Desafios e perspectivas do mercado segurador
A transformação digital também impulsionou um modelo de contratação de seguros.
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06/07/2022
Passados mais de dois anos desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o estado de pandemia da covid-19, pessoas, governos e empresas precisaram rapidamente entender a nova realidade e se adaptar para conviver com um cenário de exceção.
Hoje, vivenciamos um momento melhor em relação às restrições, em razão do avanço da vacinação. Mas, afinal de contas, após mais de dois anos do início da pandemia, qual é o impacto do que vivemos, como estamos e para onde vamos?
No mercado segurador, houve um aumento entre 20% e 30% no preço dos seminovos, fruto do impacto inflacionário no País, agravado pela diminuição na produção de veículos novos e falta de peças automotivas no mercado. Tradicionalmente, a precificação do carro desvaloriza cerca de 10%. Nos últimos anos, tem sido diferente: houve valorização.
Outro desafio que impactou o mercado como um todo foi o aumento nos custos dos prestadores, com a alta no diesel e no custo de manutenção. Esses e outros fatores levaram a um aumento no gasto das seguradoras, em relação ao prêmio que elas haviam arrecadado.
O seguro auto ainda tem uma penetração baixa, no Brasil. Existem cerca de 17 milhões de veículos segurados, com uma frota de 70 milhões. É uma lacuna e, por outro lado, uma grande oportunidade para novos negócios. As incertezas do futuro serviram de estímulo para acelerar o processo de transformação digital das seguradoras, com um objetivo claro: aperfeiçoar a experiência do cliente e dos corretores com produtos e serviços.
Em um mercado cada vez mais competitivo, o consumidor ganha protagonismo e controle sobre suas decisões de acesso a coberturas e serviços, de forma customizada. Tudo na palma da mão e na hora que quiser. De forma simples e ágil. Essa é uma revolução em andamento na forma de comercializar e consumir os serviços do mercado de seguros.
Soluções integradas
O que começou como uma preocupação, no início da crise, virou um conjunto de soluções integradas para o consumidor: autovistorias online, que proporcionam agilidade na execução do serviço, flexibilização de coberturas, plataformas digitais mais interativas, renovação ou contratação 100% digital, inteligência artificial, que permite apuração e liquidação de um sinistro em poucas horas, além de investimentos em nichos de atuação, como produtos de cobertura pay per use, que tem o foco na exposição ao risco, de acordo com o perfil de cada cliente, e low coast, com base na flexibilização das regras pela Susep.
De um lado, inovações digitais foram aceleradas, em razão do afastamento social decorrente da pandemia; por outro lado, o mercado precisou apresentar novidades para manter o mercado de seguros aquecido. Seja por uma razão, seja por outra, o objetivo é atender às demandas dos brasileiros, que anseiam por produtos mais personalizáveis e querem comodidade na contratação e no uso das coberturas.
A nova regra da Susep, para regulamentação de produtos, por exemplo, proporciona às seguradoras maior liberdade para formatação de produtos e, aos consumidores, uma gama maior de coberturas, serviços e assistências em uma única apólice se assim desejarem.
Necessidades mais específicas
A transformação digital também impulsionou um modelo de contratação de seguros e tornou o acesso mais democrático para as pessoas procurarem produtos e serviços que atendam a necessidades específicas. Esse foi o grande salto de qualidade do mercado: mais digital, mais próximo para atender um cliente mais criterioso e a par do que deseja. Nesse cenário, o setor automotivo apresentou soluções e alternativas aos desafios impostos pela pandemia.
O formato de atendimento virtual de oficinas próprias da Bradesco Seguros Auto, por exemplo, passou a oferecer serviços, como autovistoria 100% online, liberação de carro reserva, solicitação e abertura de serviços contratados na apólice, descontos na franquia, entre outras facilidades, com redução de até dois dias no tempo de atendimento.
Em meio às transformações e mudanças de hábito em nossas rotinas nestes últimos anos, o setor de seguros se reinventa. A atividade seguradora é fundamental para a sociedade, independentemente do formato de produtos ou dos comportamentos adotados por consumidores na nova configuração social, que se molda daqui por diante. O senso de proteção é uma necessidade básica do ser humano e nunca sai de moda. O seguro não é custo, é investimento e tranquilidade.
Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão
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