Banda dos Curumins participa de festivais de música na Europa | Mobilidade Estadão | Na perifa

Buscando sugestões para:


Banda dos Curumins participa de festivais de música na Europa

Por: Luis Nascimento, especial para o Estadão . 23/06/2022

Publicidade

Conteúdo patrocinado por
Na Perifa

Banda dos Curumins participa de festivais de música na Europa

Grupo da periferia de São Paulo se organiza para a primeira viagem internacional

3 minutos, 23 segundos de leitura

23/06/2022

Por: Luis Nascimento, especial para o Estadão

Banda dos Curumins, orquestra jovem vinculada à Casa dos Curumins, se prepara para tocar na Suíça. Foto: Dani Gurgel/Divulgação

Formada em 2013 no distrito de Pedreira, zona sul de São Paulo, a Banda dos Curumins reúne adolescentes e jovens da periferia da capital paulista à frente de percussão, sopro, harmonia e voz.

O grupo faz parte da organização não governamental suíço-brasileira Casa dos Curumins e tem se destacado, em apresentações cheias de energia, com um repertório de músicas autorais e releituras de composições.

No momento, os integrantes estão em contagem regressiva para sua primeira viagem internacional: o conjunto foi convidado pelo suíço Jacky Marti, diretor artístico do Estival de Jazz de Lugano, para participar da 42ª edição do evento que ocorre no verão europeu. Eles partem para o sul da Suíça em 23 de agosto,  fazem o concerto em Lugano (27) e depois cruzam a fronteira para se apresentar na Itália durante o Festival de Villa Arconati, na cidade de Bollate, noroeste de Milão. A maioria dos artistas nunca viajou de avião.

Dedicação — Realizar esse sonho exige planejamento. Para arcar com os custos de documentação, alimentação e transporte, por exemplo, os Curumins se mobilizaram na busca por ajuda financeira. O cineasta Alberto Eisenhardt — fundador da Casa dos Curumins ao lado de sua mulher, a advogada Adriana Eisenhardt — afirma que esse tipo de atitude fortalece os estudantes. “O esforço na campanha ‘Onde a Música nos Leva’ comprova que eles têm autonomia para continuar na jornada”, diz Alberto.

Quem quiser apoiar o projeto pode entrar em contato nas redes sociais. Além da venda de produtos [saiba mais no perfil do Instagram @bandacurumins, no destaque Sonho], os jovens estão organizando uma quermesse na Casa dos Curumins. A festa, que ainda não tem data, será a última ação antes da viagem.

Oportunidades – Uma das integrantes da Banda dos Curumins é Fabiana Mendes, de 18 anos. Ela conta que desde pequena sonha em viajar para fora do Brasil, mas muitas vezes duvidou dessa possibilidade. “A banda tem proporcionado um caminho para me estruturar na música”,  diz a estudante.

Fabiana é aluna da escola Quarteirão da Música, um projeto de formação musical da ONG que funciona como sede da banda desde 2016, quando foi criado. O Quarteirão atende uma centena de crianças e adolescentes entre 10 e 20 anos. Além da Curumins e do Quarteirão, Fabiana faz bacharelado em Canto na Faculdade Santa Marcelina, uma instituição particular na zona oeste de São Paulo, onde tem bolsa integral. “O processo para obtenção de bolsa é bem complexo e, graças aos conhecimentos técnicos e teóricos que recebi nas aulas, consegui me destacar no processo seletivo.”

Assim como Fabiana, outros alunos da escola receberam apoio da organização para estudar música em universidades. Antes da pandemia, por exemplo, Alberto e Adriana conseguiram algumas parcerias para custear mensalidades.

Ana Paula Guimarães, coordenadora pedagógica do Quarteirão da Música, explica que o apoio aos alunos é muito importante para o desenvolvimento local da comunidade. “Eu sinto que estamos no lugar de empoderamento”, diz. “O projeto é uma ferramenta muito potente e transformadora, hoje temos ex-alunos formados em música trabalhando com a gente e formando outras pessoas. Isso não tem preço.”

Mais que a música – A ONG Casa dos Curumins tem oito projetos, de acolhimento infantil a atividades de socialização para a terceira idade. Adriana Eisenhardt cuida da parte jurídica e da captação de recursos. Segundo ela, um dos maiores desafios é movimentar e engajar as empresas brasileiras na cultura de doação.

“Nossos apoiadores são em grande parte da Suíça, podemos dizer que eles não têm nenhum tipo de benefício fiscal em doar para o Brasil, mas acreditam na causa e no poder de transformação que o projeto tem na vida das pessoas”, relata.

Mesmo com a dificuldade de acesso a recursos, o sonho de Alberto e Adriana segue firme e formando diversos curumins no distrito da Pedreira.


De 1 a 5, quanto esse artigo foi útil para você?

Quer uma navegação personalizada?

Cadastre-se aqui

0 Comentários


Faça o login