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Por que um trem pega fogo? Confira a causa das falhas nos trens e no metrô de São Paulo

Por: Fellipe Gualberto . Há 11h
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Por que um trem pega fogo? Confira a causa das falhas nos trens e no metrô de São Paulo

Em pouco mais de um mês, Linha 9-Esmeralda registrou dois incêndios

3 minutos, 43 segundos de leitura

25/11/2024

Ocorrência no Metrô, em 25 de novembro, não foi um incêndio, mas também chamou a atenção para o estado de manutenção do modal. Foto: Divulgação/ViaMobilidade

Nesta segunda-feira (25 de novembro) um trem da Linha 3-Vermelha do Metrô produziu fumaça e teve que sair de circulação na Estação Penha-Lojas Besni. A ocorrência causou alteração no fluxo dos trens na linha entre as 6h27 e 6h36. De acordo com o Metrô, a falha, que gerou a fumaça, ocorreu por um freio preso, não houve incêndio no local.

“A causa pode ter origem em diversos fatores: alguma peça que possa ter se soltado com o trepidar do trem, alguma falha no processo ou da pessoa que fez a última manutenção deste sistema”, afirma Luís Kolle, engenheiro presidente da AEAMESP (Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo).

A situação pode ter assustado os passageiros devido a dois incidentes ainda frescos na memória. São eles, o incêndio, no dia anterior, domingo (24 de novembro), de um trem na Estação Santo Amaro, da Linha 9-Esmeralda, operada pela ViaMobilidade, e também as chamas na Estação Ganja Julieta, da Linha 9-Esmeralda, há pouco mais de um mês.

Trem da ViaMobilidade pega fogo duas vezes em 41 dias

Usuários do trem gravaram vídeos do incidente e postaram em redes sociais. Vídeo: Divulgação/X

Em pouco mais de um mês, a ViaMobilidade registrou dois incêndios na Linha 9-Esmeralda. Ambos os casos tiveram princípio de fogo no teto, na área externa dos trens. “É uma situação global. A operadora adquiriu a concessão sabendo o que iria encontrar por lá e tem que agir de acordo. Como é um sistema antigo, a modernização, a operação e a manutenção requerem atenção específica, processos e pessoas atualizados”, afirma Kolle.

O incidente mais recente aconteceu às 11h41 do último domingo (24 de novembro) e fez com que a linha operasse com maiores intervalos, além de colocar os ônibus do PAESE em uso. De acordo com a concessionária, bombeiros apagaram o fogo rapidamente e não houveram feridos. Por fim, a situação se normalizou apenas às 14h20.

Ainda em apuração, empresa suspeita que cabo não pertencente ao sistema pode ser responsável pelo fogo. Foto: Divulgação/ViaMobilidade

Em nota, a ViaMobilidade afirmou que a causa do incêndio se deu por fatores externos. “Um cabo de aço não pertencente ao sistema foi encontrado próximo à rede aérea onde ocorreu o problema”, relatam. A empresa, no entanto, ainda não sabe se alguém arremessou o material ou se essa realmente foi a causa. Vale lembrar que, em abril de 2024, a concessionária instalou o sistema PCDS, que tem como objetivo justamente detectar possíveis falhas na rede aérea das Linhas 8 e 9.

Saiba mais: ViaMobilidade: Conheça o novo sistema que pode evitar falhas nas Linhas 8 e 9

Em 14 de outubro outro trem da ViaMobilidade pegou fogo, também na Linha 9-Esmeralda, mas dessa vez na Estação Ganja Julieta. O incêndio também ocorreu no teto do veículo, na região do trem que recebe energia dos fios que passam por cima da linha. Por fim, na ocasião, a empresa se limitou a comentar que “a composição afetada foi recolhida e o caso passará por uma apuração detalhadas para definir as causas da ocorrência”.

Como evitar problemas como esses?

De acordo com Kolle, para prevenir falhas como essas, seria necessário “identificar os processos que precisam ser melhorados, treinar mais os funcionários dedicados à operação e à manutenção e focar as ações em segurança do sistema”.

Ao mesmo tempo, o engenheiro ressalta que incidentes como estes podem ocorrer por diversos fatores. Por exemplo: peças desgastadas, pessoas mal treinadas ou sobrecarregadas ou falhas em processos. No entanto, casos como esses, em que o trem pegou fogo, poderiam ser evitados.

“Foram criados os processos, que são feitos para cobrir quaisquer pontos de falhas. Inclusive em si mesmos. E devem sempre ser atualizados e melhorados a cada problema que ocorre. Esta é a chave para melhoria e uma boa operação com segurança”, ele detalha

Por fim, para o especialista, os problemas decorrem do foco de uma empresa. “Lucro ou segurança? Qualidade de serviço ou custo e velocidade em aplicar o serviço? Qual o foco que a empresa dá ao incidente? Utiliza-o para melhorar seus processos? Ou deixa do jeito como está, porque gera lucro?”

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