A empresa de soluções de energia Go Electric se prepara para inaugurar, em setembro, uma estação de recarga ultrarrápida para veículos eletrificados no km 29 da Rodovia Anchieta (SP-150), uma das mais movimentadas do País, no distrito de Riacho Grande, em São Bernardo do Campo (SP).
O novo posto será uma oportunidade de os motoristas recarregarem as baterias de seus automóveis leves elétricos e híbridos durante a viagem para a Baixada Santista ou na volta dela.
A rigor, o futuro hub é uma espécie de extensão do ponto de recarga para veículos pesados já existente no trevo de Riacho Grande. Isso porque a Gol Electric atendeu a uma solicitação urgente de um operador logístico, que precisava de uma estação que ligasse a fábrica em Caçapava (SP) e o centro de distribuição em São Bernardo do Campo.
“Depois de transportar as mercadorias percorrendo o Rodoanel Mario Covas, os veículos pesados da companhia fazem a descarga em São Bernardo e necessitam de um local para realimentar a bateria e retornar ao local de origem”, explica Danilo Guastapaglia, CEO da Go Electric.
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Assim, a empresa criou, em maio passado, o ponto na Anchieta para veículos elétricos de carga e que servem também para os modelos da JAC Motors, pois a conexão é compatível. “Por isso, muitos motoristas de aplicativos que dirigem JAC serão igualmente beneficiados”, destaca.
O hub de recarga funcionará em anexo a um posto de combustível convencional e possuirá seis pistolas de conexão ultrarrápidas (DC) e duas para automóveis híbridos (AC). Segundo Guastapaglia, o usuário pagará entre R$ 2 e R$ 2,20 o quilowatt/hora.
O investimento da Go Electric ficará na ordem de R$ 1 milhão, mas uma peculiaridade técnica vai gerar uma economia de cerca de R$ 200 mil na implementação do hub. “Estamos aproveitando a infraestrutura elétrica deixada por um sistema de abastecimento de GNV (gás natural veicular), que foi descontinuado”, revela.
O executivo conta que o GNV sofre oscilação de temperatura, que provoca perda em relação ao que o prestador de serviço compra e o que entrega na bomba. “Ele acaba tendo de absorver essa defasagem nos valores e nem sempre vale a pena”, explica.
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Para Guastapaglia, prospectar bombas de GNV e substituí-las por pontos de recarga para carros elétricos pode ser um novo modelo de negócio no setor da eletromobilidade, porque evita gastos com infraestrutura elétrica já montada no local.
“Basicamente, trocamos só o compressor por um transformador do equipamento de recarga. Com isso, conseguimos baixar o custo financeiro e ganhamos tempo”, ressalta.
A rede do novo hub na Rodovia Anchieta terá à disposição 300 kW/h e será capaz de atender até 120 automóveis leves por dia ao longo de 24 horas de funcionamento.
Atualmente, a Go Electric possui três estações de recarga em operação. Além da unidade da Anchieta, ela pretende abrir em agosto uma em Caçapava, na altura do km 130 da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), que ajudará os motoristas de veículos elétricos na viagem de São Paulo ao Rio de Janeiro ou que circulam entre os municípios do Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo.
Os planos da empresa são ambiciosos. Ela pretende estrear mais 15 eletropostos até o final do ano, como parte de seu plano de expansão.
“Todos estarão em pontos estratégicos para veículos leves e de carga, com multiplicidade de conectores ultrarrápidos e possibilidade de pagamento por aplicativo”, garante Guastapaglia.
Três dessas estações estão com os estudos praticamente finalizados e terão foco no centro da cidade de São Paulo, com prioridade para automóveis eletrificados leves e com 12 conexões cada um, além da estrutura de banheiros e lanchonete.
“Sabemos que a dor dos motoristas de carros elétricos é encontrar infraestrutura de recarga de qualidade e rápida, que o tranquilize na hora de encarar uma viagem”, ressalta o CEO. “Um único conector em um ponto específico não atende a demanda. O que fazemos é levar os equipamentos até ele para completar o trajeto sem sustos.”
Marcopolo faz crash test inédito com ônibus elétrico
A fabricante de carrocerias de ônibus Marcopolo realizou um crash test inédito no Brasil com seu ônibus 100% elétrico Attivi Integral. O impacto traseiro teve o objetivo de assegurar alto índice de segurança passiva.
“O resultado demonstrou que a estrutura do veículo oferece resistência a batidas acima do exigido pelas normas vigentes, sem danos às baterias e sem risco algum para os ocupantes do veículo”, afirma Luciano Resner, diretor de engenharia da empresa.
Segundo Resner, a Marcopolo fez o crash test para se certificar de que ao Attivi oferece elevados padrões de segurança aos passageiros e aos operadores. “Afinal, é no trânsito urbano que ocorre a maior incidência de colisões traseiras”, explica.
Na maioria dos casos, os ônibus elétricos têm sua utilização nas cidades e as baterias são normalmente instaladas na parte traseira. Por isso, a Marcopolo desenvolveu uma estrutura interna capaz de absorver a energia do impacto e garantir a inviolabilidade do conjunto de baterias.
Por meio de simulação de computadores, os engenheiros construíram uma estrutura resistente na traseira do Attivi, imune a impactos e sem que a sua deformação atingisse o conjunto de baterias. O Attivi Integral possui tecnologia nacional, motor elétrico de 350 kW de potência e autonomia entre 250 e 280 quilômetros.