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‘A Mulher Rei’ e ‘Em Carne Viva’: #naperifaindica

Por: Expresso na Perifa . 30/09/2022

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‘A Mulher Rei’ e ‘Em Carne Viva’: #naperifaindica

Nesta seção, colaboradores e leitores do Expresso Na Perifa contam o que têm visto, lido e escutado por aí, fazendo sugestões de rolês

3 minutos, 35 segundos de leitura

30/09/2022

Detalhe do pôster de 'A Mulher Rei', filme com Viola Davis. Foto: reprodução

As indicações desta semana são de Regiany Silva e Lucas Veloso

FILME: ‘A MULHER REI’, COM VIOLA DAVIS

Viola Davis em ‘A Mulher Rei’. FOTO: DIVULGAÇÃO

Em cartaz nos cinemas brasileiros — e dirigido por uma mulher negra, a cineasta Gina Prince-Bythewod —, o filme A Mulher Rei conta a história do exército Agojie, formado por mulheres do reino de Daomé (atual Benin), em África Ocidental.

A guerreira Nanisca, papel principal, é interpretada por Viola Davis. Uma das atrizes mais reconhecidas e premiadas do mundo, ela esteve no Brasil pela primeira vez na semana do dia 22 de setembro, quando acompanhou a estreia do longa-metragem no País (nesta reportagem do Estadão, Davis fala da importância de uma mulher negra liderar bilheterias).

Ao estilo hollywoodiano, A Mulher Rei é recheado de cenas de ação, com batalhas intensas entre o exército liderado por Nanisca e o Império Oyo, vizinho de Daomé. Sem protagonista branco nem masculino, a trama mostra as mulheres pela perspectiva da força, que aparece no enfrentamento físico e também no afeto e nas dores. Com uma fotografia linda, que traz a vivacidade de uma África de realezas e mulheres brilhantes, e com atuações impecáveis, o filme vale cada minuto das duas horas de sessão.


LIVRO: ‘EM CARNE VIVA’, DE JACQUELINE WOODSON

Capa do livro 'Em Carne Viva', de Jacqueline Woodson. Foto: reprodução/Amazon
Capa do livro ‘Em Carne Viva’, de Jacqueline Woodson. Foto: reprodução/Amazon

A estadunidense Jacqueline Woodson entrega um romance de amadurecimento no livro Em Carne Viva, editado no Brasil pela Todavia — Jacqueline é uma reconhecida autora de histórias infantojuvenis, mas também escreve para os mais velhos (é dela Um Outro Brooklin, também da Todavia, sobre jovens mulheres crescendo na Nova York dos anos 1970).

Em Carne Viva gira em torno de sobreviventes do Massacre de Tulsa, ocorrido em 1921, quando brancos atacaram famílias, casas e comércios dos negros no bairro de  Greenwood, na cidade de Tusla, nos Estados Unidos. Entre eles está o jovem casal Iris e Aubrey que aos 15 anos serão pais de Melody.

A história não é contada na ordem dos acontecimentos, e as vozes narrativas se alternam, mas isso só instiga o entendimento e faz a leitora e o leitor mergulharem em um enredo sobre classe, cor da pele, gravidez na adolescência, além de uma coisa comum a todos nós: as escolhas que fazemos mais novos, quando nem sempre temos certeza do  queremos para a vida. Quem nunca passou por isso, né? Pois é. Pensar nisso é um dos pontos altos do livro.


GABO & MERCEDES: UMA DESPEDIDA

Capa do livro 'Gabo & Mercedes — Uma Despedida', de Rodrigo García. Foto: reprodução/Amazoon
Capa do livro ‘Gabo & Mercedes — Uma Despedida’, de Rodrigo García. Foto: reprodução/Amazon

Quando alguém pergunta sobre os maiores escritores da América Latina (e do mundo), um dos nomes incontornáveis é o do colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014). Autor de Cem Anos de Solidão, entre outros romances e contos que compõem um dos conjuntos literários mais importantes do século 20, o jornalista e escritor também colaborou para jornais e revistas.

Em Gabo & Mercedes: Uma Despedida (Record), Rodrigo García, filho de Gabriel e Mercedes, sua esposa pela vida toda, fala do pai em seus últimos dias, quando esteve acamado, movia-se muito pouco e quase não conversava, e do processo triste e doloroso que foi a perda da memória. O Gabo escritor de reconhecimento mundial partiu discretamente aos cuidados atentos de sua família.

A narrativa é linear, direta e bonita, sobretudo quando relaciona algumas situações da vida real ao realismo fantástico que Gabo tanto expressou em suas histórias.


MÚSICA: AVELÃ, DE KDU DOS ANJOS

Capa do disco Avelã, de Kdu dos Anjos. Foto: divulgação
Capa do disco Avelã, de Kdu dos Anjos. Foto: divulgação


A voz que predomina nas letras das canções do disco Avelã, mais recente trabalho do músico Kdu dos Anjos, é a de quem vive na favela — nada mais legítimo para um artista que é cria das lajes do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, onde nasceu, cresceu e continua a movimentar projetos e ações sociais. Kdu integra o coletivo Lá da Favelinha e é colaborador do Expresso na Perifa.

Um bom lugar para começar é a faixa Pôr do Sol na Laje:

O álbum completo, produzido ao longo de 2020,  está no YouTube.


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