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Não precisa correr, basta não desperdiçar tempo

Por: Hairton Ponciano Voz . 23/10/2023

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Não precisa correr, basta não desperdiçar tempo

Monitoramento remoto pode ser diferencial competitivo não apenas de veículos de carga, mas também de frotas de serviço

4 minutos, 33 segundos de leitura

23/10/2023

homem dirigindo caminhão com telemetria
Tecnologia gera informações importantes para que o gestor tome decisões corretas. Foto: Getty Images

Quem anda pelas ruas vê essas cenas todos os dias. Você está ali, parado no trânsito, e um veículo de trabalho – pode ser uma moto de entrega ou um carro que presta serviço de telecomunicação, por exemplo – passa no semáforo fechado ou faz uma ultrapassagem perigosa.

Na sede da empresa, o responsável pela logística não sabe o que se passa – ou não sabia. A tecnologia – câmeras, telemetria e inteligência artificial – permite que o gestor de frota tenha o controle dos veículos, da execução dos serviços e dos condutores, remotamente. A ideia por trás disso não é punição, mas melhoria dos profissionais, economia de tempo e dinheiro e ganho de produtividade.

Para Marcelo Gomez, head de estratégia e planejamento da Cobli – empresa de inteligência para gestão de frotas –, a tecnologia pode ser um diferencial competitivo da empresa. “O ponto principal é o conceito de fazer gestão, dar visibilidade ao que está acontecendo com a frota.”

Embora o monitoramento remoto esteja mais associado a veículos de carga, o executivo da Cobli destaca a importância da tecnologia também para os veículos menores, de prestação de serviço. Nesse caso, na maioria dos casos, não é a mercadoria que precisa chegar em segurança, mas sim o serviço, que deve ser prestado no prazo certo.

Sem punições

Segundo Gomez, essas informações servem de base para que o gestor de frotas busque soluções, incluindo treinamento para aperfeiçoamento dos profissionais. “Na Cobli, tentamos fazer a abordagem de natureza mais compensatória, em vez de punitiva”, diz. “O que a gente pretende transmitir é que estamos ali como um instrumento para ajudar a identificar comportamentos desejados e estimulá-los.”

A compensação pode vir, por exemplo, por meio de algum tipo de premiação aos melhores motoristas, o que pode ser determinado com a criação de um ranking pelas empresas. Gomez reforça, porém, que a tecnologia não gera mudanças sozinha. “Ela dá a informação para que o gestor tome decisões”, diz.
Segundo o executivo, o uso correto das informações pode resultar em aumento na produtividade. “Ela permite que mais serviços sejam realizados [no mesmo tempo] para um mesmo número de veículos”, garante. A consequência é aumento de receita.

Entre os comportamentos indesejados e que podem ser corrigidos estão direção agressiva (excesso de velocidade em curvas, acelerações e frenagens bruscas etc.), uso de celular ao volante e distração, por exemplo. Essas práticas elevam gastos de manutenção e combustível, sem contar o afastamento de profissionais e de veículos parados, em caso de acidentes.

Entre outros benefícios, Gomez garante que o monitoramento é capaz de reduzir o uso dos veículos fora do horário de trabalho (o que gera economia). Apenas dirigindo corretamente, o executivo estima que a redução no consumo é da ordem de 10% a 15%.

Menos acidentes

Quando bem aplicada, a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa. Gomez cita o caso da ABC Cargas, transportadora com operações no Brasil e em outros países da América do Sul que tinha registros recorrentes de acidentes em um trecho sinuoso da Rodovia Régis Bittencourt, a BR-116, na divisa entre São Paulo e Paraná. Entre outras cargas, a empresa transporta veículos – portanto, uma carga valiosa –, e as perdas naquele trecho da estrada eram comuns.

Com o monitoramento, Gomez diz que foi possível identificar os comportamentos que facilitavam os acidentes; e, com base nisso, ele garante que o custo associado a esse tipo de ocorrência no local caiu muito.

A informação é confirmada por Rodolfo Pereira, da área comercial da ABC Cargas. Pereira garante que as ocorrências, tanto naquele trecho da Régis Bittencourt como nas Cordilheiras dos Andes – passagem perigosa e cheia de curvas entre a Argentina e o Chile –, diminuíram em função do monitoramento. A ABC Cargas economiza R$ 120 mil ao ano com acionamentos de franquia de seguro, antes causados por acidentes naquele trecho.

Pereira diz que a tecnologia tem ajudado muito no treinamento de motoristas, que participam das ações tanto no modo presencial, nas filiais da transportadora espalhadas pelo País e cidades da América do Sul, como remotamente, mesmo durante as viagens dos motoristas. “No começo, tivemos alguma dificuldade no treinamento com motoristas mais antigos. Eles mostraram maior resistência”, relembra. Mas Pereira diz que, com a melhora nos resultados, tudo mudou, e o sistema passou a ser visto como aliado.

Gomez, da Cobli, relata que também teve a mesma impressão inicial. “Nas conversas com os clientes, eu perguntava o que eles esperavam [do serviço], para ver como a Cobli poderia ajudar”, diz. O executivo afirma que, no começo, os motoristas podem reagir às condições. “Se existem incentivos na operação para que eles aumentem a produtividade, isso pode despertar comportamentos menos responsáveis na direção. Aí entra o nosso papel: tentar contribuir para que essas empresas estruturem operações de forma a não criar esses incentivos perversos que possam despertar comportamentos pouco cautelosos ao conduzir.”

A tecnologia dá informações aos gestores de frota. Por meio delas, quem está cuidando da operação pode atuar, direcionando e dando um feedback aos condutores. “Com isso, a operação vai melhorando gradualmente”, garante Gomez.

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