Jogo de tabuleiro instiga debate de soluções urbanas
Mobilidade, meio ambiente, patrimônio histórico, cultura e espaços de brincar na cidade estão entre os desafios propostos
Um jogo de tabuleiro no qual, a cada passo, os jogadores mudam o futuro da cidade. Assim é o Trilhas Urbanas, um lançamento da Pistache Editorial, que vai além da diversão e instiga o debate de soluções urbanas. Por exemplo, questões de mobilidade, meio ambiente, patrimônio histórico, cultura e espaços de brincar estão entre os desafios.
Vencedor do 5º Prêmio de Design do Instituto Tomie Ohtake, o jogo passou por uma campanha de financiamento coletivo entre agosto e outubro de 2023. O design de jogo é de autoria da urbanista, arquiteta e game designer Beatriz Martinez e as ilustrações de Bruna Martins.
Segundo Beatriz, o processo de criação do jogo foi uma jornada de dois anos de pesquisas, testes e descobertas. Inicialmente, a busca foi por identificar quais questões urbanas seriam abordadas e como poderiam ser representadas. O foco era criar um jogo que estimulasse a reflexão sobre a cidade, sem impor respostas, mas incentivando a discussão e a perspectiva dos jogadores.
“Com ‘Trilhas Urbanas’, nosso maior desejo é que os jogadores compreendam que a cidade não é um conjunto estático de estruturas. É um organismo vivo moldado por nossas ações coletivas e escolhas políticas. Espero que as pessoas percebam a importância de sua participação ativa na construção e transformação do espaço coletivo que habitamos. Ou seja, exercitem, cada vez mais, sua cidadania”, afirma Beatriz.
Além disso, a autora reforça que o jogo serve como uma plataforma para trazer conhecimento sobre políticas urbanas eficazes e fundamentadas em diretrizes para o enfrentamento climático, que está muito presente no jogo.
“As cartas de soluções apresentam essas ferramentas. São 65 cartas entre ações de urbanismo tático, de infraestrutura e de políticas públicas. São um repertório para os jogadores visualizarem como diferentes ações podem aproximar a realidade urbana dos nossos ideais coletivos da sociedade”, pontua.
Como jogar
O Trilhas Urbanas traz como narrativa a jornada de uma criança da casa até a escola, atravessando diversas paisagens urbanas. Como o tabuleiro é modular, os jogadores podem montar seus próprios caminhos utilizando paisagens como: praia, rio, escadaria, rua comercial, avenida, parque, patrimônio.
Assim, o jogador da vez utiliza os dados de ícones para formular um desafio que será enfrentado pelos outros participantes. Portanto, ele joga os dados e, com os ícones que saírem, precisa criar um desafio. Por isso, cada rodada tem uma nova história – e sempre surpreendente – para ser solucionada.
Já os outros jogadores buscam em suas cartas de solução (políticas públicas e ferramentas de urbanismo tático) a melhor ferramenta para o desafio proposto. Além disso, precisam defendê-la com bons argumentos, pois os outros jogadores votam na melhor solução. Cada voto conquistado se converterá em um ponto que impulsiona o jogador no tabuleiro. Aquele que chegar primeiro à escola, ponto final do tabuleiro, será o vencedor.
“O ‘Trilhas Urbanas’ é um jogo semi-cooperativo com objetivos individuais e coletivos. Além do desafio individual de chegar primeiro à escola, os jogadores devem trabalhar juntos, durante toda a partida, para resolver dois grandes desafios da cidade. Só haverá um vencedor caso todos, em parceria, puderem resolvê-los”, explica Beatriz.
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