Quem está acostumado a dirigir um carro com câmbio manual pode estranhar a primeira experiência ao volante de um modelo com transmissão automática – principalmente em situações como estacionar ou sair com o automóvel sem a tradicional ação de engatar a primeira marcha, esperar o veículo ganhar um pouco de velocidade, logo colocar a segunda e assim por diante.
Embora seja muito simples e prático dirigir um carro automático, sempre é bom tomar alguns cuidados para não comprometer o sistema. Afinal, uma vez avariado, esse tipo de transmissão – mais sofisticada e tecnológica – apresenta manutenção mais cara que a caixa manual.
O motorista não tem o pedal de embreagem para engatar as marchas e tentar sair da forma mais suave possível. No entanto, ao ligar o carro com o câmbio na posição P (parking) e depois colocar em D (drive), recomenda-se acelerar aos poucos para que o carro tenha uma partida tranquila, aumentando a velocidade sem aqueles trancos desconfortáveis.
“Devido à presença do conversor de torque, o veículo com transmissão automática se adapta às diversas condições de partida, nas quais o motorista deve buscar a rotação necessária para o veículo entrar em movimento”, afirma Marco Barreto, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
“Em condições de trânsito pesado, quando o carro automático reduz as marchas naturalmente, o motorista deve sempre optar por um comportamento mais lento e gradual na hora de retomar a velocidade, e não pisar fundo no pedal para tentar arrancar rapidamente. Em muitos veículos, a recuperação da velocidade não é imediata.”
Na estrada, quando pode desenvolver um ritmo mais alto e constante, o motorista tem a possibilidade de acionar o controle de velocidade para um rodar homogêneo e econômico. Se o automóvel não possuir esse recurso, basta acelerar até atingir a velocidade pretendida (e permitida) e manter a pressão no pedal compatível com o desempenho desejado.
“Jamais ponha o câmbio em N (neutro, que corresponde ao ponto morto dos câmbios manuais) com o veículo em movimento, porque pode causar danos ao sistema”, diz Barreto. “Da mesma forma, a posição P não deve ser usada com o carro andando.”
Ao estacionar, a primeira decisão é acionar o freio de estacionamento, o chamado freio de mão. Em seguida, não se esqueça de engatar P quando o carro estiver totalmente parado.
“O carro automático dispõe de um sistema de travamento da transmissão”, lembra o professor. “Por isso, as melhores práticas são fundamentais para aumentar a eficiência e a vida do equipamento.”