Insegurança no trânsito custa R$ 21 bilhões por ano ao Brasil
Além da perda de familiares e amigos, as mortes no trânsito também representam prejuízo econômico para o País
A insegurança no trânsito retira cerca de R$ 21 bilhões da economia brasileira todos os anos, é o que aponta o novo levantamento realizado pelo Centro de Liderança Pública. A projeção analisou o período entre 2012 e 2023. Com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), o documento faz uma estimativa levando em média quantos anos uma pessoa poderia viver se não tivesse sido uma vítima fatal no trânsito. Ela também considera a renda que esse indivíduo iria ter durante esse período.
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Segundo a pesquisa, a idade média daqueles que vêm a óbito no trânsito é de cerca de 41 anos para homens e 42 para mulheres. Com base nesses dados, esses indivíduos ainda deveriam viver em média mais 36 e 40 anos, respectivamente. Além do impacto pessoal, com perda de parentes, amigos e sofrimento familiar, o valor de R$ 21 bilhões por ano que essas pessoas deixam de obter equivale a 0,2% do PIB de 2023, como aponta o Centro de Liderança Pública.
Anteriormente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) já havia estimado que o Brasil gastou R$ 1,5 trilhão com sinistro no trânsito. O período estudado foi entre 2007 e 2018. Em vez de calcular quanto não foi injetado na economia, a pesquisa contabilizou os custos. A base calculada utilizou gastos com atendimento hospitalar, danos materiais aos meios de transporte, perda de carga e outros fatores.
Orçamento de São Paulo
Pedro de Paula, diretor nacional da Vital Strategies, uma organização global que pesquisa e orienta governos sobre desafios na área da saúde, comentou os números do Ipea. De acordo com o diretor, os sinistros no trânsito representam gastos para a saúde pública, previdência social, entre outras áreas. “São 132 bilhões de reais perdidos por ano, quase o orçamento da capital de São Paulo, ou o orçamento do Ministério da Saúde”.
Enfatizando a natureza dessas ocorrências, Pedro de Paula afirma ser “uma tragédia monumental condenar uma população a desperdiçar a vida sabendo que podemos evitar os sinistros”. O executivo afirma que mudanças na legislação e aprimoramento na infraestrutura poderiam ajudar a diminuir o número de mortes e sinistros.
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