Para estrear no segmento de motos médias, a Triumph buscou, no passado, a inspiração para as novas motos de 400 cc. As inéditas Speed 400 e Scrambler 400X têm um visual clássico que remete a modelos históricos da marca inglesa.
Afinal, fundada em 1902, a Triumph é uma das mais antigas fabricantes de motocicletas, no mundo, em atividade. Ao longo de mais de 120 anos, criou modelos que se tornaram ícones do motociclismo.
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Não faltam exemplos. Desde a Triumph Thunderbird pilotada por Marlon Brando no filme O Selvagem (The Wild One, 1953) ou a TR6 guiada por Steve McQueen em Fugindo do Inferno (The Great Escape, 1963), que serviu de inspiração para a nova linha de motos de 400 cc. Daí seu nome “TR-Series”.
Visualmente, os modelos compartilham o tanque e o sistema de iluminação todo de LED. Mas, apesar de terem o mesmo tanque arredondado de 13 litros, característico da marca inglesa, as novas motos Triumph de 400 cc se diferenciam pela proposta.
A nova Speed 400 segue o estilo roadster, voltada mais para o uso urbano. Seu assento reto é único e suas rodas de liga leve são de 17 polegadas. Destaque para os espelhos retrovisores, fixados nas extremidades do guidão, que conferem um ar ainda mais retrô ao modelo.
Já a Scrambler 400X possui uma proposta mais “aventureira”. Com guidão largo e protetores de mão de série, tem banco bipartido e farol com grade protetora. O modelo também usa rodas de liga leve, mas com 19 polegadas, na dianteira, e 17, na traseira.
Os novos modelos Speed e Scrambler X compartilham o mesmo motor de um cilindro, 398 cm³ de capacidade e arrefecimento líquido. Com quatro válvulas e duplo comando no cabeçote (DOHC), o monocilíndrico é completamente novo. Embora tenha sido desenvolvido em parceria com a Bajaj, nada tem a ver com o motor da Dominar 400, garante a Triumph.
Alimentado por injeção eletrônica Bosch, produz 40 cv de potência máxima a 8.000 rpm e 3,8 mkgf de torque a 6.500 giros. O câmbio tem seis velocidades e conta com embreagem assistida e deslizante, facilitando o acionamento do manete e evitando o travamento das rodas em reduções de marcha.
O grande diferencial para outras motos com a mesma capacidade cúbica fica por conta da adoção de um acelerador eletrônico, em vez do tradicional cabo mecânico. O sistema, chamado de ride by wire, proporciona um funcionamento mais preciso do motor, além de permitir a instalação de sistemas eletrônicos.
Dessa forma, os novos modelos Speed 400 e Scrambler 400X já vêm de fábrica com controle de tração comutável. Ambas também têm freios com ABS de série. Contudo, o sistema antitravamento só pode ser desativado, na Scrambler, quando o motociclista quiser acelerar na terra, digamos, com um pouco mais de emoção.
Na parte eletrônica, os modelos têm painel compacto, porém completo, que mescla um velocímetro analógico com uma pequena tela de LCD digital. Ali estão informações como odômetro, relógio, marcador de combustível e consumo médio, além de um indicador de marcha – útil para pilotos menos experientes.
Outros detalhes interessantes dos modelos desenvolvidos para os mercados emergentes, como Índia, Tailândia e Brasil, são os sistemas antifurto. Tanto a Speed 400 como a Scrambler 400X terão chave com transponder e imobilizador eletrônico.
As novas motos da linha TR usam quadro estreito e compacto para reduzir o peso e torná-las mais acessíveis aos jovens motociclistas e pilotos iniciantes. De acordo com a Triumph, a nova Speed 400 pesa 170 kg já pronta para rodar, enquanto a Scrambler 400X marca 179 kg. A grande diferença está no conjunto de suspensões, além de rodas e pneus adequados à proposta de cada uma delas.
A Speed 400 tem rodas de 17 polegadas, calçadas com pneus esportivos, sem câmara, nas medidas 110/70-17, na dianteira, e 150/60-17, na traseira. Na frente, a suspensão possui garfo telescópico invertido, sem ajustes, com tubos de 41 mm, e 140 mm de curso. Já na traseira, um monoamortecedor com reservatório a gás e ajuste na pré-carga da mola, com 130 mm de curso.
Os freios, comuns aos dois modelos, usam disco de 300 mm de diâmetro com pinça de quatro pistões, com fixação radial, na dianteira. Enquanto na traseira, um disco de 230 mm tem pinça flutuante. Os sistema ABS de dois canais da Bosch equipam os modelos. Com a diferença que, na Scrambler 400X, pode-se desligar o ABS na roda traseira.
A Scrambler 400X também tem rodas de liga leve, mas com aro 19, na dianteira. “Não se trata de uma moto off-road, e seus proprietários não iriam fazer trilhas ou dar saltos com ela”, justifica Stuart Wood, engenheiro-chefe da Triumph, do porquê de não ter rodas raiadas – geralmente, mais utilizadas em modelos aventureiros. Entretanto, os pneus são sem câmara e de uso misto, nas medidas 100/90-19 e 140/80-17, na traseira.
As suspensões também contam com garfo telescópico invertido, na frente, e monoamortecedor, atrás. Ambas, porém, têm mais curso – 150 mm – a fim de absorver as imperfeições do asfalto ou de estradas de terra. Consequentemente, o curso mais longo faz com que o assento seja quase 5 centímetros mais alto do que na Speed 400: 790 mm, contra 835 mm.
Apesar de ainda não ter revelado o preço dos modelos, que deve variar de acordo com o mercado, a Triumph afirma que os modelos terão valor competitivo para o segmento.
Se tomarmos como base as motos da linha 310, da BMW, apontadas como concorrentes pela Triumph, podemos esperar que as novas Speed 400 e Scrambler 400X cheguem ao Brasil com preços a partir de R$ 40.000.
Afinal, as motos de entrada da BMW são vendidas entre R$ 35.000 (G 310R) e R$ 38.000 (G 310 GS), mas têm motores de menor capacidade e menos potentes, além de não oferecerem controle de tração.
Por enquanto, a informação oficial é de que as novas motos de 400 cc da Triumph devem chegar ao Brasil até o início de 2024. A marca inglesa também adiantou que os modelos terão dois anos de garantia