Ferrovia entre MG e RJ deve retirar 5 mil carretas da Rodovia Fernão Dias por dia
Com investimento de R$ 1,5 bilhão, o empreendimento tem início das obras previsto para 2027 e operação em 2030

O escoamento da produção mineral entre Minas Gerais e o litoral do Rio de Janeiro ganhará um novo impulso com a construção do Ramal Ferroviário Serra Azul. Conforme a Cedro Participações, o projeto de 26,5 quilômetros ligará a Região Metropolitana de Belo Horizonte à malha da MRS Logística S.A.
Dessa forma, a ferrovia promete retirar mais de 5 mil carretas por dia da Rodovia Fernão Dias, principal conexão rodoviária entre Minas e São Paulo. A previsão é que as obras comecem em 2027 e que a operação da ferrovia tenha início em 2030.
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A nova shortline, termo usado para designar pequenos trechos ferroviários, tem como objetivo reduzir o trajeto até o Porto de Itaguaí em aproximadamente 400 quilômetros. Além de aumentar a competitividade do minério de ferro brasileiro, a ferrovia deve aliviar o tráfego em uma das rodovias mais movimentadas do País.
Conforme a Polícia Rodoviária Federal, mais de 7 mil acidentes foram registrados no trecho nos últimos três anos, sendo 440 com vítimas fatais. A rodovia recebe cerca de 250 mil veículos por dia.
Ferrovia vai gerar impacto ambiental positivo
A expectativa é que o projeto também traga impactos positivos para o meio ambiente. De acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases (SEEG), o transporte ferroviário pode emitir até 88% menos CO₂ por tonelada transportada em comparação ao rodoviário.
“A retirada de milhares de carretas por dia da Rodovia Fernão Dias será um marco para a mobilidade, para o meio ambiente e para a logística nacional”, afirma Lucas Kallas, presidente do Conselho da Cedro Participações.
A obra faz parte do plano da empresa de oferecer soluções sustentáveis para o setor mineral. Aliás, a Cedro desenvolve tecnologias voltadas à redução de impactos ambientais, como o beneficiamento de rejeitos sem uso de barragens. “Queremos mostrar que é possível crescer, gerar riqueza para o país e ainda assim reduzir impactos”, diz Kallas.
Além do impacto logístico e ambiental, o projeto também mira o fortalecimento da infraestrutura ferroviária no Sudeste. Ao se conectar à malha da MRS Logística, o Ramal Serra Azul promete maior eficiência no fluxo de embarques e uma alternativa à forte dependência das rodovias. No Brasil, cerca de 65% do transporte de cargas é rodoviário, conforme a Confederação Nacional do Transporte (CNT).
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