Túnel para bicicletas: cidade suíça transforma antiga estrutura em passagem para ciclistas
Túnel inicialmente atenderia automóveis, mas o projeto nunca foi para frente

A Suíça inaugurou um túnel para bicicletas em uma antiga estrutura pensada inicialmente para carros. O espaço passa sob a Estação Central de Zurique, que conecta os distritos 4 e 5 da cidade. Além disso, a estrutura oferece 1.240 vagas para estacionar bicicletas para que usuários acessem o sistema de trens do país.
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Essa infraestrutura virou o “Túnel da Cidade” a partir da sua inauguração em março de 2025. Por ali passam bicicletas mecânicas e elétricas, além de autopropelidos leves. Para isso, todos devem respeitar a velocidade máxima de 20 km/h.

A estrutura do túnel mede 192 metros, com uma pista de seis metros de largura. Em um dos lados do túnel há uma rampa de acesso.
História do túnel para bicicletas
Em 1960, o parlamento suíço determinou a construção da “Estrada Expressa Y”, para conectar ao centro de Zurique, três rodovias importantes que terminaram perto da cidade. O objetivo era aliviar o congestionamento em Zurique. Portanto, em 1962, a aprovação do projeto viabilizou o desenvolvimento do plano.
Entretanto, a estrada A3, que sai de Grisões, precisou de uma ponte. Essa estrutura chegou a ser construída, entretanto, só até um pedaço. Faltaram 1,8 km até a Estação Central de Zurique.
A possível extensão dessa ponte gerou oposição forte da população. Para solucionar o conflito, o governo federal propôs uma passagem subterrânea. A partir da década de 1980, o túnel entrou em fase de construção, com investimentos que perduraram até a década de 2000.
Entretanto, as dinâmicas de trânsito e o aumento de tráfego demonstraram que não seria suficiente. Outras medidas também foram tomadas paralelamente, como a criação de um desvio ao Norte de Zurique. Com esse desvio, inaugurado em 1895, o túnel ficou paralisado.
Orçamento revisitado
Inicialmente, o orçamento para a infraestrutura estava orçado em CHF 48,4 milhões (cerca de R$ 330 milhões), pois já considerava os futuros custos de demolição do espaço. Na época, já se acreditava que logo o espaço se tornaria obsoleto. Entretanto, com a mudança do túnel de carros para bicicletas, o custo total ficou em R$ 38,6 milhões (cerca de R$ 261 milhões).
Para isso, em janeiro de 2022, o Conselho Federal recomendou ao Parlamento que excluíssem da resolução a parte que determinada a “Estrada Expressa Y”. Dessa forma, a implementação poderia ser oficialmente descontinuada. Com o pedido acatado, o Conselho Federal editou a Portaria Nacional das Estradas, o que permitiu a economia de CHF 8 milhões (cerca de R$ 55 milhões).
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