As ciclovias e ciclofaixas nas capitais do Brasil cresceram 7,3% em um ano. O levantamento realizado pela Aliança Bike, a Associação Brasileiras do Setor de Bicicletas, analisou os números entre julho de 2023 e julho deste ano. O crescimento também foi maior que o registrado em 2023, que havia sido de 4%.
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Para Daniel Guth, diretor da Aliança Bike, mesmo com o aumento, o ritmo está muito abaixo do ideal. “O crescimento desse ano já era esperado, considerando que estamos em ano eleitoral e as prefeituras costumam concentrar as entregas nesse período”, afirma. Ao todo, o País ganhou 280,7 km. Apenas para comparação, a cidade de São Paulo, sozinha, tem 710,9 km totais de estrutura exclusiva para ciclistas.
De acordo com o levantamento, os maiores crescimentos em pontos percentuais ficaram com as cidades de Goiânia (GO), Palmas (TO) e Belém (PA). Respectivamente, as capitais expandiram em 66%, 35,7% e 29,2%. Apesar do percentual ter sido alto, Goiânia ainda é uma das cidades com menos ciclovias e ciclofaixas do País, com 78,2 km totais.
Outras sete capitais cresceram menos que 1% em todo o período, como é o caso de Salvador (BA), Rio Branco (AC) e Teresina (PI). Em Vitória (ES), a variação foi negativa, de -2,23%. Conforme Guth, a pesquisa deste ano utilizou dados mais específicos, desconsiderando a quilometragem de ciclorrotas, por exemplo.
“Este ano, nós pedimos às prefeituras que enviassem a contabilização apenas de ciclovia e de ciclofaixa, com detalhamento da quilometragem de cada estrutura”, explica o diretor. Com essa separação, a instituição conseguiu corrigir os dados enviados em outros anos, em que as prefeituras incluíram o número de ciclorrotas no valor final.
“Por esse motivo, também, o Rio de Janeiro perdeu várias colocações no ranking, mesmo depois de sempre aparecer como uma das maiores malhas cicloviárias do País”, explica. Segundo Guth, diferentemente das ciclovias e ciclofaixas, as ciclorrotas não são estruturas exclusivas para ciclistas, podendo ser compartilhadas com demais veículos, como os automóveis.
Fonte: Aliança Bike
O Plano de Metas da Prefeitura de São Paulo, referente ao mandato 2021-2024, prevê a entrega de 300 km de ciclovias e ciclofaixas até o final deste ano. Até então, a capital entregou apenas cerca de 40 km do total estabelecido. “São Paulo estagnou. A cidade abandonou a política cicloviária que vinha em ritmo de crescimento razoável”, explica Guth.
Apesar de liderar o ranking de malha cicloviária total entre as capitais, com mais de 400 km de estrutura exclusiva para ciclistas, a dimensão ainda está abaixo do esperado. Para o diretor, a capital ainda não entrega números o suficiente para outros critérios, como a quantidade de ciclovias pelo número de ruas na cidade.
De acordo com o levantamento, a comparação entre o volume de ciclovias e ciclofaixas e a população residente da cidade, São Paulo aparece na 18ª posição, com apenas 6,21 km para cada 100 mil habitantes. Em Palmas, a capital que lidera essa categoria, a cidade conta com um total de 30,72 km/100 mil hab.
Fonte: Aliança Bike