Dá para fazer em menos de 5 minutos. Entretanto, é importante que o condutor esteja atento a alguns pontos – como temperatura e diferença de pressão – antes de calibrar os pneus e estepes.
Fabio Magliano, gerente de produto Car & Motorsport da Pirelli para a América Latina, tira as principais dúvidas:
O executivo da Pirelli explica que não há como estipular uma distância, já que a temperatura dos pneus depende do modo de condução do motorista. “O ideal é evitar acelerações e freadas bruscas que provoquem atrito desnecessário dos pneus com o asfalto”, diz.
Se dirigir de maneira tranquila, o motorista pode rodar até três quilômetros, aproximadamente, sem correr o risco de esquentar os pneus.
Se o ar no interior dos pneus estiver quente, ele se expande e provoca uma leitura errada da pressão, indicando um valor maior do que o real. “Se não for possível calibrar com os pneus frios, o recomendável é considerar uma diferença de 10% a 15% na pressão para compensar o efeito do ar quente”, observa Magliano.
Fabio Magliano afirma que é importante seguir sempre a recomendação da montadora. Se for viajar e o carro estiver com lotação máxima e bagagem, lembre-se de calibrar os pneus para essa condição.
Também é importante checar o estepe, que deve ser calibrado com a pressão máxima dos pneus que estão rodando. Por exemplo, se a montadora indicar 32 libras para os pneus dianteiros e 30 para os traseiros, deixe o estepe com 32 libras, pois nunca se sabe qual pneu vai apresentar problema numa emergência.
Como o pneu reserva geralmente fica na parte inferior do porta-malas, é sempre importante lembrar de calibrá-lo antes de acomodar a bagagem.
Pneus com pressão abaixo da recomendada provocam aumento do consumo de combustível, já que eles tendem a “dobrar” com mais facilidade, aumentando a resistência ao rolamento, explica Magliano. Além disso, o desgaste será irregular, pois o pneu vai ficar mais apoiado nas partes laterais, preservando mais a parte central da banda.
Outro problema é que o pneu fica mais suscetível a avarias acidentais, uma vez que ele pode dobrar mais. Assim, caso passe por um buraco, por exemplo, a parte interna da banda de rodagem pode se chocar contra a roda, comprometendo a estrutura do pneu com o surgimento de bolhas.
Com o pneu muito cheio, o desgaste também será irregular, mas de maneira diferente, com as laterais mais preservadas e a parte central da banda mais desgastada.
Outro problema é que a área de contato do pneu com o solo é reduzida, e isso pode comprometer a estabilidade do carro, assim como o desempenho em frenagens e sobre piso molhado (aquaplanagem).
“Sem esquecer, claro, do conforto, que acaba prejudicado porque os pneus absorvem menos os impactos causados por buracos e imperfeições do piso”, acrescenta o executivo da Pirelli.
“Existe um equipamento chamado profundímetro, utilizado pelos profissionais da rede Pirelli, que mede corretamente o desgaste e a condição de uso do pneu”, explica Fabio Magliano. O indicador mais importante, contudo, é o TWI (Tread Wear Indicator, ou Indicador de Desgaste da Banda de Rodagem, em tradução livre), presente em todos os pneus, que mostra quando o item atingiu o limite de sua vida útil.