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Carro elétrico. Estudo indica que 77% dos veículos vendidos em 2040 serão movidos a bateria

Por: Mário Sérgio Venditti . 14/11/2023

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Carro elétrico. Estudo indica que 77% dos veículos vendidos em 2040 serão movidos a bateria

Análise da consultoria Bain & Company leva em conta o mercado global. O Brasil ainda está longe dessa realidade

5 minutos, 26 segundos de leitura

14/11/2023

Por: Mário Sérgio Venditti

Carro elétrico sendo carregado na Europa
Mercados como o europeu já estão bem mais adiantados que o Brasil na eletrificação de seus veículos. Foto: Getty Images

Até 2040, 77% dos veículos vendidos no mundo serão elétricos. Esse é o resultado do estudo feito pela consultoria Bain & Company em junho passado. Ainda que muitos países já tenham estabelecido 2035 como a data limite para o fim da produção dos automóveis com motor a combustão, esse tipo de propulsão ainda seguirá existindo nos mercados por mais algum tempo. 

Dessa forma, ele perderá cada vez mais espaço devido aos incentivos governamentais e à expansão de infraestrutura de recarga, que dará mais segurança ao consumidor na decisão da compra. Atualmente, os veículos elétricos leves respondem por 13% das vendas globais. “O ritmo de crescimento no segmento será bem mais acelerado do que hoje”, explica Carlos Libera, sócio da Bain & Company, em entrevista dada ao Mobilidade no início de novembro. 

Ele conta que, até 2025, o volume comercializado subirá apenas um ponto percentual e, a partir daí, o aumento será exponencial. “Em 2030, o carro elétrico representará 35% das vendas mundiais. Número que saltará para 61% em 2035 e 77% em 2040. Essa escalada, no entanto, poderá ser ainda maior, dependendo do avanço das regulações, da tecnologia das baterias e da estratégia de produção das montadoras.” 

Segundo a análise da Bain & Company, a predominância dos veículos elétricos se dará pela maior aceitação dos usuários dessa tecnologia, pela ampliação da oferta de modelos, pela redução global do preço da bateria e pelo desenvolvimento da infraestrutura de carregamento rápido, com manuseio amigável e custos que tendem a cair.

“Entre 2025 e 2030, deveremos atingir a paridade de preços entre os veículos elétricos e os a combustão na maior parte dos mercados e dos segmentos”, diz.

Sem pressa no Brasil

Para chegar a esses resultados, a consultoria levou em conta informações como vendas atuais de carros elétricos no mundo, curva de crescimento e planejamento das fabricantes. Depois, ela cruzou os dados e fez as projeções. 

Libera alerta ser preciso analisar o estudo com uma lupa em mercados como o Brasil. “Dependendo da matriz energética do país, a migração para o automóvel movido a eletricidade não é necessariamente a melhor escolha”, salienta.

“O programa do etanol está consolidado aqui e sua adoção causa menos impactos ao meio ambiente, se comparada a outros países, que precisam do carvão para produzir energia elétrica para seus carros. Portanto, a pressão pela descarbonização no transporte é atenuada.”

A previsão da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) é que sejam emplacados cerca de 80 mil veículos eletrificados em 2023. O mercado está fortemente concentrado nas regiões Sul e Sudeste e, por essa razão, a infraestrutura de recarga evolui muito mais nesse corredor.

“Como o Brasil tem dimensões continentais, a limitação da autonomia dos carros se impõe como uma barreira para o consumidor”, salienta Libera.   

Além da infraestrutura incipiente, o Brasil precisa resolver outros quatro desafios, segundo o estudo da Bain & Company:

1 – Acelerar os incentivos para veículos elétricos, a fim de alcançar a escala mínima nos mercados;

2 – Alcançar a competitividade fiscal, trabalhista e logística diante da forte concorrência de países da América Latina, como o México;

3 – Desenvolver a cadeia de abastecimento, incluindo itens como conectividade e motores para veículos elétricos;

4 – Adaptar-se às rápidas mudanças que acontecem em tecnologias de produção e digitalização.

Mesmo que esses desafios sejam superados, Libera acredita que os preços elevados espantarão o interesse do consumidor. “Os carros elétricos disponíveis no Brasil são de categoria premium, ao passo que os modelos mais vendidos por aqui são de massa, com preços mais acessíveis. Essa discrepância precisa diminuir”, afirma. 

Na visão da Bain & Company, enquanto a eletrificação brasileira estiver descolada da realidade europeia, os automóveis híbridos assumirão o protagonismo no mercado e um papel fundamental para a transição entre as tecnologias. “O país tem uma oportunidade única de se estabelecer como um centro de desenvolvimento das tecnologias híbrida e de combustão de baixo carbono. Pode, até mesmo, ser o fornecedor para regiões onde os veículos elétricos não apresentam uma curva de adoção tão rápida”, completa Libera. 

“Os carros elétricos disponíveis no Brasil são de categoria premium, ao passo que os modelos mais vendidos por aqui são de massa, com preços mais acessíveis. Essa discrepância precisa diminuir.”

Carlos Libera, sócio da Bain & Company

Novo VW ID Buzz elétrico terá suporte da GreenV

Startup ficará responsável pela venda ou aluguel do carregadores da IB Buzz (acima). Foto: Divulgação VW

Uma das receitas para expandir a infraestrutura de recarga no Brasil são as parcerias entre as fabricantes e as empresas especializadas em soluções tecnológicas para eletromobilidade. É o caso da GreenV e da Volkswagen, que acaba de lançar o veículo elétrico ID Buzz, uma espécie de releitura da Kombi, que saiu de linha há dez anos.

A parceria estratégica prevê a exclusividade na venda e no aluguel de carregadores para os clientes da marca. O novo modelo foi desenvolvido sobre a plataforma MEB, dedicada a carros elétricos, e vem equipado com motor de 150 kW (o equivalente a 204 cv de potência) e bateria de 77 kWh. Segundo a Volkswagen, a autonomia chega a 420 quilômetros.

A GreenV fica responsável pela tecnologia dos carregadores que alimentarão o ID Buzz. Além disso, o carregador wallbox de 7,4 kW passa a ser oferecido por R$ 7.650, ou R$ 600, em caso de aluguel.

“O acordo dará todo o suporte aos consumidores e vai impulsionar o projeto de eletrificação da marca nos próximos anos no Brasil”, diz Junior Miranda, CEO da GreenV.

Essa não é a primeira vez que a GreenV entra em acordo com o Grupo Volkswagen. Com a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), ela atendeu os clientes do VW e-Delivery, o primeiro caminhão elétrico produzido por aqui. A parceria contemplou o desenvolvimento de um projeto e a execução da infraestrutura necessária para a instalação de carregadores nas concessionárias e na garagem dos frotistas.

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