Como em todo item de desgaste natural, a vida útil das lâmpadas do automóvel varia de acordo com a sua utilização (uso constante e vibrações, por exemplo). Substituir uma delas, felizmente, é tarefa relativamente simples, que pode ser feita em casa e não exige experiência, apenas alguns cuidados, como explica Ricardo Dilser, assessor técnico do grupo Stellantis no Brasil.
A primeira providência a ser tomada é consultar o manual do proprietário para conferir como é o acesso ao conjunto óptico e saber a especificação da lâmpada queimada para providenciar a substituta.
O sistema de soquetes e encaixes utilizado pelas montadoras atualmente facilita muito o trabalho, tornando quase impossível montar componentes trocados ou de maneira errada. Mesmo assim, é recomendável ficar atento e nunca forçar o encaixe, já que a maioria desses componentes é de plástico.
Segundo Ricardo Dilser, o principal cuidado que se deve ter ao trocar uma lâmpada é usar luvas de proteção para descartar o risco de acidentes (no caso do bulbo quebrar, por exemplo) e evitar tocar no vidro da lâmpada nova.
“A oleosidade natural da pele acaba aumentando o calor naquele ponto, fazendo com que a lâmpada queime”, explica. Se, mesmo tomando cuidado, a pessoa tocar a parte de vidro, é preciso limpar bem a lâmpada, usando um pano limpo. Não há necessidade de utilizar produtos de limpeza ou álcool.
Trocar a lâmpada original do automóvel por outra, mais potente, não vai melhorar a eficiência do sistema de iluminação, e sim o contrário.
“O melhor resultado do conjunto óptico do carro é conseguido por meio da combinação correta de lentes, lâmpadas e refletores – a parte espelhada no interior dos faróis”, afirma Ricardo Dilser. “Então, não é a potência da lâmpada que vai proporcionar uma melhor iluminação.”
Assim, ao instalar lâmpadas que prometem aumentar a área iluminada à frente, o motorista provavelmente só vai provocar ofuscamento em quem vem no sentido contrário, já que os demais componentes do conjunto não foram projetados para trabalhar com potência maior.
Vale lembrar ainda que a adaptação das luzes originais do automóvel para sistemas que usam xenônio ou mesmo LED é proibida por lei, considerada infração grave, com aplicação de multa e retenção do veículo.
O mais importante: qualquer alteração no sistema elétrico das luzes que não seja feita na concessionária pode interferir na garantia do veículo, já que uma adaptação mal feita é capaz de provocar falhas em outros sistemas ou até incêndios, em casos mais extremos.
Por fim, outra observação importante é que não se deve instalar faróis ou luzes auxiliares em locais diferentes daqueles indicados pela montadora.
Colocar luzes de longo alcance no alto da cabine de uma picape, ou no santantônio (barra de proteção contra capotamentos), por exemplo, é proibido por lei e a utilização desses itens só é permitida em veículos de competição que rodam em locais restritos ao público, como autódromos ou circuitos com circulação restrita.