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Cidades brasileiras alcançam resultados positivos com ações em segurança viária

Por: Daniela Saragiotto . 22/05/2024

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Maio Amarelo

Cidades brasileiras alcançam resultados positivos com ações em segurança viária

Fortaleza, Salvador e Recife são cases de capitais que reduzem, a cada ano, os índices de mortalidade no trânsito

4 minutos, 15 segundos de leitura

22/05/2024

Por: Daniela Saragiotto

Bairro Pituba, em Salvador_Adobe Stock
Bairro Pituba, em Salvador, foi um do locais que teve o limite de velocidade em diversas vias reduzido. Foto: Adobe Stock

Não é apenas de maus exemplos que o trânsito brasileiro é feito: algumas cidades têm se destacado ao implementarem ações com foco em segurança viária, com iniciativas que nem sempre são populares, mas estão evitando sinistros e, o mais importante, poupando vidas.

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Um desses cases é Fortaleza, capital do Estado do Ceará, que é campeã na redução da mortalidade no trânsito do País, e uma das poucas cidades do Hemisfério Sul a alcançar a meta estipulada pela Organização das Nações Unidas (ONU) de diminuição, na última década, de 50% das mortes.

Um das principais medidas para tal feito é a diminuição dos limites de velocidade em diversos pontos, resultado do trabalho da coleta e análise de dados para mapeamento dos locais mais críticos. Foi com base nesse levantamento que a prefeitura descobriu, por exemplo, que a maior parte das ocorrências de trânsito acontecia por excesso de velocidade.

Saiba mais: Insegurança no trânsito custa R$ 21 bilhões por ano ao Brasil

Medida impopular, mas eficaz

Atualmente, mais de 60 vias tiveram seu limite de velocidade readequado para 50 km/h. Como resultado, um estudo feito pela Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) apontou uma redução de 68,1% na média de sinistros com mortes e 29,7% no índice de atropelamentos em vias contempladas pela política.

Além disso, a cidade alcançou, em 2022, seu oitavo ano consecutivo de diminuição das mortes no trânsito: foram 158 óbitos nas vias da cidade com taxa de mortalidade de 6,5 para cada 100 mil habitantes. O número é 58% menor comparado a 2014, quando 377 pessoas perderam a vida.

Para Sergio Avelleda, especialista em mobilidade urbana, a principal medida que norteia os indicadores positivos é a adoção da metodologia Visão Zero por Fortaleza e outras cidades, conceito que se baseia na premissa de que nenhuma morte prematura é aceitável.

“Dessa forma, sempre se considera que o ser humano, mesmo muito bem treinado, vai errar em algum momento: ele pode estar com sono, distraído, atrasado. E quando isso acontecer, a infraestrutura das vias precisa estar desenhada para evitar uma fatalidade”, explica Avelleda.

Integração modal

O sistema integrado de Fortaleza, que combina transporte público, malha cicloviária e a valorização dos passeios para os pedestres contribuem para a segurança.

Assim, em maio do ano passado, a capital foi a primeira colocada entre 275 cidades do mundo para o programa Bloomberg Initiative for Cycling Infrastructure (Bici), da Boomberg, ação voltada para a infraestrutura cicloviária dos municípios selecionados e que destinou, com a premiação, US$ 1 milhão para investimento nessas estruturas.

Mudança de enfoque

De acordo com Avelleda, a cidade de Salvador também têm se destacado, com medidas de segurança viária e adoção de sistemas seguros do Visão Zero. “Não é apenas uma metodologia, mas uma mudança de enfoque para que os erros dos motoristas não gerem fatalidades. E, em segundo lugar, é preciso que haja o entendimento de que quanto maior os limites de velocidade nas vias, maiores serão os danos às pessoas”, explica.

No lançamento do programa Maio Amarelo na capital baiana, o prefeito da cidade, Bruno Reis (União), mencionou uma queda de 13% no número de mortes no trânsito em Salvador entre 2020 e 2023, além de redução de 38% de morte de pedestres.

Desde 2019, ao menos quinze vias de Salvador passaram por readequação dos seus limites de velocidade, todas registrando diminuição do número de vítimas de acidentes de trânsiito. Além disso, 34 ruas do bairro Pituba tiveram suas velocidades máximas alteradas de 50 km/h para 40 km/h, dentro da iniciativa batizada de “Trânsito Calmo”.

Foco nos motociclistas

Em Recife, capital que também tem se destacado em segurança viária, um importante aliado nesse trabalho é o eixo de gestão de dados da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), que auxilia na definição de políticas públicas em segurança viária.

Até 2022, diversas iniciativas integradas resultaram na diminuição em 25% das mortes de pedestres, as principais vítimas do trânsito até aquele ano.

De acordo com a prefeitura, dados preliminares do Relatório de Segurança Viária do Recife, que será publicado na íntegra no final deste ano, apontam que a principal vítima fatal do Recife, agora, é o motociclista, representando 45% dos mortos.

Dessa maneira, os principais esforços do Maio Amarelo e da concientização da sociedade durante o ano todo, tanto na comunicação e educação, quanto na fiscalização, estão voltados para os motociclistas, especialmente no que diz respeito ao respeito aos limites de velocidade. “A redução e o controle, via fiscalização, da velocidade são as medidas mais eficientes que temos para redução das mortes no trânsito”, finaliza Avelleda.

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