Paris: o que é a cidade de 15 minutos
Projeto em espaços viários permite deslocamentos em apenas 15 minutos para qualquer serviço ou lazer na cidade
Um projeto que começou como uma estratégia de revitalização das vias públicas e se tornou uma alternativa de gestão de trânsito e de deslocamento agora faz de Paris uma das poucas cidades do mundo onde é possível transitar entre locais essenciais em cerca de 15 minutos. O conceito da “Cidade de 15 minutos” valoriza ainda mais os meios de mobilidade ativa, como as caminhadas e o uso de bicicletas para deslocamento urbano.
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De acordo com a Prefeitura de Paris, a capital da França utilizou esse modelo de organização para se tornar a cidade da proximidade, onde tudo o que a população precisa está a cerca de 15 minutos de casa. Segundo a prefeitura da capital francesa, “a cidade do quarto de hora consiste em limitar o perímetro de acesso às funções vitais, como alimentação, trabalho, cultura, etc.” A proposta também pensa em novos modos de distribuição espacial para reduzir a necessidade de viagens realizadas com carros ou nos transportes públicos.
O termo “Cidade de 15 minutos” foi criado em 2016 pelo urbanista colombiano Carlos Moreno, morador de Paris há mais de 20 anos.
“Existem três prioridades: o desafio ecológico de alcançar a neutralidade carbônica até 2050, o desafio econômico de combater a pobreza e o impacto social do combate à exclusão”, afirmou o urbanista em entrevista para a Prefeitura de Paris.
“A cidade de 15 minutos reúne três elementos, que são os seus três pilares. Em primeiro lugar, permite-nos questionar a forma como vivenciamos as nossas viagens. É também uma resposta à subutilização de muitos edifícios, que muitas vezes são utilizados para um único fim. Por último, a cidade de 15 minutos é uma resposta ao anonimato da vida na cidade e permite que a cidade seja mais tranquila, nomeadamente com mais vegetação e mais convívio.”
Carlos Moreno, especialista colombiano em sistemas complexos
Organização espacial na cidade de 15 minutos
Para a prefeitura de Paris, Moreno explicou que o projeto se baseia em seis funções sociais que devem estar rapidamente acessíveis a partir de qualquer ponto da cidade: habitação, trabalho, acesso a cuidados, abastecimento, aprendizagem e prosperidade (incluindo esportes e lazer).
Para colocar o plano em prática, o urbanista diz que a estratégia não é apenas construir novos equipamentos específicos para cada um dos 17 bairros parisienses. A abordagem tomada pela prefeitura está mais voltada para a transformação de locais já existentes para que permitam a realização de diversas atividades. “Esta mudança nos espaços poderia ser estruturada em torno de três grandes temas: escola, cultura e democracia participativa”, explica a gestão.
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Dentro do modelo da Cidade de 15 Minutos, a escola toma o papel de capital do bairro, como um lugar central na área. Segundo a prefeitura, os espaços também devem funcionar para atividades de esporte, cultura e integração social. Até as ruas no entorno ganham novas configurações, com incentivo à locomoção ativa. A cidade também conta com reforço da rede de comércio e serviços locais, que se organizam em circuitos menores ao longo dos bairros.
Apesar de Paris ser uma das pioneiras no movimento, outras cidades também investem em modelos parecidos desde o início dos anos 2000. Atualmente, 16 cidades contam com algum tipo de planejamento espacial e viário como o da Cidade de 15 minutos, com projetos que variam entre 10 e 20 minutos. Em Xangai, por exemplo, foi introduzido o projeto de “círculos de vida comunitária de 15 minutos”, em 2016.
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