Linha 17-Ouro: após seguidos atrasos, monotrilho, enfim, entra na reta final de obras
Ramal metroviário que liga a Estação Morumbi ao Aeroporto de Congonhas tem previsão de entrega para o primeiro semestre de 2026

Cerca de 2 mil operários trabalhando dia e noite. Centenas de vigas e pilastras de concreto espalhadas por importantes vias da capital paulista. Estruturas metálicas com vidro que formam arcos monumentais. Trem com tecnologia chinesa BYD em teste no pátio de manobras da linha. Após sucessivos atrasos, a Linha 17-Ouro, construída pelo Metrô de São Paulo, criou vida, corpo e forma, embora um tanto reduzida em relação ao seu projeto original.
Planejada para ser entregue em 2014, como parte das obras de infraestrutura da Copa do Mundo de Futebol, o projeto inicial previa 18 estações, distribuídas por 17,7 km, interligando a Estação Jabaquara-Comitê Paralímpico Brasileiro (Linha 1-Azul) até a Estação São Paulo-Morumbi (Linha 4-Amarela).
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As obras civis da linha, com a construção de pilares e vigas, começaram em 2011. Em 2013, teve início a construção das estações, divididas em lotes. No entanto, em 2016 houve rescisão de contratos de dois lotes por descumprimento do cronograma.
Em 2019, nova paralisação de obras e da fabricação de trem pelo consórcio responsável. Um ano depois, houve uma nova licitação para dar andamento às obras.
Em maio de 2023, o contrato foi rescindido em decorrência de mais atrasos e descumprimentos contratuais. Em agosto do mesmo ano um novo contrato foi assinado para a conclusão das obras.

A realidadade agora é outra. A linha foi reduzida para 6,7 km de extensão e 8 estações: Morumbi (conectada à Linha 9-Esmeralda), Chucri Zaidan, Vila Cordeiro, Campo Belo (integrada à Linha 5-Lilás), Vereador José Diniz, Brooklin Paulista, Aeroporto de Congonhas e Washington Luís.
Há ainda o pátio de manobras Água Espraiada, que ocupa uma área de 76 mil m², com capacidade para abrigar 39 trens.
O governo do Estado de São Paulo estima que novo ramal do metrô deverá atender 93 mil passageiros diariamente. Por ora, a previsão é que a linha comece a operar comercialmente no primeiro semestre de 2026.
Novidades da Linha 17-Ouro
Segundo o Metrô de São Paulo, as estações, localizadas entre 16 e 20 metros acima do nível do solo, possuem estrutura metálica entrelaçada e vidro aparente nas passarelas e laterais externas, o que proporciona um aspecto moderno aos usuários, que poderão visualizar o entorno das avenidas Jornalista Roberto Marinho e Washington Luís.
As plataformas de embarque e desembarque, por sua vez, têm 60 metros de comprimento. Outro diferencial: em um dos extremos do ramal, as linhas se dividem em “Y”. Ou seja, uma via (sentido ida e volta) segue em direção à Estação Aeroporto de Congonhas. Enquanto a outra (também ida e volta) vai para a Estação Washington Luís.
Por dentro das estações da Linha 17-Ouro
Em visita feita recentemente a algumas estações em obras do ramal, a reportagem do Mobilidade Estadão verificou que as portas das plataformas localizadas nas estações Vereador José Diniz, Campo Belo e Congonhas estão em fase final de instalação e testes elétricos.
Aliás, elas foram fabricadas pela BYD SkyRail, a mesma fabricante dos trens e aparelhos de mudança de via, equipamentos para o sistema de alimentação elétrica e sistema de controle central.
Segundo o Metrô, o status de conclusão das obras estações oscila entre 66% e 85%. Estão em fase final de instalação portas de plataforma, sistemas de alimentação elétrica e telecomunicações, detecção de incêndio, rotas de fuga e aparelhos de mudança de via.
Confira, a seguir, um pouco das estruturas das oito estações:
- Linhas de bloqueios (as populares “catracas”);
- Salas técnicas;
- Salas internas para os funcionários;
- 73 escadas rolantes;
- 46 elevadores;
- 16 banheiros acessíveis;
- 16 fachadas de portas de plataformas;
- Piso tátil, informações em braile e sinalização luminosa para emergências.
Passarela de dois andares na Estação Campo Belo
Alguns prédios da futura linha têm suas particularidades. Na Estação Campo Belo, por exemplo, há uma passarela de dois andares. “Essa passarela pesa 200 toneladas e foi içada em setembro do ano passado”, diz Fábio Soares, chefe de departamento de obra civil da Linha 17-Ouro, do Metrô de São Paulo.


Foto: Carolina Filipe/Estadão
“Quem vier da rua e acessar a estação, deve caminhar pelo piso inferior. Já a passarela superior será para quem faz a integração com a Linha 5-Lilás”, diz Soares.
Quem descer na Estação Congonhas deverá caminhar por um acesso subterrâneo, que passa sob a Avenida Washington Luís, para chegar ao saguão do aeroporto.
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