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Paris é referência em urbanismo sustentável

Por: Beatriz Faria . 26/02/2021

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Paris é referência em urbanismo sustentável

Confira como o arquiteto Vicent Callebaut está desafiando o conceito de cidades inteligentes e sustentáveis com construções arquitetônicas que fogem do convencional

2 minutos, 39 segundos de leitura

26/02/2021

Um dos principais pilares que sustenta o ideal de smart city é a criação de cidades planejadas a partir do urbanismo sustentável. A cidade de Paris, sediadora do compromisso mundial ‘Acordo de Paris’ que busca reduzir a emissão de gases de efeito estufa, está desenvolvendo projetos urbanos que buscam atingir os objetivos ambientais a longo prazo: arranha-céus que integram diversas técnicas de produção de energia e incentivos para que a população adote padrões de vida ecológicos, ao mesmo tempo respeitando a história arquitetônica da cidade, são parte das novas políticas de desenvolvendo de uma Paris inteligente e sustentável.

Dentro desse contexto, um dos nomes de mais destaque é o do arquiteto Vicent Callebaut. Nascido na Bélgica, mas residente de Paris, Callebaut é conhecido por seus projetos ecológicos que ultrapassam a arquitetura convencional, ao mesmo tempo que buscam desenvolver um futuro sustentável para as cidades. Seus projetos combinam regras bioclimáticas, como o ciclo solar e direções do vento predominantes, além de tecnologias com energia renovável que utilizam turbinas eólicas, energia solar térmica e fotovoltaica, reciclagem de água de chuva, energia geotérmica, biomassa e atualização de material de origem biológica.

Preocupado com a crescente densidade populacional de Paris, a empresa francesa do arquiteto, Vicent Callebaut Architectures, desenvolveu um projeto com vários arranha-céus com produção de energia positiva. O plano é composto por oito estruturas de multiuso localizadas em diferentes pontos da cidade com o objetivo de resolver os principais problemas acerca da poluição que afeta cada distrito, ao mesmo tempo que fornecendo funções essenciais para a vida urbana.

O sistema de torres foi criado com o intento de se encaixar nas estruturas já existentes na cidade: as novas estruturas são construídas em cima das antigas, sendo que os dutos e chaminés são utilizados para sua sustentação. Ademais, o aquecimento e resfriamento, oxigenação e retenção de água de chuva são utilizados para criar unidades autossustentáveis.

Durante a Conferência do Clima das Nações Unidas de 2015, Vicent Callebaut planejou o famoso projeto Paris Smart City 2050, que tem como finalidade transformar Paris em uma cidade verde inteligente, reduzindo 75% do efeito estufa e emissões de gases até 2050. Um de seus últimos projetos, ganhador do Prêmio Europeu 2017 de Arquitetura Philippe Rotthier, consiste em um aldeia autossuficiente e não poluente em que quase toda sua construção está localizada abaixo da superfície do mar- as estruturas submarinas foram construídas por impressoras 3D utilizando lixo plástico e seriam localizadas na orla do Rio de Janeiro.

Se em 2050 80% da população mundial irá viver em metrópoles, nunca foi tão necessário desenvolver construções sustentáveis que atuem contra as mudanças climáticas. Não é uma tendência, é uma inevitabilidade: é preciso se inspirar nos projetos arquitetônicos da smart city parisiense para um futuro mais inteligente.

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