Veja por que a frenagem regenerativa não causa degaste nos carros elétricos
Sistema poupa mais o conjunto de freios e tem manutenção simplificada

Uma das tecnologias mais interessantes presentes em alguns automóveis elétricos é a frenagem regenerativa. Quando o motorista tira o pé do acelerador ou pisa no pedal de freio, o sistema automaticamente começa a desacelerar o veículo. O motor atua como gerador, que converte a energia cinética em energia elétrica, aproveitada para recarregar a bateria.
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Ao “perceber” que o acelerador é acionado, a bateria devolve a energia para o motor elétrico e o veículo inicia seu movimento, mesmo comportamento que um carro com motor a combustão. A diferença está na hora de frear. Nesse caso, ao aliviar o pé do acelerador, o motorista deixa de usar o sistema de tração para estancá-lo.
A dúvida do usuário de veículos eletrificados é se a frenagem regenerativa utiliza mais o conjunto de freios, exigindo, consequentemente, uma manutenção diferenciada ou a troca de pastilhas com mais frequência.
Segundo Davi Bertoncello, diretor de relações institucionais e cofundador da Tupi Mobilidade, empresa de soluções para o ecossistema da eletromobilidade, carros híbridos e elétricos não apresentam alterações relevantes no sistema de freios.
“Ocorre justamente o contrário. Entre os veículos 100% elétricos, é comum observar modelos muito rodados e ainda com pastilhas originais e totalmente preservadas”, afirma.
Estilo de condução
Ele explica que nos veículos elétricos o sistema tradicional de freio por fricção – com pastilhas e discos – costuma ser aplicado com mais rigor somente em frenagens emergenciais.
“Na maioria das situações de trânsito, o motorista de carro movido a bateria que possui a frenagem regenerativa já se acostumou a dosar o pé no acelerador ou no freio para fazer o automóvel perder velocidade aos poucos quando vê, por exemplo, o semáforo vermelho à frente. Esse procedimento poupa consideravelmente o sistema e evita danos aos componentes do veículo”, diz.
Bertoncello ressalta que o maior ou menor desgaste do automóvel – eletrificado ou a combustão – também depende do estilo de condução do usuário. “Se ele apresentar um comportamento constantemente agressivo nas acelerações e frenagens, obviamente as peças sofrerão algum tipo de alteração prematura.”
Apesar da manutenção mais fácil, o executivo da Tupi faz um alerta: assim como nos modelos a combustão, os veículos elétricos e híbridos precisam da substituição do fluido de freio seguindo os intervalos determinados pelas fabricantes. “Os fluidos absorvem umidade, portanto, a troca não é necessária pelo uso em si, mas principalmente pela sua idade”, completa.
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