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Tecnologia elevou produtividade da Asia Shipping em 20%

Por: Redação Mobilidade . 03/01/2024

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Tecnologia elevou produtividade da Asia Shipping em 20%

Uso de recursos como inteligência artificial por multinacional brasileira de integração logística auxiliou empresa a crescer 22,4% no ano, ante uma média de 6,1% do mercado

5 minutos, 12 segundos de leitura

03/01/2024

Por: Redação Mobilidade

Contêineres no porto
Setor de logística está otimista com o segmento de transporte de carga em 2024, apesar de o mercado esperar por uma ‘guerra de frete’, devido ao aumento da oferta. Foto: Asia Shipping

À primeira vista, a impressão é de que se trata de uma empresa chinesa. O nome Asia Shipping automaticamente remete ao gigante asiático. Como se não bastasse, o site (www.asiashipping.co) reforça a ideia de mais uma multinacional gringa operando no Brasil. Em vez do tradicional “.com.br” – como seria de se esperar no endereço eletrônico de uma empresa nacional -, nesse caso a URL termina com um simples “.co”. Mas, a despeito das evidências, a Asia Shipping é uma multinacional brasileira, que nasceu há 27 anos em Santos e faz a integração de cargas em diversos modais – marítimo, aéreo e terrestre – no mundo todo.

Maior integradora logística da América Latina e 30ª maior do ramo no mundo, a Asia Shipping atua na importação e exportação e faz a ponte entre fornecedores, armadores (donos de navios de carga), portos e transportadoras. É o que se chama freight forwarder, um intermediário do negócio de fretes. “É mais ou menos um tipo de Uber da carga”, exemplifica Rafael Dantas, diretor de vendas da empresa.

De acordo com ele, o emprego de tecnologia ajuda a realizar o transporte de carga de maneira confiável e a preço competitivo. Recentemente, a empresa anunciou a versão 2.0 de seu sistema, AS Tracking, que permite aos clientes acesso totalmente digital não só a documentos (boletos e notas fiscais), mas também ao acompanhamento dos embarques e da viagem.

“Colocamos todas as informações na base digital e consolidamos tudo o que ocorre com a carga em tempo real”, informa. Segundo Dantas, o nível de tecnologia aplicado possibilita até a redução de pessoas envolvidas na operação, pelo cliente. “Posso mandar tudo diretamente para o sistema dele”, garante. “Ao longo deste ano, ampliamos nossa produtividade em 20% com o uso de novas soluções tecnológicas”, afirma Dantas, o que inclui aplicação de inteligência artificial.

Soluções para necessidades brasileiras

A Asia Shipping atua em um ramo dominado por multinacionais. Segundo o executivo, as cinco maiores companhias do mundo nesse segmento têm faturamento acima de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 490 bilhões), mas, de acordo com ele, elas não atendem plenamente às necessidades das empresas da América do Sul, por causa do tamanho do mercado. Dantas diz que o Brasil representa apenas 1,4% do mercado global de contêineres. “É um volume pequeno para essas empresas”, diz.

“Nós trouxemos soluções adequadas para clientes da nossa região.” Dantas acrescenta que a Asia Shipping atende ao cliente “de ponta a ponta”, atuando nos três modais de transporte (aéreo, marítimo e rodoviário). “A cada dez contêineres que entram no Brasil, a gente transporta um”, garante o executivo. Ele informa que a empresa detém “quase” 12% de mercado na região.

Entre os três modais, o marítimo é o mais representativo para a Asia Shipping, com cerca de 65% das operações da empresa, seguido do rodoviário (20%) e aéreo (15%). Dantas acrescenta que a integradora logística transporta atualmente cerca de 30 mil toneladas por ano pelo mar, além de 70 mil toneladas/ano pelo ar e 5 mil contêineres por mês por rodovias.

Pandemia impulsionou mercado

Segundo o executivo, a pandemia impulsionou o setor de logística no mundo inteiro. Embora não revele números de faturamento, ele garante que a empresa quase triplicou de tamanho na pandemia, mas acrescenta que agora o momento é outro. Após o boom gerado durante a crise sanitária de covid-19, Dantas informa que o segmento voltou “à normalidade”, e está passando por um período de retração que já era esperada pelo setor.

Segundo ele, o frete de um contêiner entre a China e o Brasil, que chegou a US$ 10 mil durante a pandemia (entre outras razões pela falta mundial de contêineres), hoje está em US$ 3 mil.

Dantas informa que este ano a Asia Shipping cresceu quase quatro vezes acima da média do mercado. De acordo com ele, a empresa cresceu 22,42%, ante uma média de 6,1%. A razão, em sua avaliação, está na recuperação de algumas indústrias, como a de eletrônicos. E isso a despeito de desafios enfrentados pelas empresas que operam com logística, caso das secas dos rios do norte do País e no Canal do Panamá, as enchentes no Sul e as questões geopolíticas – guerras entre Rússia e Ucrânia e, mais recentemente, entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Segundo Dantas, a meta de crescer “pelo menos o dobro da média de mercado” deve continuar no radar em 2024. Ele acredita que a América Latina está com condições mais adequadas para o mercado. “O mercado é ditado por capacidade x demanda. Os armadores estavam otimistas e aumentaram a capacidade (de embarcações). Então, vai ter aumento (de oferta) também na América do Sul”, prevê. “Quando isso acontece, há uma guerra de frete, mas o mercado deve continuar crescendo.” Para 2024, o executivo projeta 5% de crescimento de mercado, e prevê que a Asia Shipping deverá crescer “acima de 10%”.

Transporte de automóveis

O executivo informou que, no segundo semestre deste ano, alguns fabricantes de automóveis começaram a substituir o transporte convencional em navios pelo sistema Ro-Ro (Roll-on, Roll-off, modalidade na qual os carros entram e saem das embarcações por meios próprios) pelos embarques em contêineres. Segundo ele, a alternativa garante mais rapidez e segurança, por levar apenas dois carros por contêiner. “Estufamos (com protetores) o contêiner na origem e cuidamos de todo embarque e desembarque.”

Ele diz que nos últimos meses transportou para um “grande cliente do setor automotivo” cerca de 2 mil veículos da China para o Brasil em contêineres. Segundo ele, a tendência é a de que esse volume aumente.

Além da sede que permanece até hoje em Santos, a empresa tem escritórios em Taiwan, China, Coreia do Sul, Vietnã, Índia, Emirados Árabes, Estados Unidos, Alemanha, Chile e Equador. No Brasil, a multinacional que emprega 1.200 funcionários globalmente tem bases em Itajaí (SC), Paranaguá (PR), Campinas (SP), Porto Alegre, Curitiba, Manaus, Recife e Salvador.

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