O túnel Santos-Guarujá, uma demanda de mais de um século dos moradores locais, pode finalmente sair do papel. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou, no dia 8 de outubro, a contratação de parceria público-privada (PPP) para a construção da estrutura.
Leia também: VLT de Santos, segundo trecho do modal passa por testes
Atualmente, os motoristas que desejam ir de Santos para Guarujá, ou vice-versa, têm duas opções. Em primeiro lugar, é possível fazer um trajeto de 40 km pela Rodovia Governador Mário Covas (BR-101). O percurso pode demorar cerca de 50 minutos, dependendo do trânsito no local.
Outra opção é recorrer à travessia Santos-Guarujá, por meio de balsas. Nesse caso, os veículos, pedestres e ciclistas enfrentam espera de 15 minutos, em média, para embarcar. Em seguida, é necessário esperar mais cinco minutos, tempo que o barco leva para vencer o trajeto de 450 metros no mar.
O preço do bilhete nas balsas é de R$ 12,30 para carros e caminhonetes, R$ 6,20 para motocicletas e R$ 3,10 para pedestres. Os ciclistas, por outro lado, têm a passagem garantida de forma gratuita.
Por fim, condições climáticas, como neblina e ressaca, além da presença de navios no porto de Santos, podem tornar o tempo de espera ainda maior. Vale ressaltar que essa travessia possui o maior volume de veículos do mundo: média de 23 mil por dia.
Com o túnel sob o mar, o tempo total do percurso cairia para menos de cinco minutos. O projeto do governo de São Paulo para o túnel Santos-Guarujá prevê construção de uma estrutura de 870 metros de extensão. O valor estimado da obra é de R$ 5,96 bilhões, e o leilão para escolher a empresa que construirá a obra está previsto para o fim deste ano.
O túnel permitirá o tráfego de veículos de passeio, modais de transporte público, como ônibus, e também de caminhões. Ao mesmo tempo, a estrutura deve ter ciclofaixa e espaço para pedestres.
O túnel deve ter “três faixas por sentido, sendo uma delas adaptável ao VLT (Veículo Leve sobre Trilhos)”, afirma o governo do Estado de São Paulo em nota divulgada no site oficial. Ainda de acordo com o texto, “o empreendimento permitirá a integração dos sistemas de transportes públicos na região”.
“A estrutura será composta por seis módulos de concreto pré-moldados que serão construídos em uma doca seca. Em seguida, os módulos serão ‘mergulhados’ na água para testes de vedação e impermeabilidade”, detalha o Estado sobre a construção. Por fim, o transporte das peças até o local da instalação ocorrerá por flutuação.