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Eletropostos: Rede Graal quer instalar dezenas de unidades nas principais rodovias do País

Por: Mário Sérgio Venditti . Há 8 dias

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Eletropostos: Rede Graal quer instalar dezenas de unidades nas principais rodovias do País

Saiba quanto a rede de autopostos e restaurantes está investindo e quantos pontos de recarga pretende instalar até o final do ano

4 minutos, 56 segundos de leitura

18/06/2024

Por: Mário Sérgio Venditti

Eletroposto da rede Graal
A Graal instalará carregadores rápidos e semirrápidos em suas unidades para atender os consumidores. Foto: Divulgação/Graal

Durante as viagens mais longas, é hábito do brasileiro fazer uma parada nos restaurantes na beira das rodovias para abastecer o carro e se alimentar. É um entra-e-sai de consumidores 24 horas por dia. Os estabelecimentos querem aproveitar esse movimento ininterrupto para atender, também, aos proprietários de veículos elétricos.

Nesse sentido, um importante investimento está partindo da Rede Graal, um dos maiores grupos de autopostos rodoviários do Brasil. Ela desembolsou R$ 15 milhões na aquisição de 74 equipamentos das empresas WEG, ABB e BYD. O valor também contempla as obras de infraestrutura necessárias para instalação das estações.

“Os carregadores serão implementados em 37 das 52 unidades da Graal. Em setembro, 24 estarão em operação e as outras 13 ficarão prontas até o fim do ano”, revela Nivaldo Ary Nogueira Jr., gerente de expansão da Rede Graal.

Os demais 15 espaços da Graal estão, atualmente, sendo ocupados por uma parceria com a EDP Brasil, empresa do setor energético, que se encerra em novembro. “Mas, por enquanto, não há previsão de instalar eletropostos nessas lojas”, afirma.

As estações serão colocadas em rodovias dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A primeira a receber o ponto de recarga foi o Graal Turmalina, no km 158 da Rodovia Anhanguera, na cidade de Cordeirópolis (SP).

Leia também: Ações ampliam número de eletropostos e criam programa de assinatura para recarga

Recarregando três carros ao mesmo tempo

Ele conta que em cada unidade será possível recarregar três veículos ao mesmo tempo. São dois conectores CCS2 do modo ultrarrápido (DC), de 120 kW e um modelo semirrápido (AC) Tipo 2, de 22 kW.

O AC deverá ser usado, principalmente, por automóveis com propulsão híbrida plug-in. Também é esperada o afluxo de muitos veículos urbanos de carga, os chamados VUCs, utilizados para as entregas de encomendas em trajetos menores.

Nos dois tipos de conectores, a Graal utiliza a plataforma digital e serviços de operações e manutenção da Move, empresa de soluções de mobilidade elétrica.

“Os equipamentos são capazes de abastecer os veículos totalmente elétricos em cerca de 30 minutos, contra as mais de quatro ou cinco horas dos carregadores tradicionais”, afirma Nogueira. “O cliente permanece nos nossos espaços de 20 a 40 minutos, tempo suficiente para aguardar a recarga enquanto faz uma refeição ou toma um café.”

Segundo o executivo, a Graal adotou a estratégia de não comprar os equipamentos de um único fornecedor. “A ABB é uma das principais marcas do mundo, ao passo que a nacional WEG tem uma reputação muito forte no País. E também optamos por alguns aparelhos da BYD”, diz.

As áreas da Rede Graal não precisarão de grandes intervenções para acomodar os eletropostos. Nogueira destaca que apenas 10 unidades ganharam um reforço na entrada de energia para suprir a demanda de fornecimento aos veículos. “As crescentes vendas de automóveis elétricos no Brasil exigem uma infraestrutura robusta na rede elétrica”, acentua.

Experiência anterior

O preço de recarga definido pela Rede Graal para o usuário é de R$ 2,20 o quilowatt-hora nos carregadores DC e R$ 1,60 nos AC. Há também uma taxa de R$ 2 a cada conectividade. “Pesquisamos os valores cobrados por outras empresas e nos posicionamos na mesma faixa”, garante. 

O dono do carro eletrificado já pode abaixar o aplicativo EletroGraal no smartphone, fazer o cadastro para ver, entre outras informações, onde estão os pontos de recarga e acompanhar o histórico das operações. 

Não é a primeira vez que a Rede Graal se envolve em uma ação voltada para a eletromobilidade. Em 2015, ela participou da formação do inédito corredor intermunicipal entre São Paulo e Campinas, em uma parceria com a CPFL Energia.

O pioneirismo resultou na instalação de eletropostos nas rodovias Anhanguera (km 67, pista São Paulo – interior) e Bandeirantes (km 56, pista interior – São Paulo). “O projeto tinha começo, meio e fim e avaliamos a experiência como positiva, que permitiu nos dar mais embasamento para investir agora nas estações de recarga”, explica.  

Para Nogueira, as grandes redes de autopostos e restaurantes localizadas nas rodovias estão diante de uma excelente oportunidade para ingressar na expansão da eletromobilidade brasileira. “No entanto, desconheço quem tenha investido um valor tão expressivo para dotar as áreas com a infraestrutura adequada”, afirma.

Empresa também planeja estrutura para GNV

Prestes a completar 50 anos em setembro, a Rede Graal sempre teve a inovação em seu DNA, principalmente em assuntos ligados à energia e à sustentabilidade, segundo o gerente de expansão Nivaldo Ary Nogueira Jr.

O projeto de instalação de eletropostos não é única iniciativa da empresa no terreno da mobilidade. A Graal está empenhada também em implementar equipamentos para abastecer caminhões pesados com gás natural veicular (GNV).

“Temos noves áreas para abastecimento com gás, todas em rodovias. Cinco delas possuem dispensers de alta vazão e, em 2024, estão previstas a abertura de mais duas”, afirma Nogueira.

Assim, para preencher oito cilindros de gás dos caminhões, com capacidade para 25 m3 em cada um, o motorista vai aguardar aproximadamente de 12 a 15 minutos, o mesmo tempo da operação feita com o tanque de 800 a 1.000 litros de diesel. A vantagem é que o GNV emite 20% menos de dióxido de carbono (CO2) e é mais barato para as transportadoras.

“As fabricantes estão investindo na produção de veículos movidos a gás. A Scania, por exemplo, já tem mais de mil unidades rodando no País. Mesmo assim, ainda não existe uma rede de abastecimento constituída”, salienta. “Queremos ajudar na formação dessa infraestrutura.”

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