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Na pandemia do desemprego, mulher periférica é a mais prejudicada

Por: Ellen Pimentel, gerente de expansão de rede da Gerando Falcões . 04/11/2021

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Na pandemia do desemprego, mulher periférica é a mais prejudicada

Elas foram as primeiras a perder seus postos e são as últimas a conseguir recolocação

2 minutos, 48 segundos de leitura

04/11/2021

Por: Ellen Pimentel, gerente de expansão de rede da Gerando Falcões

Carteira de trabalho. Foto: Itaci Batista/Estadão Conteúdo

A pandemia provou um retrocesso implacável para a permanência das mulheres no mundo do trabalho. Em apenas um ano, de 2019 para 2020 — a participação feminina na força de trabalho caiu 14% (as mulheres passaram a representar 45% da população ocupada). Segundo o IBGE, ao final de 2020 mais da metade das mulheres em idade produtiva se encontravam excluídas do mercado.

As mais afetadas foram justamente as mais vulneráveis: negras, moradoras de favelas e com pouca instrução formal. Sobrecarregadas com o trabalho doméstico e o cuidado com os filhos, em função do fechamento prolongado das creches e escolas, elas foram as primeiras a perder seus postos e são as últimas a conseguir recolocação profissional, especialmente no mercado formal.

As desigualdades, que nunca foram pequenas, se aprofundaram. Uma análise do data_labe, laboratório de dados sediado na Favela da Maré, no Rio de Janeiro, mostrou que a proporção de mulheres negras desocupadas é o dobro da de homens brancos, e que quem mora na quebrada — independentemente de raça ou gênero — tem duas vezes mais chance de estar desocupado do que quem mora no centro.

Pensando em reverter essa tendência, Fundación MAPFRE e Gerando Falcões elaboraram o projeto #PraFrente. Ele tem como objetivo capacitar 6 mil mulheres empreendedoras até junho de 2022, proporcionando a emancipação financeira, social e emocional das participantes.

A metodologia do #PraFrente, que tem o apoio técnico da ONG Anjos da Tia Stelinha, que faz parte da Rede Gerando Falcões, conta com cinco eixos: formação empreendedora, fortalecimento socioemocional, direitos sociais, emancipação financeira e segurança alimentar. A ideia central do programa é disseminar a cultura do empreendedorismo e as práticas de geração de renda entre as moradoras da favela, ampliar seu acesso a garantias legais, bens e serviços públicos, e fortalecer sua autoestima, autoconhecimento e inteligência emocional.

O curso é gratuito, tem duração de quatro meses e é feito de forma híbrida, por meio do aplicativo Gerando Educação e de atividades presenciais, que respeitam as normas de segurança necessárias em função da pandemia.

Além da instrução prática para abrir o próprio negócio, as alunas receberão mentoria voltada para a emancipação financeira, que as ajudará a desenvolver empresas autossustentáveis, e um cartão-alimentação de R$ 100 por mês, desde que tenham frequência mínima de 75% nas aulas.

Após a conclusão do curso, elas poderão se inscrever num edital e apresentar projetos de empreendedorismo. Deles, 77 serão escolhidos por uma banca para receber um investimento-semente de R$ 4,5 mil. O critério de seleção será o impacto de geração de renda na comunidade.

As aulas da primeira turma de inscritas, que corresponde a 1.600 participantes, começaram no dia 13 de setembro, em sete unidades parceiras nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Novas unidades abrirão vagas durante o período de parceria.

Por mais que a exclusão das mulheres do mercado formal seja um desafio sistêmico, que só será enfrentado de verdade por meio de políticas públicas, cada atitude que vá na contramão disso merece destaque — e nós temos o orgulho de dizer que o #PraFrente pode para mudar essa realidade.

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