Iluminação pública inteligente
Além do baixo consumo de energia, os postes inteligentes captam informações de trânsito, clima e movimentação de pessoas
2 minutos, 39 segundos de leitura
24/02/2021
Por: Beatriz Faria
De acordo com o estudo International Energy Efficiency Scorecard, realizado pelo Conselho Americano para uma Economia Energeticamente Eficiente (ACEEE) com o objetivo de analisar o desempenho dos 25 países com o maior consumo de energia, o Brasil se classifica na 20º posição. Esse resultado aponta que é necessário desenvolver políticas para um consumo de energia mais sustentável e inteligente, sendo que a gestão eficiente de iluminação pública é essencial para atingir esse resultado.
A iluminação pública inteligente utiliza lâmpadas de LED que não necessitam de um reator para operar. Além disso, os LEDs possuem uma distribuição de luz mais eficiente, garantindo um foco em apenas uma direção, sendo que menos lâmpadas são necessárias para atingir o mesmo brilho de outras lâmpadas fluorescentes e incandescentes. Os tubos de LED são recicláveis e duram até seis vezes mais que qualquer outro tipo de iluminação, garantindo um menor gasto com lâmpadas, materiais de embalagem e transporte.
Dito isso, a iluminação pública inteligente vai além da substituição para lâmpadas mais ecológicas: os postes utilizam sensores que permitem com que a luz se adeque a iluminação natural e que conseguem captar o movimento de pedestres e veículos, garantindo que não exista nenhum gasto de energia que não seja necessário. Além disso, é possível realizar o monitoramento remoto, ajustando a iluminação conforme o necessário, monitorar o consumo de energia e identificar quais lâmpadas deverão ser trocadas.
Isso só é possível graças a tecnologia de IoT, que possibilita com que os sensores dos postes recebam e enviem dados por meio da internet, sendo que todas essas informações são encaminhadas para um sistema de monitoramento. O objetivo é trazer uma maior eficiência para os serviços públicos, utilizando os postes para outros fins que auxiliam na administração das cidades, como o informe de acidentes e enchentes, controle de semáforos e monitoramento de tráfego de veículos, detectores de disparo de armas de fogo, monitoramento da qualidade do ar, alerta sobre vagas de estacionamento disponíveis e entre outras funções que podem variar de acordo com a necessidade de cada cidade.
Um dos principais desafios para o Brasil criar políticas para a instalação da iluminação pública inteligente está na escassez de recursos para a iluminação e a falta de conhecimento sobre as vantagens de sua implementação. Presume-se que no país existam pelo menos 16 milhões de pontos de iluminação, sendo que a concessão do serviço reduziria em 1,2% o consumo anual de eletricidade, gerando uma economia de 1,9 bilhão ao ano.
Dentro do contexto do desenvolvimento de cidades inteligentes, é preciso entender que soluções que parecem relativamente simples, como a instalação de postes com sensores inteligentes, podem ser benéficas para diversos aspectos da cidade. Com a tecnologia de IoT, os sensores podem fornecer informações valiosas para os gestores e facilitarem diversas operações, além de tornarem as cidades mais sustentáveis e conectadas.
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