Marcas de motos apostam em bicicletas elétricas
Inspiradas no passado, mas de olho no futuro da mobilidade, tradicionais fabricantes de motocicletas lançam suas e-bikes
Os primeiros modelos de muitas marcas de motocicletas foram, na verdade, bicicletas com motores a combustão adaptados. O caso mais famoso é, sem dúvida, dos amigos William S. Harley e Arthur Davidson. Em 1903, a dupla acoplou um motor a combustão a um quadro que mais parecia de uma bicicleta e criou a Serial N° 1, a primeira moto Harley-Davidson da história.
Atualmente, inspiradas pelo passado, mas de olho no futuro da mobilidade, muitas marcas de motocicletas estão criando suas próprias bicicletas “motorizadas”, também chamadas de bicicletas elétricas. Mas, em vez de um pequeno motor de combustão interna, utilizam um motor elétrico de assistência ao pedal.
Com o mercado de e-bikes mais aquecido do que nunca, em parte impulsionado pela pandemia de covid-19, mas também pela busca de meios de locomoção mais racionais e menos poluentes, diversas fábricas de motocicletas lançaram suas bicicletas elétricas recentemente.
Em outubro, a mesma Harley-Davidson apresentou sua marca de bicicletas elétricas. Não por acaso, com o sugestivo nome de “Serial 1”, em homenagem ao pioneirismo e ousadia dos amigos Harley e Davidson lá no início do século passado. Entrar no mercado dinâmico e em rápido crescimento das e-bikes remonta às raízes da Harley-Davidson, afirmou a empresa em comunicado.
Com um design moderno, as bicicletas elétricas da “Harley” trazem algumas inovações, como o câmbio automático CVT, criado pela marca Enviolo, e a transmissão final por correia dentada, como as motos da marca, ao invés da tradicional corrente.
A vantagem, segundo a Serial 1, é que a correia dentada, fabricada em fibra de carbono, não requer lubrificação periódica. Já o câmbio com relação variável permite ao ciclista prestar mais atenção ao trânsito, sem ter de se preocupar em trocar as marchas.
A linha da Serial 1 composta por quatro modelos de bicicletas eletricamente assistidas chegará primeiramente aos Estados Unidos e à Alemanha no segundo trimestre do ano que vem. As e-bikes serão vendidas em lojas próprias, mas também em algumas concessionárias Harley-Davidson. Os preços variam de US$ 3.400 a US$ 5 mil dólares.
Já a Triumph, hoje famosa por suas motos, começou como uma fábrica de bicicletas em Coventry, Inglaterra, em 1889, e só foi fabricar sua primeira moto em 1903. Em julho deste ano, a marca inglesa retornou às origens, com a Trekker GT, sua primeira e-bike.
Com proposta urbana, a Triumph Trekker GT combina o design sóbrio e a engenharia da marca inglesa com o desempenho e a tecnologia de propulsão elétrica Shimano. Equipada com uma bateria de 500 Watt/hora e motor Shimano Steps E6100, top de linha da marca, a Trekker tem torque de 60 Nm e autonomia para até 150 quilômetros.
Por enquanto, a Triumph Trekker só está disponível no Reino Unido, na Europa e nos Estados Unidos, onde custa 3.750 dólares. O modelo já vem pronto para quem vai pedalar diariamente em vias urbanas: tem paralamas, bagageiro reforçado, descanso lateral, sistema de iluminação de LED e trava embutida da Abus.
Ducati tem de MTB a bike dobrável
Já a Ducati tem uma linha de mountain bikes convencionais e elétricas há alguns anos. Até então, as bicicletas tinham um perfil mais esportivo, alinhado com a identidade da marca de Bolonha, famosa nas pistas de corrida. Mas também de olho no crescente mercado e nos incentivos fiscais do governo italiano para quem comprar uma bicicleta elétrica em tempos de pandemia, a marca ampliou sua linha de e-bikes.
Passou a oferecer modelos mais urbanos e até e-bikes dobráveis, voltadas para o uso diário nas cidades, além de ter modernizado suas mountains bikes, também elétricas, mas feitas para quem procura desempenho esportivo.
A e-Scrambler Ducati é uma bike elétrica preparada para a cidade e inspirada no design e na atitude da Scrambler, modelo de moto da Ducati com visual retrô
. A e-Scrambler tem uma estrutura de alumínio e componentes de alta qualidade. O motor Shimano Steps E7000 de 250 Watts com bateria de 504 Wh e pneus Pirelli Cycl-e GT garantem ao modelo grande autonomia para percorrer até os percursos mais longos.
No outro extremo, a marca italiana apresentou a moderna Ducati TK-01RR é um e-bike voltada para a prática de enduro e permite ao ciclista explorar até mesmo as trilhas mais inacessíveis. Equipada com o motor Shimano EP8, que pesa apenas 2,6 kg e entrega 85 Nm de torque máximo. A assistência no pedal pode chegar a 400%.
Mas o grande diferencial é um aplicativo, que torna a TK-01RR uma mountain bike elétrica inteligente. Pelo smartphone, o ciclista consegue monitorar seus treinos e seu desempenho, além de fazer ajustes na bicicleta. As suspensões são da grife Öhlins, a mesma que equipa as motocicletas esportivas da Ducati. Claro que isso tem seu preço: cerca de US$ 6 mil dólares.
BMW tem bikes e patinetes
Já a BMW tem uma longa história e produz bicicletas há quase 70 anos. Uma nova linha da marca alemã foi apresentada no início deste ano. Composta por cinco modelos, que vão de bikes dobráveis, modelos mais esportivos e, claro, bicicletas elétricas. Tem até a BMW Cruise Bike, convencional, que imita o design de uma bicicleta “fixa”, ou seja, sem marchas, mas conta com um câmbio interno da Shimano Nexus, de sete velocidades.
De olho na micromobilidade elétrica, a BMW oferece dois modelos de bicicletas elétricas. A mais simples, chamada de Urban Active Bike, feita para o uso diário, com quadro esguio e uma bateria quase invisível. Já o modelo Active Hybrid E-Bike pode rodar muitos quilômetros com uma única carga, graças ao seu motor Brose e bateria de íons de lítio de 600 Wh. Os preços variam de 1.100 euros, no caso da Cruise Bike, até 3.500 euros, para a mais sofistica Actvie Hybrid E-bike.
Mas a marca alemã já está antenada na mobilidade elétrica há tempos. Além de investir em automóveis híbridos e elétricos e até um scooter elétrico, o C Evolution, a BMW já comercializa a segunda geração do X2City, um patinete elétrico. O veículo atende à nova legislação da Europa para esse patinetes. Sua velocidade máxima é de 20 km/h e exige um impulso inicial para o motor elétrico entrar em funcionamento. Com isso pode também rodar em ciclovias. Vendido por 800 euros, na Europa, tem bateria com autonomia para até 30 km.
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