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Pesquisa prevê que e-buses crescerão mais do que carros elétricos

Por: . 23/06/2020
Mobilidade para quê?

Pesquisa prevê que e-buses crescerão mais do que carros elétricos

Relatório aponta que, em 2040, 57% dos veículos de passageiros vendidos serão carros e ônibus elétricos

3 minutos, 12 segundos de leitura

23/06/2020

A comercialização de veículos elétricos (VEs) vem crescendo nos últimos anos e não há sinais de desaceleração. As vendas devem alcançar 10 milhões em 2025, 28 milhões em 2030 e 56 milhões em 2040. Essa é a mais recente previsão a longo prazo feita pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF) em seu relatório anual sobre veículos movidos a eletricidade.

O levantamento aponta que, a partir da segunda metade da década de 2020, os ônibus elétricos, ou e-buses, crescerão em um ritmo mais rápido do que os carros a eletricidade. Enquanto a venda desses carros deve alcançar 28% do mercado de automóveis até 2030, os e-buses representarão 84%.

As vendas globais dos veículos movidos a combustíveis fósseis estão próximos de seu pico, e os elétricos devem começar a dominar o mercado mundial em 2030.

Atualmente, existem mais de 1 bilhão de veículos no mundo, e os VEs representam menos de 0,5% da frota apenas. A BNEF acredita que, em 2040, 57% das vendas globais de veículos de passageiros serão de elétricos, que representarão 30% da frota mundial projetada em 1,68 bilhão de unidades.

Crescimento de ônibus elétricos

Pesquisa prevê que e-buses crescerão mais do que carros elétricos
China ainda concentra a maioria da frota mundial de e-bus, mas esses veículos estão se espalhando pelo mundo. (Fonte: Shutterstock)

Embora boa parte da atenção até agora tenha sido dada aos veículos de passageiros, à medida que a tecnologia das baterias continua a melhorar e mais modelos se tornam disponíveis, a eletrificação se espalhará para outros segmentos do transporte rodoviário.

Os ônibus elétricos devem crescer mais rápido porque estão presentes em quase todas as configurações de recarga e já apresentam menor custo de propriedade do que os ônibus municipais convencionais em 2019. Até 2040, a BNEF espera que 80% da frota de ônibus municipais seja movida a eletricidade.

Atualmente, circulam no mundo 400 mil e-buses. Grande parte está na China, que tem uma frota com mais de 300 mil unidades e já chegou a responder por 99% do total mundial em 2018.

O mercado chinês deve continuar liderando o setor de VEs, com 48% das vendas globais em 2025, 34% em 2030 e 26% em 2040.

Transformação da matriz energética

A transformação na matriz energética desses veículos está sendo impulsionada pela redução do preço do lítio — principal componente das baterias — e pelo aumento da produção industrial do setor. No entanto, o setor ainda encontra problemas com infraestrutura de recarga e dificuldades com o fornecimento de cobalto.

Segundo o relatório, espera-se que a taxa de motorização global aumente. Porém, os EVs combinados com as melhorias na economia de combustível e serviços de mobilidade compartilhados levarão a uma redução na demanda de petróleo para o transporte rodoviário de passageiros.

O consumo dos veículos elétricos passará de 74 TWh, em 2019, para 2.333 TWh, em 2040, aumentando em 6,8% a demanda global por eletricidade. Enquanto isso, a mudança de veículos movidos a combustão para os elétricos deverá eliminar a necessidade de 13,7 milhões de barris de petróleo no transporte.

Metas de emissão de CO2

Pesquisa prevê que e-buses crescerão mais do que carros elétricos
Países terão de acelerar a mudança energética nos veículos se quiserem bater as metas de emissão de gases do efeito estufa. (Fonte: Shutterstock)

Apesar do rápido crescimento de veículos elétricos em diversos segmentos, as emissões diretas de CO2 do transporte rodoviário continuam aumentando nos próximos dez anos.

O pico de emissões será em 2030, principalmente devido a uma crescente frota de veículos de combustão interna. Caso sejam somadas às emissões adicionais do setor de geração de energia elétrica, o pico será de dois a três anos depois.

Fonte: Bnef, Canal Energia.

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