O perigo mora ao lado
Assistência de permanência em faixa e sensor de ponto cego são recursos que previnem acidentes principalmente nas áreas laterais dos veículos.
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15/07/2021
Quando demonstra sinais de fadiga ou desatenção ao volante, o motorista está sujeito à mudança involuntária de faixa de rodagem, manobra capaz de provocar acidentes de grandes proporções. Esse risco pode ser mitigado se o veículo possuir a tecnologia de assistência de permanência em faixa.
Segundo pesquisa da Bosch, 29% dos motoristas entrevistados se envolveram em acidentes em situações de mudança de faixa de trânsito e relatam também situações constantes de distração em virtude de uso de navegação ou viva voz no veículo.
“Muitas vezes, o motorista dirige distraído e troca de faixa involuntariamente. O assistente de permanência em faixa entra em ação para impedir essa mudança acidental e perigosa”, afirma Bruno Mori, gerente de produto para sistemas de assistência ao condutor da Bosch.
O sistema trabalha para deixar o carro nos limites da faixa, utilizando uma câmera frontal que detecta as linhas demarcatórias dos dois lados da pista. A tecnologia intervém ao verificar que a distância entre o automóvel e o limite da faixa está aquém do espaço mínimo e seguro.
Vias mais rápidas
“O sistema possui dois níveis de atuação”, revela Mori. “Inicialmente por meio de um alerta visual ou sonoro e posteriomente atuando diretamente no volante do carro, evitando que o veículo ultrapasse o limite da faixa de trânsito.”
A assistência de permanência em faixa foi concebida, prioritariamente, para atuar nas rodovias ou nas vias mais rápidas, quando os automóveis trafegam a velocidades acima de 60 km/h. “Em velocidades superiores, uma pequena distração pode ter grande consequências e o sistema é otimizado para essas situações”, avalia o executivo. “A preocupação não se restringe ao fato de que o veículo pode sair da faixa de rodagem, mas também que ele saia da rodovia, representando um risco ainda maior.”
Ele ressalta ainda que muitos motoristas tem preocupações em relação ao funcionamento do sistema tendo em vista que muitas vias brasileiras apresentam deficiências na sinalização horizontal. “A tecnologia atual está preparada para se manter ativa, mesmo que a marcação não seja totalmente nítida ou apresente falhas momentâneas. Em caso de ausência da linhas o sistema ainda pode atuar ao menos para evitar a saída involuntária da rodovia, através da detecção do contraste entre pavimento e o acostamento lateral”.
Os assistentes de aviso e permanência em faixa ainda não são itens obrigatórios no Brasil. No entanto, Mori revela que já existem estudos no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para avaliar a instalação compulsória da tecnologia nos automóveis. “Na Europa, a obrigatoriedade nos novos veículos está prevista para os próximos anos. É de extrema importância para o Brasil seguir passos similares para aumentar a segurança dos veículos locais e ter produtos aptos a serem exportados para outros mercados” conclui.
Sensor de ponto cego
Sair da faixa de rodagem não é a única atenção que o motorista deve ter para evitar uma colisão lateral. O chamado ponto cego, aquelas áreas que estão fora do campo de visão do condutor – escondidas geralmente pelas colunas B e C do veículo –, também pode causar um acidente.
Para alertar quem está ao volante sobre essa ameaça, o sensor de ponto cego monitora a área ao redor do veículo por meio de radares instalados no para-choque traseiro, que acusam a presença de outros veículos a partir de 40 metros de distância.
Ao detectar a aproximação lateral de carros e motocicletas, ainda ocultos para o motorista, o sistema emite um aviso visual, acendendo uma luz no retrovisor. É um alerta que o motorista não deve mudar de faixa naquele momento.
Mori lembra que nem todo motorista percebe a aproximação de um veículo pela lateral e acaba mudando de faixa, provocando uma batida. “Quando o condutor aciona a seta, além do aviso visual ele recebe um alerta sonoro de que um veículo se aproxima, reforçando a necessidade de atenção”, ressalta Mori.
Segundo a Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA), os sensores de ponto cego conseguem prevenir 14% de acidentes relacionados à mudança de faixa. “O trânsito brasileiro possui características próprias com carros e motocicletas compartilhando uma mesma faixa de rodagem, o sistema pode contribuir efetivamente para a redução de acidentes pois amplia a capacidade do motorista em detectar veículos ao seu redor e consequentemente realizar manobras somente no momento adequado”, salienta Bruno Mori.
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