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Pacote de desconto para caminhões 0-km fracassa e Renovar volta ao foco

Por: Andrea Ramos . 12/07/2023
Mobilidade para quê?

Pacote de desconto para caminhões 0-km fracassa e Renovar volta ao foco

Mercado de caminhões continua em queda mesmo com os incentivos do governo, e federação dos concessionários pede medidas de estímulo à economia

3 minutos, 18 segundos de leitura

12/07/2023

Por: Andrea Ramos

Para comprar caminhões e ônibus com desconto, o transportador deverá entregar um modelo com mais de 20 anos para a concessionária. Crédito: Divulgação: Mercedes-Benz

Ao contrário do que se esperava, as vendas de caminhões novos neste primeiro semestre não decolaram. Isso significa que a Medida Provisório 1175/23, criada pelo governo federal há um mês para impulsionar as vendas de veículos, não funcionou para os comerciais pesados. Assim, de acordo com o resultado dos emplacamentos, as vendas de caminhões sofreram retração de 28,86% em junho na comparação com o mesmo período em 2022.

Em números, as revendas emplacaram 7.722 caminhões no mês passado, ou seja, bem menos que os 10.854 modelos entregues no mesmo mês do ano passado. Do mesmo modo, o resultado de junho foi menor que o registrado em maio, com queda de 2,17% em relação aos 7.893 emplacamentos. Os números são da Fenabrave, entidade que representa os concessionários de veículos no País.

Já no acumulado do ano, o recuo é de 12,10%. Enquanto no primeiro semestre deste ano o setor negociou 50.352 caminhões 0-km, nos seis primeiros meses de 2022 o setor emplacou 57.282 veículos de carga. Assim, o presidente Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, reconhece que a MP não decolou. E credita o resultado ao fraco desempenho da economia, com exceção do agronegócio.

“As vendas de caminhões estão diretamente relacionadas ao PIB. Além disso, precisa de crédito, linhas de financiamento e boas taxas de juros. Também é natural que, com a virada do Euro 5 para Euro 6, o cliente antecipou suas compras para não encarar o aumento de preços dos novos veículos com motores mais modernos e menos poluentes”.

Programa Renovar para caminhões deve voltar ao foco

Seja como for, Andreta ainda acrescenta que a aplicabilidade do programa não ajudou. Ou seja, quem compra caminhão 0-km não tem um de 20 anos para dar na troca. Do mesmo modo, quem tem caminhão de 20 anos não consegue pular para um modelo Euro 6.

Por essa razão, para o presidente da Fenabrave esse programa serviu para o governo perceber que em veículos comerciais tem de haver incentivos para a renovação de frota. Com financiamento específico, por exemplo. Nesse sentido, a entidade e o governo devem se reunir para fazer o Programa Renovar – de renovação de frota – acontecer.

“O Renovar tem vários entraves com relação à regulamentação. Um deles, por exemplo, diz respeito ao descarte de peças. Dessa forma, vamos conversar com o governo para ver se conseguimos desenvolver um plano assertivo”, diz Andreta.

Divulgação/TVEX Higer

Vendas de ônibus

A Fenabrave acredita que as vendas de caminhões devem se manter como no ano passado, com 124,5 mil emplacamentos. Por outro lado, para o mercado de ônibus, a federação projeta um crescimento der 5% nas entregas. Ou seja, um discreto aumento de 21,8 mil (2022) para pouco mais de 22,9 mil (2023). De acordo com Andreta, por causa do represamento no período da pandemia da Covid-19, as empresas estão comprando produtos para renovar suas frotas.

Some-se a isso o Programa Caminho da Escola, que ajuda a estimular as vendas de ônibus. Nesse sentido, em junho, as operações cresceram 22,18% na comparação com junho do ano passado. Assim, as marcas venderam 2.115 ônibus frente às 1.731 do ano passado.

Do mesmo modo, no acumulado de 2023, houve crescimento de 45,83% nos negócios. No 1º semestre, o setor faturou 13.399 ônibus. Enquanto isso, negociaram 9.188 veículos em 2022. Entretanto, ocorreu retração de 5,45% nos emplacamentos de junho em relação a maio, quando a rede faturou 2.237 ônibus.

Implementos rodoviários

A indústria fabricante de implementos rodoviários também registra saldo positivo. E emplacou 42.096 unidades no 1º semestre. Portanto, se comparar com 2022, o crescimento é de 4,54%. Naquele período, o setor emplacou 40.277 implementos.

Por outro lado, o bom desempenho não é apresentado em junho quando comparado a maio. Foram vendidas 7.323 unidades, ou seja, retração de 4,62% sobre os 7.678 implementos rodoviários entregues no mês anterior.

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