Desigualdade: é preciso ajudar, resistir e salvar
Insegurança alimentar, desnutrição, fome e aumento da população sem moradia atingem e assombram quem vive nas beiradas do Brasil e não tem acesso ao que é básico e digno. Leia mais: Ensino híbrido ainda reproduz dificuldades do modelo remotoAmeaças de massacre nas escolas: como está a segurança e a saúde mental dos alunos?‘Nós, pobres e […]
2 minutos, 52 segundos de leitura
22/10/2021
Por: Emerson Caetano, analista internacional e colaborador do PerifaConnection
Insegurança alimentar, desnutrição, fome e aumento da população sem moradia atingem e assombram quem vive nas beiradas do Brasil e não tem acesso ao que é básico e digno.
Na luta contra a crise humanitária e a injustiça social (pioradas pela pandemia) organizações e coalizões trabalham sem parar. Conheça algumas iniciativas.
LGBTQIA+
Os projetos de acolhimento e ressocialização dos coletivos de inclusão social CasaNem, na cidade do Rio de Janeiro, e Casa Dulce Seixas, em Nova Iguaçu, têm ajudado essa que é uma das populações que mais sofre na dificuldade de conseguir emprego formal.
Só a Casa Dulce Seixas atende 100 pessoas da Baixada Fluminense por mês. “A gente ajuda quem precisa de retificação de gênero em documentação, apoio psiquiátrico e psicológico e cestas básicas”, conta João Victor Silva, vice-presidente da instituição.
Situação Rua
A organização São Paulo Invisível distribuiu no inverno 12 mil kits de moletom, produtos de higiene, meia, luva e “itens de sobrevivência”. O co-fundador Vinicius Lima confirma o que percebemos dia a dia: o aumento dessa população é crescente. “Não temos censo, mas nas muitas histórias falam que estão na rua há um ano e meio, um ano, meses, semanas”, diz.
Outra iniciativa importante na capital paulista é o Banho pra Geral, em que uma carreta azul com pias, chuveiros e vestiário estaciona em algum ponto estratégico da cidade para que os que não têm um teto tomem banho quente e recebam um pacote com toalha e produtos de higiene, além de roupas limpas, alimentos e cobertores. “Às vezes, o banho é o único carinho que a pessoa recebe; um banho de autoestima. Elas saem renovadas, felizes”, diz Vanessa Labigalini, criadora do projeto, em reportagem do Estadão.
Defensoria pública
Em média, por ano, a Defensoria Pública do Estado da Bahia atende cerca de 800 pessoas que vivem nas ruas. Na pandemia já foram entregues cestas básicas para famílias nas regiões mais críticas, a exemplo de Campo de Pólvora, Mares, Aquidabã, Piedade e Itapuã.
Dá para mudar o sistema
Juliana Garcia, articuladora da campanha nacional Tem Gente com Fome e integrante do Movimenta Caxias, conta que a iniciativa é continuidade ampliada do trabalho iniciado em 2020 pelas organizações Criola e Instituto Marielle Franco, entre outras. “Se no ano passado o esforço da sociedade civil organizada impactou positivamente 45 mil famílias, em 2021 cerca de 200 mil famílias foram beneficiadas”, conta.
Além do cartão alimentação de R$ 142,50 mensais, a distribuição de cestas básicas com alimentos orgânicos mostra – com força – que dá para mudar o sistema alimentar no Brasil e quem sabe acabar com a fome até 2030, como estabelece a meta da Organização das Nações Unidas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Pandemia
- mais de 600 mil mortes por covid-19
- 21,6 milhões casos
- 117 milhões de pessoas em insegurança alimentar
- 20 milhões passam fome
Fontes: Consórcio de Veículos de Imprensa e Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar
Alerta máximo
Em julho de 2021, a Oxfam, rede global de ajuda humanitária e enfrentamento da fome, divulgou um relatório em que alerta: a junção das crises climática e democrática, dos conflitos armados e da pandemia pode matar de fome 11 pessoas por minuto.
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