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Carro elétrico: Empresas apostam no avanço da eletromobilidade no Norte e Nordeste

Por: Mário Sérgio Venditti . 22/10/2024

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Planeta Elétrico

Carro elétrico: Empresas apostam no avanço da eletromobilidade no Norte e Nordeste

Novas fábricas e implantação de infraestrutura de recarga marcam o desenvolvimento da transição energética longe dos principais mercados do País

5 minutos, 16 segundos de leitura

22/10/2024

Crescimento da eletromobilidade no Brasil, fábrica de baterias da Livoltek. Divulgação Livoltek
Nova fábrica em Manaus (AM) da Livoltec irá produzir carregadores elétricos e baterias. Foto: Divulgação Livoltec

O fortalecimento da transição energética no Nordeste e no Norte do Brasil vem estimulando a programação de investimentos das empresas ligadas à eletromobilidade para as duas regiões.

Um exemplo é Fortaleza (CE), capital que vem registrando aumento acentuado nas vendas de veículos eletrificados a cada ano.

Leia também: Carro elétrico: Serviço de recarga é oportunidade para postos de combustível

Fortalecimento da eletromobilidade

Em 2022, foram 246 emplacamentos, número que aumentou para 937 em 2023, de acordo com levantamento da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), movimento que fomenta a eletromobilidade.

Como exemplo, de janeiro a setembro desse ano, 1.570 carros híbridos e elétricos saíram das concessionárias. Outras capitais, como Recife e Maceió, apresentam curva de crescimento semelhante.

A DCC Energy está próxima desse movimento do crescimento da mobilidade elétrica desde quando iniciou suas atividades, há três anos.

“Dessa forma, um ano antes, como usuário, notei que a mão de obra para colocar um ponto de recarga residencial é totalmente diferente da de instalar uma simples lâmpada de led dentro de casa”, afirma Daniel Carvalho, CEO da DCC Energy.

“Assim, enxergamos o potencial de criar a empresa – braço da DCC Automotive – e fizemos as primeiras inserções obedecendo todas as normativas existentes no setor.”

Em parceria com a Autel, empresa de sistemas de diagnósticos e análise de componentes eletrônicos, a DCC Energy começou o que ela chama de “revolução silenciosa” no Ceará. Segundo Carvalho, hoje ela já tem 30% de participação em serviços residenciais no Estado.

Até hoje, a DCC fez investimentos de R$ 3 milhões, mas, no próximo triênio, a estimativa é de desembolsar mais R$ 12 milhões. “Implementamos 50 estações de recarga no Estado do Ceará, que estão em plena operação, e almejamos instalar mais 50 em 2025”, destaca o CEO.

Ponto de recarga na Rodovia CE-085, no trevo do Porto de Pecém. Foto: DCC Energy

Publicidade nos eletropostos

Outra novidade da DCC Energy, que será inaugurada em novembro, é o hub de recarga no BS Design, polo financeiro e empresarial localizado em uma área nobre de Fortaleza. São 23 vagas com pontos de recarga AC de 22 kw e DC (ultrarrápido).

Carvalho relembra que quando a oferta de recarga ainda era gratuita nos estacionamentos de shoppings centers, por exemplo, a DCC adotou caminho inverso.

Dessa forma, ela já efetuava a cobrança, porém, reservando ao usuário a experiência de visualizar todas as informações sobre a operação. “Tivemos uma surpresa muito positiva, porque o cliente percebeu o diferencial do nosso serviço”, atesta.

Entetanto, com esse aval dos donos de veículos elétricos, a DCC seguiu sua estratégia de expansão. Conectou as principais rotas turísticas do Ceará, como a via que liga Fortaleza até Jericoacoara, e a praia de Preá, que está sendo chamada de “Caribe brasileiro”.

“Há um condomínio de alto padrão em Preá que só permite o acesso aos automóveis elétricos. Os carros com motor a combustão estacionam em um bolsão na parte externa”, revela.

Exemplos Brasil afora

Outra obra importante da DCC foi a instalações de estações DC na Rodovia BR-222 – de Fortaleza ao Piauí – a cada 110 quilômetros. O plano é ampliar o raio de atuação para outros Estados do Nordeste, como Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia.

Uma curiosidade dos pontos de recarga da DCC é o requinte dos aparelhos, que possuem telas de 22 polegadas nos carregadores DC e 70 polegadas nas estações de áreas comerciais.

Dessa forma, no hub do BS Design, haverá seis telas de 65 polegadas e duas de 22. “Vendemos espaço de publicidade para empresas interessadas em exibir seus produtos o tempo todo”, completa.

Produção de baterias

A Bravo Motor Company anunciou a intenção de construir uma megafábrica de células de baterias de lítio em parceria com as empresas Rockwell Automation, SMC e ABB, na cidade de São Sebastião do Passé (BA).

Com investimento de R$ 25 bilhões distribuídos ao longo nove anos, a fábrica será erguida em uma área de 400 mil m2, com previsão de entrar em operação daqui a dois anos e capacidade produtiva de um gigawatt/hora.

“A primeira fase do projeto vai gerar 450 empregos no desenvolvimento de um componente vital para a transição energética”, afirma o CEO da Bravo, Eduardo Javier Muñoz. “Já contamos com boa parte de recursos próprios e agora vamos completar o investimento com financiamento de bancos de fomento e capital de investidores privados.”

Entretanto, o executivo destaca que o mercado de baterias está se tornando bastante competitivo, ainda mais com a participação de grandes concorrentes, como a BYD. Mesmo assim, ele acredita na crescente demanda provocada por outros segmentos, como energia e máquinas.

De acordo com Muñoz, a fábrica atenderá prioritariamente veículos pesados elétricos (caminhões e ônibus) e, em segundo lugar, automóveis de passeio.

Fábrica da Livoltek

Os investimentos na eletromobilidade brasileira se estendem para a Região Norte do País. Como exemplo, a Livoltek, empresa fabricante de produtos solares e prestação de serviços, inaugurou sua fábrica no Distrito Industrial de Manaus (AM), em julho.

Assim, a unidade produz inversores para painéis fotovoltaicos e, numa segunda etapa, fará carregadores elétricos e baterias. As instalações de 18 mil m2 geraram 600 novos empregos diretos e dois mil indiretos. O aporte inicial foi de R$ 70 milhões, que poderá chegar a R$ 140 milhões nos próximos três anos.

“A Livoltek dá uma demonstração de que a eletromobilidade representa mais investimentos e postos de trabalho no Brasil”, afirma o CEO da Livoltek Brasil, Rui Cheng. “Os carros elétricos e híbridos, especialmente os plug-in, alimentam uma cadeia produtiva cada vez maior, com empresas nacionais e estrangeiras acreditando no País.”

Por exemplo, a Livoltek Brasil faz parte do grupo chinês Hexing, que já opera no Brasil há 14 anos, por meio da Eletra Energy Solutions, companhia baseada em Recife (PE) e que produz medidores de energia elétrica e água.

Leia também: Carros elétricos: confira 4 ações que fortalecem o sistema de recarga

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