O perfil das vítimas chama atenção por serem, na maioria, jovens, com média de idade de 22 anos. Destes, 64% eram homens e 36% mulheres. A vítima mais jovem tinha apenas 6 anos, e a mais velha, 51.

Epidemia de acidentes com patinetes elétricos

Existem poucos dados sobre a epidemia de acidentes envolvendo patinetes elétricos e outros veículos autopropulsados no Brasil. Não há, nesse sentido, um protocolo de registro das ocorrências nesses casos, como existe para carros e motos. Isso dificulta, portanto, o dimensionamento do problema e a elaboração de políticas públicas de prevenção a acidentes, como argumentou o CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária, Paulo Guimarães em entrevista ao Estadão Mobilidade.

O que há, por enquanto, são notícias quase diárias de acidentes em todo o País e informações de alguns hospitais, como o do Distrito Federal, que só começou a registrar as informações nos últimos meses. Em março, de acordo com o Iges-DF, foram 10 casos atendidos no HBDF apenas em quatro dias de carnaval. O padrão preocupa, dessa forma, por indicar que um fator decisivo dos acidentes é o uso irresponsável.

‘Alarmante número de crianças’

Para o médico Renato Lins, chefe do Centro de Trauma do HBDF, chama a atenção a diversidade e a gravidade dos casos atendidos. “Temos recebido desde jovens com escoriações leves até pacientes com fraturas graves e até traumatismos cranianos. É alarmante o número de crianças envolvidas nesses acidentes, muitas vezes sem qualquer equipamento de proteção”, conta.

O médico enfatiza a importância do uso de equipamentos de segurança e da conscientização sobre o uso adequado dos patinetes. “O uso de capacete e outros equipamentos de proteção é fundamental. Além disso, é crucial que os usuários respeitem as normas de trânsito e utilizem os patinetes de forma responsável, principalmente utilizando as vias adequadas para o meio de transporte”, explica.

“Se todos usassem capacete, luvas e joelheiras, boa parte dos ferimentos poderia ser evitada. São equipamentos simples que salvam vidas e evitam lesões graves”, reforça o médico.