Mobilidade urbana é o principal desafio das cidades para 44% dos brasileiros
Pesquisa foi realizada por programa da ONU com plataforma digital governamental brasileira em todo o País; 64,8% dos paulistas considera o tempo de espera no transporte público inadequado

Conforme as estimativas do programa ONU-Habitat, da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 80% da população brasileira viverá em áreas urbanas até 2050. Para entender a situação atual e identificar os aspectos problemáticos das cidades, o programa, em parceria com a Colab, plataforma digital governamental, e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), realizaram uma pesquisa em todos os Estados do País. De acordo com 44% dos entrevistados, a mobilidade urbana é o maior desafio da cidade em que vive. Os dados foram apresentados no dia 26 de março no Smart City Expo Curitiba.
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A consulta pública Agenda Urbana 2024 entrevistou 11,7 mil pessoas nos 26 Estados brasileiros mais o Distrito Federal. A pesquisa ocorreu pelo do WhatsApp, aplicativos sociais das cidades e pelo Colab Consultas.
Na maioria das cidades, a população ressaltou que a capacidade de deslocamento dentro dos municípios é ineficiente. Além disso, a resiliência climática, o tempo de espera do transporte público, habitação, governança, qualidade de vida e resíduos foram abordados.
A pesquisa foi dividida em dois públicos, cidadãos comuns e arquitetos. Segundo a Colab, o estudo é um marco na inclusão social e na construção de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento urbano das cidades e bem-estar.
Mobilidade urbana é o principal desafio
A capacidade de deslocamento eficiente nas cidades foi ressaltada como principal problema principalmente nas regiões metropolitanas do Brasil. No Estado de São Paulo, por exemplo, 31,3% dos entrevistados colocaram esse ponto como o mais problemático, seguido de habitação (26,4%).
Somado a isso, os participantes destacaram a necessidade de melhorias em transporte público e infraestruturas que facilitem o uso de bicicletas e caminhadas seguras. Nas regiões Norte e Sul, a falta de integração entre diferentes modos de transporte foi um ponto de crítica.
De modo geral, a pesquisa identificou que 48,9% das pessoas não sente que a infraestrutura do transporte público atende às demandas do cotidiano. Quando o assunto é a integração de modais, 62,3% discorda ou discorda totalmente que os projetos de transporte público favorecem a integração entre modais.
Entretanto, quando questionados sobre os projetos de mobilidade ativa, mais de 50% entende que estão adequadamente integrados ao conceito de caminhabilidade e ciclovias. De todos os entrevistados, 74,6% não estão satisfeitos com as medidas tomadas pelas cidades para melhorar a qualidade de vida dos habitantes.
Destaques por região
Na região Norte, a mobilidade urbana é o principal desafio para os respondentes dos Estados do Amazonas (38%) e Tocantins (34%). Em Rondônia, a resiliência climática tem maior ponto de atenção para 42% dos participantes e em Roraima 66% enfatizaram a questão habitacional.
No Nordeste, a mobilidade urbana foi o tema mais urgente para 34% dos respondentes. Em todos os Estados nordestinos, com exceção do Ceará, a habitação também foi uma questão significativa, empatando com a governança urbana em 26%.
Já no Sudeste a mobilidade urbana e habitação foram as principais preocupações na região, mencionadas por 31% e 16% dos participantes, respectivamente. Esses dados refletem desafios como congestionamentos e a necessidade de políticas habitacionais inclusivas em áreas densamente urbanizadas.
A Região Sul teve a mobilidade urbana como tema mais mencionado por todos os Estados (38% em média), que avaliaram a infraestrutura de transporte como inadequada para atender à demanda populacional. Além disso, no Rio Grande do Sul, a resiliência climática recebeu destaque (21%) após as recentes enchentes que afetaram a região.
Mobilidade urbana também foi a principal preocupação no Centro-Oeste (48%), com destaque para o Distrito Federal, onde 60% dos respondentes destacaram o tema como prioritário para o desenvolvimento urbano.
Principais problemas no Estado de São Paulo
Em São Paulo, os 40,9% dos cidadãos compreende que a infraestrutura do transporte público atende parcialmente as necessidades. Enquanto isso, 64,8% dos paulistas acredita que o tempo de espera para pegar o transporte público é inadequado.
Essa mesma população acredita que a comunidade pouco participa das decisões urbanísticas das cidades do Estado (86,6%). Já os arquitetos de São Paulo concordam com a população geral, a mobilidade urbana é o principal problema da cidade em que vive (31,9%). No quesito da infraestrutura projetada para valorizar a integração de modais, eles divergem um pouco. Isso porque 33% acredita que sim, a cidade valoriza essa integração, enquanto 38,1% discorda dessa afirmação.
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A jornalista viajou a Curitiba a convite do Smart City Expo Curitiba
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