Novidades tecnológicas em breve estarão também nas rodovias brasileiras
As soluções passam por regulamentações, compartilhamento de dados e informações, em tempo real, além de outros serviços agregados
Estradas cada vez mais conectadas, parte de um ecossistema colaborativo, dinâmico e autônomo. Assim propôs Carlo Andrey, sócio-fundador do Greenpass, startup que desenvolve plataformas white label para soluções de mobilidade, durante a abertura do painel Como Vão Funcionar as Rodovias do Futuro? “Conectividade é permitir que todos os componentes do ecossistema da mobilidade disponibilizem diversas informações, permitindo um ambiente de inovação”, revelou.
Para Andrey, dados públicos (quando chega o próximo ônibus, qual a lotação do vagão de trem, por exemplo) precisam estar à mão de forma online para que a iniciativa privada possa elaborar, construir e acelerar produtos e serviços mais eficazes. “Já o colaborativo é fazer a informação fluir de forma automática, sem que ninguém precise influenciá-la – entre elas a dos carros conectados para gerar e consumir informações, em tempo real”, explicou.
Em um cenário de veículos cada vez mais autônomos, também é preciso implantar novas soluções de forma rápida: entre elas, a integração eficiente de rodovias mais sustentáveis (Carbono Zero), menores tarifas para veículos menos poluentes, ampliação de serviços, estações de carregamento, sistemas free flow, descontos, novos métodos de cobrança e de pagamento, entre outras facilidades, estão disponíveis a curto, médio e longo prazos.
Free flow além do básico
Petrus Moreira, superintendente da Veloe, especializada em tags para pagamento automático de pedágios e estacionamentos e para a gestão de frotas, acredita que o ecossistema de mobilidade deva priorizar todas as alternativas – segurança, saúde, meios de transporte, tecnologia, planejamento urbano e sustentabilidade – para o bem-estar das pessoas que se locomovem, independentemente do tipo (ou não) de transporte. “Pelo conceito que buscamos das smart cities, as rodovias têm se aprimorado, com estradas melhores, apoio, segurança e a evolução do free flow”, revela.
De acordo com Moreira, a fluidez nos pagamentos automáticos já reduz tempo, custos e gastos da frota em diversas circunstâncias, mas deve proporcionar, no futuro, uma cobrança mais justa, com o usuário pagando apenas pelo uso do trecho percorrido, com descontos a usuários frequentes. “Deixará de ser, apenas, a leitura da placa do veículo, podendo também coibir a inadimplência no pagamento de tributos, como o IPVA.”
Experiência pública em prática
Gabriel Ribeiro Fajardo, subsecretário de Transportes e Mobilidade da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, explicou que o Estado já pratica uma política tarifária para beneficiar o usuário frequente, e anunciou que, desde janeiro deste ano, vigora a licitação do primeiro projeto a adotar 100% o sistema free flow, como premissa, e não como opção, no trecho do Rodoanel Metropolitano. “A tecnologia envolvida, nos seus 100 quilômetros de extensão, deve responder por 14 acessos controlados para aferição da tarifa, com cobrança mais efetiva dos cidadãos”, detalhou. “E, dentro do modelo econômico-financeiro dos contratos, devemos discutir maneiras de incentivar o novo comportamento do usuário, com campanhas, distribuição de tags gratuitas, para que tudo isso se desenvolva, na prática, e para que novas frentes também se abram.”
José Carlos Cassaniga, diretor executivo da Associação Brasileira de Concessionárias (ABCR), encerrou o painel apresentando números do setor, e destacou que a malha rodoviária brasileira figura entre as maiores do mundo, mas ainda enfrenta muitos desafios – entre eles apenas 12,4% de vias pavimentadas, mesmo sendo responsável por 65% da movimentação de cargas no País.
Dentre os investimentos de mais de R$ 240 bilhões nas últimas décadas em várias frentes, Cassaniga destacou o compromisso das concessionárias com políticas ESG e tecnologias a serviço da segurança, da conectividade e do monitoramento de tráfico, premissas cada vez mais presentes nos programas de concessões de rodovias. “O futuro também nos desafia para a redução permanente de índice de acidentes, possível com o aporte de tecnologia, inteligência de informações e trabalho integrado entre concessionárias, autoridades de trânsito e policiamento rodoviário”, completou.
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