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O lado com pintura preta é exclusivo aos carros da fabricante alemã vendidos no Brasil (os elétricos Macan e Taycan e híbridos plug-in Cayenne e Panamera). Os modelos de outras grifes devem estacionar do lado verde.

Não há como eles abastecerem nas vagas da Porsche, porque o sistema identificará a incompatibilidade do número do chassi e não permitirá o inicio da operação. O desbloqueio dos equipamentos custa R$ 5 e acontece a partir do novo aplicativo da Porsche (Porsche Recharge) ou do app da GreenV (GV Go).

Aplicativo da Porsche

Uma funcionalidade do app visando a comodidade do usuário é o gerenciador de fila virtual. Desde que esteja em um raio de, no máximo, 200 metros do eletroposto mais próximo, o cliente pode reservar a recarga com 30 minutos de antecedência. Se chegar ao local depois do tempo estabelecido, perde a vez.

No período em que a vaga estiver reservada, outro consumidor não consegue ativar o plugue. Mas a regra da plataforma digital é clara. Se o dono não retirar seu carro da vaga ao final do reabastecimento, ele pagará uma taxa de ociosidade de R$ 1,50.

O cliente da Porsche ganhou mais um privilégio nas novas estações de recarga. Ele pagará R$ 2,90 por quilowatt-hora, ao passo que o valor para os proprietários de carros de outras marcas será de R$ 3,22.

O cronograma do programa está dividido em três fases. Ele prevê a instalação de 25 pontos até 2026, 25 em 2027 e, por fim, 16 em 2028. A primeira estação foi instalada no km 67 da Rodovia Castelo Brando (sentido São Paulo), no restaurante A Quinta do Marquês. A implementação, a gestão e a manutenção ficarão sob responsabilidade da GreenV.

“O escalonamento é necessário devido à complexidade técnica do projeto”, explica Ariovaldo Miranda Júnior, CEO da GreenV. “Depois de escolher o local da instalação do equipamento, é preciso avaliar a viabilidade do fornecimento da energia elétrica.”

Os 66 equipamentos se juntam à rede já construída pela Porsche no País, totalizando 104 pontos de recarga. Só não estão 100% disponíveis porque 12 foram desativados. “Mas temos no radar colocá-los em operação novamente”, garante Leandro Giacon, diretor de desenvolvimento de negócios da Porsche Brasil.

Investimento de R$ 70 milhões

O Highway Charging faz parte da terceira onda de investimentos da marca alemã e seus parceiros, que chegam a R$ 70 milhões. Ao todo, eles desembolsaram R$ 167 milhões no ecossistema da eletromobilidade brasileira, desde 2018.  

Segundo Giacon, dos 8% dos veículos eletrificados presentes na frota nacional, 36% são totalmente elétricos, 48% são híbridos plug-in (PHEV) e 16% são híbridos convencionais. “Ou seja, 84% dos carros precisam de carregadores de bateria”, afirma. “O Brasil tem, atualmente, quase 15 mil pontos de recarga e, destes, só 16% são rápidos. Há uma grande oportunidade pela frente.”

Seu otimismo é baseado na comparação feita com a estrutura de outros países. Enquanto a China apresenta a média de um carregador para nove carros elétricos e híbridos e a Europa tem um para 12, a proporção brasileira é de um para 19.

Pesquisas realizadas com os clientes também justificam o empenho da Porsche em expandir seu ecossistema no País. Em um primeiro levantamento, 57% das pessoas disseram que a principal barreira para ter um veículo elétrico era a autonomia e 40% a dificuldade de recarregar nas rodovias.

“A autonomia quase não apareceu no levantamento de 2024, porque os carros da Porsche atualmente possuem alcance aproximado de 440 quilômetros com bateria cheia. A infraestrutura, porém, ainda é citada como preocupação, com 41% das respostas”, completa Giacon.