carro eletrificado é desconhecido pela maioria dos brasileiros

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Estudo inédito revela que a maioria dos brasileiros desconhece o carro eletrificado

Por: Mário Sérgio Venditti . Há 2 dias

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Mobilidade para quê?

Estudo inédito revela que a maioria dos brasileiros desconhece o carro eletrificado

Levantamento feito a pedido da associação de importadoras traça perfil de compradores e potenciais clientes de veículos híbridos e elétricos

4 minutos, 59 segundos de leitura

28/01/2025

Comprador e vendedor conversam atrás de uma carro elétrico em uma concessionária
Pesquisa mostrou que as faixas etárias mais propensas a comprar um eletrificado são de 35 a 40 anos (26%) e dos 41 a 45 anos (25%). Foto: Adobe Stock

Embora as vendas de carro eletrificado estejam em alta no Brasil, as montadoras ainda desconhecem qual é, exatamente, o perfil do consumidor interessado nesse tipo de tecnologia, que ainda é relativamente recente no País.

Para jogar luz sobre o que pensa esse público, a Associação Brasileira de Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeifa) encomendou para a empresa Dados X uma ampla pesquisa denominada “A jornada de compra de veículos eletrificados”.

Com duração de dois meses, o levantamento acompanhou inicialmente o movimento de 3 milhões de pessoas nas ferramentas digitais. Depois de um primeiro funil, passou a se concentrar em 268 mil potenciais clientes que, efetivamente, iniciaram o processo de aquisição. “Trata-se de uma análise minuciosa do comportamento de quem pretende comprar carros elétricos e híbridos”, afirma Galileu Prezzotto, CEO da Dados X.

A primeira conclusão do estudo chama atenção: no ano passado, 88.250 carros eletrificados deixaram de ser vendidos para os chamados “early adopters” — os consumidores que correm para comprar pela primeira vez uma novidade.

Os motivos passam pela indecisão se o carro se encaixa no estilo de vida do consumidor  (29%), insegurança provocada pelas análises negativas publicadas em sites e mídias sociais (25%), falta de confiança no momento da compra (22%) e resistência familiar (13%).

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Cresce interesse por carro eletrificado

Segundo a pesquisa, o aumento do interesse por um automóvel 100% elétrico ou híbrido é determinado por uma série de fatores promovidos pela indústria automotiva e políticas do governo.

A previsão é que no primeiro trimestre deste ano a jornada de compra cresça de 24% a 32%. “Cerca de 54 mil pessoas demonstraram ser movidas por certos estímulos, como desconto nos preços, entrada facilitada e financiamento”, diz Prezzotto.

O estudo apontou que o tempo médio da jornada de compra de um automóvel com motor a combustão vai de um a dois meses. Mas, quando os interessados se deparam com a possibilidade de escolher um eletrificado, o período se estende: 53% que queriam, inicialmente, um carro tradicional demoraram mais três ou quatro meses, porque também começaram a pesquisar veículos elétricos e híbridos. Desse universo, 72% eram mulheres.

“O carro elétrico é para quem deseja muita tecnologia e ele não tira o público de quem prefere motor a combustão. Ainda não existe esse impacto de um sobre o outro”, conta o CEO da Dados X. “O mercado brasileiro é muito peculiar. Apesar do dólar em alta, o modelo eletrificado tem consumo garantido.”

De 2022 até o primeiro semestre de 2023, 95% dos clientes concluíram a jornada de compra de um carro totalmente elétrico e 5% de um híbrido, graças ao “efeito Tesla”. “Naquele momento, os modelos da fabricante americana ocupavam o noticiário e muita gente ficou curiosa para entender o que era aquela tecnologia”, explica.

Em 2023, a divisão mudou para 70% de aquisição de elétricos, 25% híbridos e 5% híbridos plug-ín. No ano passado, os veículos híbridos viraram o jogo: 65% do total. A pesquisa revela certa frustração do cliente ao ter contato com as limitações do carro elétrico, o que leva a maioria a optar pelo híbrido.

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Guerrilha digital contra o carro eletrificado

Das 18 milhões de buscas de informações sobre os eletrificados, entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, 38% eram de questionamentos a respeito de funcionamento, custos, vantagens e desvantagens. “As dúvidas causaram algumas desistências”, salienta Prezzotto.

A pesquisa identificou que as faixas etárias mais propensas a comprar um eletrificado são de 35 a 40 anos (26%) e 41 a 45 anos (25%). Em seguida, aparecem 30 a 34 anos (15%), 50 a 55 anos (14%) e mais de 55 anos e de 25 a 29 anos empatados com 10%. Ou seja, os extremos – os mais jovens e os mais velhos – ainda não abrem mão do veículo a combustão.

Um dado estarrecedor colhido pelo levantamento diz respeito à guerrilha digital presente, atualmente, nas mídias sociais. O veículo eletrificado também está no alvo do bombardeio. O contingente avaliado detectou a presença de 16 mil haters, cujos posts contrários aos veículos eletrificados impactam dois milhões de pessoas.

Diante disso, as montadoras que mais se empenham para a eletrificação automotiva estão diante de uma missão difícil. A pesquisa aponta quatro tarefas importantes para elas: aumentar a confiança do cliente, reduzir o tempo da jornada de compra, facilitar a escolha do modelo e gerar confiança na indústria.

“Agora, a batata quente está em nossas mãos”, afirma Marcelo Godoy, presidente da Abeifa. “Precisamos fazer a lição de casa e melhorar o trabalho de informação e educação para dar uma resposta eficiente aos haters.”

Moby estreia no Brasil com plano de instalar 500 carregadores em 2025


Empresa de mobilidade elétrica recém-criada pela rede de franquia Solaprime, a Moby ostenta planos ousados no mercado brasileiro. Em 2025, ela pretende instalar 500 carregadores públicos em estacionamentos, rodovias, postos de combustíveis, shoppings centers e parques.

Quando iniciou suas operações no ano passado, a Moby apresentou como cartão de visita a implementação de 11 eletropostos e 220 clientes cadastrados.

Segundo o diretor comercial Lincon Souza, a empresa vai, primeiramente, disponibilizar para venda dois modelos de carregadores: semi-rápido AC (22kW) e rápido DC (60kW), compatíveis com a maioria dos veículos eletrificados. “Na fase preliminar de operação, a Moby investirá cerca de R$ 2 milhões na importação dos aparelhos”, diz.

O aplicativo Moby Recargas irá permitir a localização de eletropostos, reserva de estações e acompanhamento de todo o processo de recarga. O app também mostrará informações detalhadas sobre cada eletroposto, como tipo de conector, potência e preço por kW.

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