim do imposto de 30% e depois de alguns incentivos fiscais, deixei de lado de vez os modelos a combustão e consegui, no ano seguinte, negociar a compra de um BMW i3”, lembra.

A experiência se mostrou tão vantajosa que, ao trocar de carro, a opção sempre foi pela versão elétrica. Em seu terceiro veículo dessa categoria, Almeida foi o primeiro proprietário no Brasil de um Chevrolet Bolt, em março do ano passado. Apaixonado por essa tecnologia, a escolha se deu pela relação custo/benefício – para ele, a melhor oferta disponível no mercado nacional. “Percorri 533 quilômetros com uma só carga e fui referência de uso porque a autonomia do Bolt é de 500 quilômetros”, conta. 

Em menos de um ano, o agora morador de Brasília já realizou sete viagens para São Paulo. Na capital federal, tem muita facilidade em abastecer: a cidade possui 60 pontos públicos gratuitos, fora os comerciais. “A recarga urbana não é problema. Mas gostaria muito de poder pagar por elas nas estradas, onde ainda falta infraestrutura. Por isso, as paradas têm que ser muito bem calculadas.” 

Condução mais cuidadosa

Para Almeida, o carro elétrico promove, ainda, uma direção bem mais consciente. “Dispensa aceleração desnecessária, até mesmo porque o objetivo é poupar a bateria”, explica. Com isso, ele acredita que o modelo não deva ser considerado um híbrido na cotação dos valores de seguro. “Com veículos 100% elétricos, as pessoas rodam de forma mais cautelosa e dificilmente acontecem sinistros.”

Outra grande vantagem é antecipar as frenagens, o que desgasta menos as pastilhas dos freios. “As do meu carro estão novas, pois uso muito pouco os freios, e não tenho gastos com trocas de óleo, filtros e fluidos e outras manutenções”, detalha. “As duas que fiz (10 mil e 20 mil quilômetros) foram para o rodízio de pneus e inspeção, a custo zero. Isso não é nenhuma vantagem para o pós-venda de concessionárias tradicionais.”

De acordo com o vice-presidente da Abravei, embora o uso dos veículos não poluentes já esteja amplamente difundido em outros países, no Brasil ainda soa como “disruptivo” – o que talvez explique os poucos incentivos à mobilidade elétrica, não só para a venda mas também para a produção local de veículos movidos 100% a energia limpa. “O modelo a combustão é uma tecnologia defasada em outros países, mas que está ‘encolhendo’, inclusive para exportação”, comenta. 

Mas como o carro individual ainda deve ser usado por um bom tempo, o vice-presidente quer mesmo é que todos conheçam um modelo que não polua, facilmente abastecido com uma recarga de baixo valor. “As pessoas estão ávidas para saber como funciona. Por isso, neste momento ainda embrionário do veículo elétrico, cada proprietário tem que ser um embaixador para divulgar todos os benefícios dessa nova mobilidade.